Comitiva composta por representantes de 20 instituições brasileiras visitaram a Rússia, em outubro, como parte de ações do Brics (Foto: Divulgação)

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) passou a integrar a Liga de Universidades do Brasil, Rússia e Belarus, criada como uma das ações de cooperação do Brics, grupo que reúne originalmente Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 

Em viagem a Moscou, em outubro, para participar do Fórum de Reitores do Brics e do Fórum de Reitores Brasil-Rússia-Belarus, o vice-reitor da UFJF, Telmo Ronzani, assinou o termo de adesão da instituição juiz-forana à associação internacional. A Liga congrega cerca de 20 universidades brasileiras e 40 russas e bielorrussas. 

O objetivo é estabelecer parcerias para alavancar pesquisas em rede, práticas de desenvolvimento sustentável e intercâmbio de professores e estudantes. “Estamos abertos e interessados em iniciativas como essa com todos os países do Brics”, afirmou, em entrevista, o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), reitor José Daniel Diniz Melo.

A missão científica incluiu reitores e vice-reitores de 20 universidades e instituições brasileiras, na maior comitiva de gestores acadêmicos locais ao país europeu. Ao longo de sete dias, de 13 a 19 de outubro, Ronzani participou de reuniões, discursou a respeito da UFJF e visitou instituições, incluindo a Universidade Estatal de Moscou Lomonosov, de onde saíram prêmios Nobel, como o físico Vitaly Ginzburg, e o renomado psicólogo Lev Vygotsky.

Vice-reitor da UFJF, Telmo Ronzani, assina adesão à Liga de Universidades da Rússia, Belarus e Brasil (Foto: Divulgação)

“A partir dessas reuniões, a gente viu vários potenciais em diversas áreas de conhecimento, inovação, pesquisa, intercâmbio cultural e linguístico”, afirma Ronzani. Um dos pontos fortes da UFJF, apresentado pelo vice-reitor, foi a variedade de áreas de conhecimento, com excelência, na instituição mineira. 

Além de três acordos internacionais que já estavam em vigor entre a UFJF e instituições da Rússia e da Belarus (veja abaixo), novos estão sendo negociados. Cooperações envolvendo mais de uma universidade, para ações em rede, também estão no escopo de possibilidades. “Foi uma visita muito rica e muito promissora. Vamos dar continuidade para que a gente tenha ações concretas de cooperação”, reforça Ronzani.

A comitiva se reuniu com autoridades da Escola Superior de Economia, da Acadêmia de Ciências Russa, do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou, da Universidade Estatal Russa para Humanidades, do Instituto de Ciência e Tecnologia de Skolkovo e do Centro Quântico Russo.

Um dos encontros teve como foco exclusivo as instituições de países do Brics. A reunião precedeu a cúpula presidencial do bloco, realizada em Kazan, no sudoeste do país, de 22 a 24 de outubro. A Rússia é a sede do grupo, em 2024, condição que passará para o Brasil em 2025. Nesse ano, está prevista a vinda de uma comitiva das nações do Brics a terras brasileiras, em data a ser definida. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi a escolhida para sediar o encontro acadêmico. A proximidade com Juiz de Fora traz boas perspectivas de estender parte da visita à UFJF. 

Sul Global

Diretor de Relações Internacionais da UFJF, Alexandre Cadilhe, aposta em novos rumos para internacionalização  (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

Organizada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a missão acadêmica internacional foi um convite da embaixada da Rússia no Brasil. O encontro visou ainda aumentar a presença de países do Brics no cenário acadêmico global. O objetivo amplia-se para além do estabelecimento de acordos pontuais com integrantes do grupo.

“Trata-se de uma ação fundamental para que se estabeleçam políticas de internacionalização que sejam alternativas ao que hegemonicamente vinha se estabelecendo no diálogo do Brasil com países da Europa e os Estados Unidos, por exemplo”, ressalta o diretor de Relações Internacionais da UFJF, Alexandre Cadilhe. 

De um modelo de cooperação anterior, de teor mais colonialista, tende-se a uma perspectiva de mais diálogo entre o Sul Global, termo que se refere, de modo geral, a conexões entre países em desenvolvimento, com vista a relações mais cooperativas e multilaterais do que exploratórias e de dominância. “A participação nesse evento tem ainda como efeito também o fortalecimento de uma rede que envolve as universidades vinculadas aos países associados aos Brics”.

Uma medida dessa nova orientação pode ser estabelecida em breve. A UFJF sinalizou a abertura de diálogo com instituições chinesas, podendo realizar pela primeira vez intercâmbio científico com o país asiático, conforme Cadilhe. As iniciativas do Brics, portanto, conforme frisa o diretor, perpassam não apenas a busca de soluções para demandas econômicas, mas também alternativas de internacionalização.

Acordos vigentes

Vice-reitor, Telmo Ronzani (ao centro), visitou instituições de pesquisa da Rússia; UFJF já possui 3 convênios com o país europeu (Foto: Divulgação)

A UFJF já possui três acordos com instituições acadêmicas da Rússia e da Belarus. Foram firmadas parcerias com a Tomsk State Pedagogical University, o Joint Institute for Nuclear Research e a Academia Estatal de Música da Belarus.

Em torno de cem acordos e convênios internacionais estão firmados entre a Universidade e instituições de mais de 30 países, incluindo Argentina, Portugal, Sri Lanka e Ucrânia. Docentes interessados em estabelecer parcerias, seja com a nova Liga ou com outras associações, podem entrar em contato com a Diretoria de Relações Internacionais da UFJF, pelo e-mail internationaloffice@ufjf.br. 

Além da UFJF, participaram da delegação brasileira, na Rússia, representantes das universidades federais de Minas Gerais (UFMG), de Ouro Preto (Ufop), de Itajubá (Unifei), do Rio de Janeiro (UFRJ), do Espírito Santo (Ufes), de Brasília (UnB), do Rio Grande do Sul (UFRGS), do Rio Grande (Furg), de Santa Catarina (UFSC), do Pará (UFPA), do Rio Grande do Norte (UFRN), do Oeste da Bahia (Ufob), do ABC (UFABC), do Norte do Tocantins (UFNT), do Sul da Bahia (UFSB), das estaduais de Campinas (Unicamp), Paulista (Unesp) e de Santa Catarina (Udesc). Também compuseram o grupo integrantes do Ministério da Educação, da Comissão Nacional de Energia Nuclear e do Laboratório Nacional de Computação Científica.

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