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No trabalho, Maria Cristina utiliza reflexões do sociólogo francês Pierre Bourdieu e do sociólogo brasileiro Jessé de Souza (foto: Luiz Carlos Lima/UFJF)
A mestranda Maria Cristina de Melo defendeu, nesta segunda-feira, 26, a dissertação “De acontecimento literário a produto de exportação: uma leitura comparativa entre as duas edições de Cidade de Deus”. A pesquisadora integra o Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários.
O trabalho compara as duas edições do romance Cidade de Deus, de autoria de Paulo Lins, publicadas respectivamente em 1997 e 2002. A mestranda justifica a comparação devido aos cortes expressivos realizados na segunda versão. Ela procura discutir de que forma tais cortes influenciaram a percepção estética e ideológica da segunda versão.
Maria Cristina utiliza reflexões sobre as relações entre mercado e literatura, baseadas nas linhas de pensamentos do sociólogo francês Pierre Bourdieu e do sociólogo brasileiro Jessé de Souza. Segundo a mestranda, o pensamento desses autores permite debater nuances distintas de significado do processo de favelização urbana no Brasil. “É importante analisar e questionar a representação do brasileiro e do Brasil, quais as visões do país que estão em jogo e como a problematização desses olhares ficou representada na segunda edição.”
Neste trabalho de comparação, Melo destaca transformações no foco da história. “A maior mudança é na percepção da realidade social. No primeiro livro, ele complexificou mais, mostrando políticas impessoais do Estado. Já no segundo, focou muito no modelo hollywoodiano que foi o caminho trilhado pelo filme.“
Para o co-orientador da dissertação, professor Marcos Vinicius Ferreira de Oliveira, a pesquisa tem grande importância por abordar questões sociais que dialogam com a literatura. “O trabalho traz questões importantíssimas para a configuração da sociedade brasileira, no que diz respeito à desigualdade e à própria formação de um pensamento social que, de fato, reflita as nossas questões.”
Outras Informações: 2102-3118