Batuque Afro-Brasileiro de Nelson Silva, fundado há mais de 50 anos, é tombado como bem imaterial de Juiz de Fora (Foto: Leonardo Barbosa)
O último sábado do mês já tem um significado especial para quem vai ao Campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Numa iniciativa da Pró-Reitoria de Cultura (Procult), desde junho o projeto Som Aberto leva diversidade cultural à Praça Cívica, combinando diferentes expressões artísticas, como música, artes plásticas, dança, moda, literatura e gastronomia, num evento para todos os públicos. A edição de setembro acontece neste sábado, dia 24, na Praça Cívica, a partir das 14h.
Para a quarta edição, o Som Aberto contará com dez atrações artísticas: os DJ’s Bruno Tuler e Gabriel Monteiro; o grupo de Capoeira com o Mestre Cuité e seus alunos; Performance de Cama de Gato; Batuque Afro-brasileiro de Nelson Silva; Amplitud – performance circense (com duas apresentações); Em (des) encontros – com o grupo de dança Voz e Corpo do CMJF; as bandas universitárias Kenga e Royal Hawk, selecionadas por edital; e a especialmente convidada Raul Queixas e Mágoas.
Atração fundamental em toda edição do Som Aberto, a discotecagem da festa estará por conta do projeto Disritmia dos DJ’s Bruno Tuler e Gabriel Monteiro, que busca trazer ao público toda uma gama de ritmos e gêneros musicais, da década de 1960 aos dias atuais. “Clássicos e não-clássicos da MPB, rock, samba e black music perpassam nossos pick-ups”, informa Bruno.
Primeiro grupo musical a se apresentar na edição, Kenga chega trazendo suas muitas vertentes do rock. Formada em Valença (RJ), a banda conta um repertório composto por nomes como Caetano Veloso, Tim Maia, Queens of Stone Age e Motorhead. Além das versões, músicas autorais também marcarão presença na apresentação. O baixista João Lameira conta que todos estão entusiasmados com a oportunidade de se apresentar no Som Aberto: “A expectativa é alta. Nós já temos sete músicas autorais e estamos animados em apresentar nosso som em outra cidade, ainda mais na UFJF, onde temos vários amigos”.
Segunda a entrar no palco, a Royal Hawk, formada em 2009, traz muito peso e distorção à Praça Cívica com seu heavy metal. Clássicos de Metallica, Black Sabbath, Deep Purple, ACDC e também autorais compõem o repertório. Em todos esses anos de estrada, essa é a primeira vez que se apresentam no campus. “Participar do Som Aberto será uma experiência muito positiva para a banda. Já assistimos a diversos shows na Praça Cívica e sempre tivemos vontade de um dia tocar lá. Será a realização de um desejo antigo. Ainda mais no Som Aberto, um evento tão bem comentado.”
Raul Queixas e Mágoas foi formada em 1989, ano da morte de Raul Seixas (Foto: Divulgação)
A última a se apresentar é a veterana Raul Queixas e Mágoas, banda mineira que teve início em 1989 (ano da morte de Raul Seixas), ao fazer um show em tributo ao cantor. A emoção foi tanta, que os integrantes decidiram continuar e permanecem cultuando o espírito desse que é um ícone do rock nacional e um dos maiores artistas da música brasileira.
Novidades da edição
Além de uma opção de entretenimento para jovens, adultos e idosos, o Som Aberto traz oportunidade para quem procura promover sua marca ou segmento artístico. Ao todo, mais de 80 marcas e artistas já participaram do evento desde sua retomada em junho.
Estreante no projeto, o grupo de dança Voz e Corpo realizará uma apresentação bem afinada com a proposta do evento. Formado por alunos do Colégio Militar de Juiz de Fora, na faixa etária de 14 a 18 anos, o grupo propõe misturar a dança urbana e contemporânea com outras formas de arte, como música e artes visuais. Segundo a coordenadora do Voz e Corpo, Lilian Gil, o formato do Som Aberto foi o que mais chamou a atenção do grupo. “Os dançarinos estão ansiosos pela apresentação. Dançar para um público tão grande e diversificado está trazendo muita adrenalina para eles.”
Royal Hawk tocará clássicos de Metallica, Black Sabbath, Deep Purple, ACDC e também músicas autorais (Foto: Divulgação)
Outro estreante é Paulo Rafael, com sua performance Cama de Gato, inspirada na conhecida brincadeira com barbante. Durante a apresentação, um novelo de lã é passado pelos participantes, e no fim, todos formam a cama de gato. Segundo Rafael, a proposta é aproximar o público e torná-lo importante na execução da performance. “Esta demonstração artística tem o intuito de evidenciar a ligação entre as pessoas e a importância de cada um na construção da arte.”
A edição terá ainda a participação do Batuque Afro-Brasileiro de Nelson Silva, fundado há mais de 50 anos em Juiz de Fora pelo compositor Nelson Silva e tombado como bem imaterial da cidade desde 2007. Formado por crianças e adultos e com um repertório próprio de mais de 80 composições, o Batuque atua no resgate e valorização da cultura negra.
Barba, cabelo e bigode
Diversificando ainda mais o evento, a Barbarellas – uma “pocket barber shop” – será uma opção para quem quer mudar o visual. A brincadeira entre as palavras “Barba” e “Elas” [barba feita por elas] deu a inspiração para o nome da dupla Mell Miller e Kaka Ruby, que começou a atuar há apenas cinco meses. Além do serviço de barba, cabelo e bigode, haverá consultoria de produtos e penteados masculinos. Após acompanhar o primeiro evento, Kaka Ruby, uma das fundadoras, mostrou-se bastante interessada no projeto. “Gostamos de participar de eventos neste estilo, e como estamos no começo, oportunidades de divulgação do trabalho são sempre bem-vindas.”
Doe amor, doe ração
Outra novidade nesse Som Aberto será a participação do evento na Campanha Doe Amor Doe Ração, que chega à quarta edição. Trata-se de um trabalho voluntário, cujo objetivo é arrecadar ração para alimentar cães e gatos resgatados e carentes de Juiz de Fora, atendidos por ONGs, associações, sociedades e protetores independentes. O Som Aberto será um posto de coleta de ração. “Além das feiras de adoção, rifas, várias atividades são desenvolvidas, mas a maior despesa hoje é com ração e gastos veterinários”, explica um dos voluntários e idealizador da campanha, Lelei Faini,.
Além das atrações culturais e musicais, haverá cerca de 70 expositores de produtos diversos e food trucks. As próximas edições do evento estão confirmadas para os dias 29 de outubro, 26 de novembro e 17 de dezembro.
Confira a programação:
14h: abertura do Grand Bazar
14h: DJs Bruno Tuler e Gabriel Monteiro
15h: capoeira com Mestre Cuité e alunos
15h30: performance Cama de Gato
16h: Batuque Afro-brasileiro de Nelson Silva
17h: Amplitud – Performance Circense
17h30: Em (des) Encontro – Grupo de Dança CMJF
18h: show com a banda Royal Hawk
19h: Amplitud – Performance Circense
19h30: show com a Banda Kenga
20h30: show com a banda Raul Queixas e Mágoas
21h30: DJ Bruno Tuler e Gabriel Monteiro
Outras informações: (32) 2102-3964 (Pró-reitoria de Cultura-UFJF)