A Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Fadepe) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) celebra, neste mês de julho, 30 anos de atuação. Para marcar a data, será realizada, nesta quarta-feira, 30, uma solenidade comemorativa em homenagem às pessoas que contribuíram com a trajetória da fundação na gestão administrativa e financeira de projetos. O evento acontece a partir das 8h30, na Faculdade de Engenharia, e é aberto à comunidade acadêmica. A programação inclui abertura oficial com fala das autoridades presentes, resgate histórico da Fadepe e apresentação cultural do Coral Pró-Música.
Criada por um grupo de professores da UFJF — entre eles o ex-reitor Renê Matos e a atual prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão —, a Fadepe é uma instituição privada sem fins lucrativos, voltada ao apoio à Universidade na execução de projetos de ensino, pesquisa, extensão e inovação.
Ao longo das últimas três décadas, a fundação ampliou significativamente seu campo de atuação. Atualmente, está credenciada para apoiar outras instituições, como o Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG), o Hospital Universitário da UFJF (HU/Ebserh), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), a Agência do Polo do Leite, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a Fundação Hemominas.
Desde sua criação, a fundação já gerenciou mais de R$ 1,4 bilhão em recursos. Sua atuação abrange desde a elaboração até a execução de políticas, ações e projetos, prestando apoio administrativo e financeiro. Além disso, desenvolve pesquisas científicas e tecnológicas, promove inovação e é apta a instituir e administrar fundos patrimoniais.
Foco em inovação, integridade e sustentabilidade
Para o diretor executivo da Fadepe, Marcos Tanure, a fundação tem se adaptado continuamente às demandas da sociedade, promovendo pesquisas e desenvolvendo novos produtos, serviços e processos. Segundo ele, a busca por sustentabilidade financeira passa pela identificação de “fontes de receita mais perenes”, além do aprimoramento dos processos internos e do fortalecimento da governança.
“A atuação em projetos voltados ao enfrentamento de calamidades, como a pandemia de Covid-19 e as enchentes no Rio Grande do Sul, demonstra a capacidade de resposta da Fadepe a situações emergenciais. A constante atualização das políticas internas e o fortalecimento do Programa de Integridade, em parceria com o Instituto Ethos, reforçam nosso compromisso com as melhores práticas de governança no setor de ciência e tecnologia”, afirma.
Entre as ações recentes, destacam-se a internalização das áreas jurídica e contábil, a segmentação dos processos por carteiras temáticas e a criação e atualização do Portal da Transparência.
Para os próximos anos, a fundação seguirá focada na melhoria contínua, com readequações nos processos internos, manutenção e fortalecimento do Programa de Integridade — incluindo a parceria com o Instituto Ethos e a adesão ao Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção — e a consolidação de mecanismos de transparência e compliance.
A Fadepe também pretende ampliar sua relevância estratégica, mantendo o compromisso com a ciência e a inovação, como expressa em seu lema: “Três décadas de inovação e compromisso com a ciência.” Ao apoiar projetos de alto impacto social e científico, segundo Tanure, a fundação reafirma sua posição como parceira fundamental para o desenvolvimento da Universidade e da sociedade.
Quase 4500 projetos executados em três décadas
A fundação já executou quase 4500 projetos em 30 anos. A contribuição para a sociedade através dos projetos geram a transformação social. Dentre os destaques estão:
- Projetos CAEd/UFJF: Representam 47% dos projetos executados na Plataforma TransfereGov de 2009 a 2018, indicando um impacto significativo na avaliação da educação.
- Licenciamento do SisLAME-CAED (2015): Um marco importante na sustentabilidade financeira da Fundação.
- Projetos de Enfrentamento de Calamidades: Cinco projetos com foco na pandemia da Covid-19 e nas enchentes no Rio Grande do Sul, demonstrando resposta a crises sociais.
- Projeto “O Brasil é o Café e o Café é o Negro”: Um projeto extensionista do IF Sudeste com alto impacto social, fortalecendo o protagonismo negro.
- Projetos PJF: 62 projetos em parceria com a Prefeitura de Juiz de Fora que conectam ciência, inovação e comunidade, gerando transformação social.
- Projeto CVZ APQ 01169/22: Desenvolvimento nacional de proteínas microparticuladas do soro de leite, que foi premiado pela Dairy Management Inc. na International Whey Conference 2024 em Dublin, Irlanda.
Professor do Departamento de Química da UFJF e um dos coordenadores com maior número de projetos apresentados pela Fadepe, Rodrigo Stephani destaca o papel estratégico da fundação. Nos últimos oito anos, ele esteve à frente de 66 projetos, sempre com suporte da fundação em áreas como gestão financeira e operacional. “Eu atribuo a esses resultados, em primeiro lugar, é uma parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (Cnpq) no programa MAI/DAI. Em segundo lugar, é essa credibilidade que construímos com as empresas de bons resultados. Em terceiro lugar, temos um grupo que compreende como lidar com empresas, como despertar o interesse delas e fomentar um ambiente de empreendedorismo.”
Stephani também ressalta o apoio que a fundação contribuiu, na prática, para que fosse possível a viabilização e expansão dos projetos. Segundo ele, a Fadepe tem atuado de forma próxima e proativa em todas as etapas dos processos. “Eu acredito que o fato da Fadepe ter voltado a sua estrutura para dentro da Universidade foi fundamental, pois facilita em tudo e isso é muito importante. Os canais de comunicação estão sempre muito abertos. Toda a equipe foi sempre muito atenciosa com a gente e tem nos apoiado nesses 66 projetos desenvolvidos nesses últimos oito anos.”
Propulsora de desenvolvimento
A Fadepe conta com um Conselho Curador, instância máxima de deliberação responsável por aprovar e orientar as ações da Direção Executiva. Segundo o presidente do Conselho, Marcelo Silvério, o órgão tem atuado para garantir a transparência, a eficiência da gestão e o alinhamento com boas práticas do setor público e privado. “A estratégia adotada para este compromisso é o respeito à Política de Compliance que foi implementada. Esta política indica as boas práticas de gestão que a Fundação deve seguir. E com isso garantir uma governança sólida e transparente, alinhada às boas práticas do setor público e privado.”

Marcelo Silvério destaca que o Conselho Curador tem atuado para garantir a transparência, a eficiência da gestão e o alinhamento com boas práticas do setor público e privado (Foto: Alexandre Dornelas)
Silvério também destaca o papel do Conselho na aprovação do planejamento orçamentário de cada ano e na prestação de contas de cada exercício. Nestes dois momentos, o Conselho atua para garantir a transparência e a eficiência da gestão. Neste contexto, o Conselho tem feito um grande trabalho de análise e discussão com a Diretoria das ações e resultados da fundação.
Ainda de acordo com o presidente, o maior legado da Fadepe é sua integração com a UFJF. “Nós desejamos que nos próximos 30 anos a Fadepe amplie suas ações e permita que a Univerisdade continue sendo uma das melhores universidades do Brasil. Que nossa Fundação possa se manter no patamar elevado de transparência e eficiência, e que continue a impulsionar o desenvolvimento da instituição.”
Outras informações: Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Fadepe)



