Maria Clara dos Santos, natural de Matias Barbosa, está no último módulo do Pism e sonha em cursar Medicina: “Sempre tive o sonho de ajudar as pessoas” (Foto: Maria Julia Castro)

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) ofereceu atendimento especializado a 671 estudantes, que solicitaram apoio e auxílios diversos para realização das provas do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism). São candidatos com deficiência ou outras necessidades específicas – entre elas, pessoas com autismo, com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), diabéticos e lactantes.

Os atendimentos acontecem nos campi de Juiz de Fora e Governador Valadares, sob orientação do Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI) da Universidade. Em Juiz de Fora, as provas são realizadas no Instituto de Ciências Humanas (ICH) e, para atender à demanda de solicitações, 130 fiscais receberam capacitação específica.

De acordo com a coordenadora do NAI, Aline Takahira, os fiscais foram orientados sobre o suporte necessário a cada estudante e para o apoio no uso das dependências da unidade. Como nem todos os prédios possuem acessibilidade adequada, a UFJF reserva espaços que possuem elevador, rampa, mobiliário apropriado, entre outros recursos.

“Espero em breve vê-los aqui como discentes da UFJF”, comemorou a coordenadora do NAI, professora Aline Takahira

“Ficamos muito felizes com a chegada das pessoas com deficiência na Universidade, ocupando esses espaços. Deixamos tudo organizado para a acessibilidade nos dois dias de prova como, por exemplo, alocação de tradutores e intérpretes de libras, uso de lupas (para candidatos com baixa visão) e destinação de espaços adequados. Espero em breve vê-los aqui como discentes da UFJF.”

Entre os principais recursos disponíveis, estão: prova e cartão com tamanho de fonte ampliada; auxílio de ledor e/ou transcritor; prova em braille; lupas; calculadora e auxílio de intérprete de línguas. Os espaços também contam com salas acessíveis, mesas adaptadas para uso de cadeira de rodas, carteiras e cadeiras de tamanhos maiores. Os candidatos podem também obter prazo dilatado para realização da prova; serem alocados em salas coletivas e individuais. Além disso, durante todo o processo, há equipe médica e psicológica no local. 

Todas as informações sobre o serviço estão disponíveis no edital do Pism, assim como o prazo de solicitação do atendimento.

Acolhimento e inclusão

Em 2024, a Diretoria de Imagem Institucional conversou com Sarah da Cunha, então candidata do módulo II do Pism. Na edição deste ano, a nossa equipe reencontrou a jovem que agora está prestando o módulo III. Com tetraplegia, Sarah conta com o apoio de um transcritor para realizar as provas, sendo conduzida a uma sala reservada, onde uma pessoa lê as questões e redige suas respostas.

“Esse é o módulo que vai ser decisivo, mas eu sigo bastante confiante e entusiasmada”, comentou Sarah Cunha (Foto: Maria Julia Castro)

A estudante de 18 anos e natural de Oliveira Fortes, interior de Minas Gerais, mantém o entusiasmo em estudar na UFJF e alega que já se enxerga como uma psicóloga, área que deseja estudar na instituição. “Esse é o módulo que vai ser decisivo, mas eu sigo bastante confiante e entusiasmada. Eu me preparei ao longo do ano estudando bastante para ser psicóloga, que é uma área que gosto bastante e me enxergo nela. Quero muito estudar aqui na UFJF, que é um lugar de referência pra mim.”

A mãe da jovem, Elenice Aparecida da Cunha, deseja que a filha siga seus caminhos dentro da instituição. O apoio da família, na visão da mãe, é fundamental para que os filhos possam alcançar os objetivos. “É um prazer muito grande para mim como mãe estar acompanhando a minha filha. Eu quero e creio que ela irá realizar o desejo dela. Eu sigo torcendo pela minha filha e tenho certeza que ela vai conseguir.”

Família de José Arthur, de Macaé, se encantou com a estrutura do campus (Foto: Maria Julia Castro)

José Arthur Oliveira veio de Macaé, no estado do Rio de Janeiro, acompanhado dos pais Délio e Maria Cristina Oliveira. Com neurodivergência, o rapaz faz as provas do primeiro módulo do Pism. Ao chegar na UFJF pela primeira vez, a família se encantou com a estrutura do campus. 

“Olha, estou um pouco ansioso, mas, ao mesmo tempo, estou tranquilo, porque sei que tudo vai dar certo. E é uma experiência inédita que estou vivenciando e a vida é feita de vivências”, reflete o jovem.

No espectro

Gabriel Marques Moreira, de 17 anos, quer estudar Engenharia Elétrica e veio acompanhado da mãe, Sheila Marques Moreira. Ele conta sobre sua preparação para a prova e reforça o marco representativo da UFJF para um futuro melhor com oportunidades. “Foi um processo longo e de certa forma cansativo durante esse período de estudos, mas me vejo bem preparado para esta prova e estou bastante confiante, certo de que tudo irá bem.”

“Estou bastante confiante, certo de que tudo irá bem”, disse Gabriel, que deseja ingressar em Engenharia Elétrica (Foto: Maria Julia Castro).

A mãe de Gabriel também vê na UFJF a chance para que o filho se torne um excelente profissional. “É muito emocionante poder acompanhar meu filho nessa jornada. Ele é muito inteligente e dedicado aos estudos e estudar aqui na UFJF será maravilhoso para ele. Eu tenho muito orgulho.”

Também no espectro autista, Maria Clara dos Santos, natural de Matias Barbosa, está no último módulo do Pism e sonha em cursar Medicina. Para ela, a UFJF representa uma porta aberta por manter uma política de acolhimento em que todos têm as mesmas oportunidades. “Sempre tive uma grande paixão por cuidar das pessoas”, relata. 

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