A Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) recebe esta semana o Negritude em Foco, evento promovido pelo coletivo Novos Griots. Com rodas de conversa, palestras, oficinas e atividades culturais, a programação reforça o papel da comunicação na construção de narrativas antirracistas e marca a chegada do 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.
Nesta terça, às 19h, acontece a exibição do documentário “MNU: A Resistência que Não Se Silencia”, seguida de debate sobre o tema. Já na quarta-feira, a programação traz uma roda de conversa sobre saberes ancestrais e academia e uma oficina de Abayomi, conduzida pelo Núcleo Permanente de Relações Etnico-Raciais (Nuprer) da Secretaria Municipal de Educação de Juiz de Fora. Veja na arte.

Para Sofia Bispo, aluna do jornalismo, precisamos transformar o modo como o conteúdo é produzido e como as narrativas são construídas
A realização do Negritude em Foco evidencia o esforço coletivo de estudantes para impulsionar debates urgentes dentro da Universidade e o apoio às pautas antirracistas. “Sabemos que a negritude e outros grupos minorizados no Brasil são constantemente apagados, e nós, como futuros profissionais da comunicação, temos responsabilidade nesse processo. Por isso, precisamos fomentar essas discussões desde a formação, para transformar o modo como o conteúdo é produzido e como as narrativas são construídas”, afirma Sophia Bispo, estudante de jornalismo
O evento é fruto da mobilização do coletivo Novos Griots, criado por estudantes negros da Facom a partir da percepção de que ainda há tensões raciais no meio universitário. A iniciativa busca fortalecer a autoestima, promover acolhimento e ampliar o sentimento de pertencimento de estudantes, servidores, docentes e trabalhadores terceirizados da UFJF.
A organização do Negritude em Foco conta também com o apoio do Diretório Acadêmico Vladimir Herzog, da Produtora de Multimeios da UFJF, do Diretório Central dos Estudantes e das Uniões Nacional e Estadual dos Estudantes.
Para o integrante do Novos Griots, João Deiss, o surgimento do coletivo é um gesto de resistência, “Queremos recuperar o que a violência e o racismo tiraram de nós, ocupando os espaços universitários para usufruirmos do ensino público em igualdade. A luta antirracista vai além da universidade, mas reconhecemos que é preciso começar de algum lugar e em algum momento. Por que não aqui e agora?”, questiona.
Mais informações no perfil do coletivo.
