Coro Madrigale tem repertório diverso que abrange o universo erudito e o popular (Foto: Élcio Paraíso)

A programação do 35º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga segue com a participação do renomado Coro Madrigale, neste sábado, 2. O grupo apresenta a “Missa Afro-Brasileira (de Batuque e Acalanto)”, escrita pelo compositor mineiro Carlos Alberto Pinto Fonseca. Sob a regência do maestro e diretor artístico Arnon Oliveira, a apresentação acontece às 20h, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, no bairro Granbery.

O espetáculo combina referências das raízes afro-brasileiras com a estrutura da missa católica. “A fusão de elementos religiosos e culturais brasileiros cria uma obra única e profundamente enraizada na tradição afro-brasileira, tornando-a um destaque no repertório coral nacional. O Coro Madrigale tem a honra de interpretar essa peça, que reflete tanto a riqueza cultural quanto a diversidade musical do Brasil”, destaca o regente.

Festival divulga repertórios essenciais

Na avaliação de Arnon Oliveira, o Festival contribui para a preservação da memória musical do país  (Foto: Élcio Paraíso)

Para o maestro, o Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga é um dos eventos mais tradicionais e significativos do Brasil em sua área de abrangência. “Ele promove o estudo, a interpretação histórica e a divulgação de repertórios essenciais para a preservação da memória musical do país. Além disso, desempenha um papel crucial na formação de público, valorização do patrimônio musical brasileiro e na conexão entre intérpretes e professores de diversas partes do mundo”.

Segundo Oliveira, o reconhecimento do festival como Patrimônio Imaterial de Juiz de Fora destaca seu impacto cultural duradouro, servindo de inspiração para projetos que buscam preservar e promover a riqueza da música erudita no Brasil. “Participar deste festival não só reforça o compromisso do Coro Madrigale com a excelência artística, como também promove a troca de saberes com outros músicos e pesquisadores, ampliando o alcance da música antiga e colonial em território nacional. O festival também desempenha um papel crucial no fomento à pesquisa musicológica, oferecendo um espaço de diálogo para a reflexão sobre o passado musical e suas conexões com o presente”.

Ainda de acordo com o maestro, “o Festival representa uma oportunidade única para o Madrigale compartilhar sua interpretação musical com um público mais amplo e diversificado, além de interagir com outros coros e grupos musicais de prestígio”, afirma, observando que o coro espera enriquecer sua própria experiência artística, ao mesmo tempo em que contribui para o sucesso do evento, oferecendo um repertório cuidadosamente selecionado e de alto nível técnico.

Três décadas de história

Criado em 1993, em Belo Horizonte (MG), o Coro Madrigale é considerado um dos melhores coros do estado e do país, se destacando por sua excelência técnica e sonoridade única, marcada por uma afinação precisa, pela harmonia entre os naipes e por seus arranjos minuciosamente trabalhados.

Coro Madrigale em uma de suas apresentações (Foto: Élcio Paraíso)

Ao longo de seus 31 anos de história, sob regência do maestro e diretor artístico Arnon Oliveira, o coro traz um repertório diverso, que abrange o universo erudito e o popular, transitando entre obras renascentistas e contemporâneas, dedicando-se especialmente à música brasileira. O Coro Madrigale proporciona ao público concertos únicos, com vivências afetivas e emocionais profundas.

Referência no cenário musical brasileiro, o maestro Oliveira é, ainda, coordenador dos corais do Centro de Musicalização Integrada (CMI) e subcoordenador do Núcleo de Música Coral da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Graduado em Piano e Regência pela Escola de Música da UFMG, Arnon é mestre em Musicologia, com foco em Música Brasileira, pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), e doutor em História, com ênfase em História Social da Cultura, pela UFMG. Além de suas formações acadêmicas e atuações como regente, Arnon Oliveira é professor de Regência na Escola de Música da UFMG.

Sua pesquisa e atuação como musicólogo têm sido fundamentais para o resgate e apresentação de obras de importantes compositores mineiros do período colonial e do século XX, como Lobo de Mesquita, Pe. João de Deus de Castro Lobo, Manoel Dias de Oliveira e Hostílio Soares.

Serviço

Apresentação: “Missa Afro-Brasileira (de Batuque e Acalanto)”, com o Coro Madrigale

Data e horário: 02 de novembro, às 20h

Local: Paróquia Nossa Senhora do Rosário (Rua Santos Dumont, 215 – Granbery)

Entrada franca

Outras informações:

(32) 2102-3964 – Pró-reitoria de Cultura (Procult)

Instagram @festivaldemusicajf