"o estudo das identidades e do imaginário turístico são fundamentais para a preservação da história local, ao permitirem inserir os sujeitos como coparticipantes do processo de conhecimento e preservação, dando-lhes a oportunidade de se tornarem parte da cidade", diz Marcelo Carmo

A maior parte das pessoas que visitam Juiz de Fora vem à cidade para negócios. Visitar a família e saúde são outros destaques, avalia Marcelo Carmo (Foto: Géssica Leine)

A maior parte das pessoas que visitam Juiz de Fora vem à cidade para negócios. A pesquisa, que faz parte do projeto de iniciação científica “O turista que a cidade tem, a cidade que o turista quer” do curso Turismo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), foi divulgada na tarde desta quarta-feira, 21. Ainda conforme o levantamento, em segundo lugar estão aqueles que têm o intuito de visitar família, relacionada com fins de lazer. Por conta de a cidade possuir boa rede de atendimento médico, o “turismo por motivo de saúde” se encontra em terceiro lugar,  fazendo com que a cidade se transformasse em polo regional de saúde, atraindo pacientes e acompanhantes de diversos municípios da região.

Segundo o coordenador do projeto e professor do departamento de turismo, Marcelo Carmo Rodrigues, a pesquisa quanti-qualitativa contou com a aplicação de 245 questionários, feitos no período de maio a julho, avaliando a infraestrutura, os atrativos, os equipamentos turísticos e os serviços oferecidos na cidade. Os questionários tinham o intuito de descobrir as motivações dos turistas que visitam a cidade, seja com objetivos de lazer, negócios, saúde, religião ou outros fatores.

No período da pesquisa, a cidade recebeu turistas oriundos das mais diversas cidades do país. O destaque fica para Belo Horizonte, de onde vieram 44 pessoas, 17,9% do total. Rio de Janeiro e São Paulo aparecem em seguida, com 30 pessoas. Também fazem parte da estatística, as cidades como Barbacena, Porto Alegre, Campinas, Contagem e Viçosa.

O tempo de permanência média em Juiz de Fora foi de dois dias – 32,1% dos entrevistados permaneceram esse período na cidade. A estada pode variar em torno de até cinco dias, como aponta o estudo. Um total de 68.7% dos entrevistados  utilizam o serviço de hotelaria e o restante se hospeda em casas de amigos e familiares.

Quando se trata da intenção de gastos feito na cidade, cerca de 24% afirmou gastar em média R$ 300 reais. No entanto, é importante ressaltar que, como grande parte vem com objetivos de negócios, as despesas não são muito elevadas devido ao fato de um grande percentual de entrevistados ter suas despesas custeadas pelas organizações que representam.

Outro dado é o nível educacional elevado dos turistas que visitam a cidade. Dos entrevistados, 62.1% possuem ensino superior completo, somando um total de 153 pessoas.

A pesquisa é a primeira feita na cidade e a expectativa é que surjam mais propostas em cima do tema. Segundo Marcelo Carmo, a partir de outubro será feita uma nova pesquisa para dar continuidade ao trabalho e buscando mapear este perfil na cidade. Ainda de acordo com o coordenador do projeto as pesquisas contribuirão para atualização do panorama turístico do município. “É de grande importância que a aferição do perfil do turista seja constantemente atualizada. Assim poderemos  perceber se houve alguma mudança ou não e até mesmo criar propostas para atrair o público”, afirma.

Estas pesquisas trazem a possibilidade de mensurar o perfil dos visitantes que desfrutam da cidade. Para o professor, “o estudo das identidades e do imaginário turístico são fundamentais para a preservação da história local, ao permitirem inserir os sujeitos como coparticipantes do processo de conhecimento e preservação, dando-lhes a oportunidade de se tornarem parte da cidade”, conclui.

Confira a análise de resultados da pesquisa