Autor de clássicos como “Carinhoso” e “Naquele tempo”, obras importantes da Música Popular Brasileira, Pixinguinha foi arranjador, instrumentista, compositor, maestro, consagrando-se como um dos maiores representantes do choro brasileiro. Para celebrar o seu legado, a Editora Telha promove o lançamento da biografia “Proezas de Pixinguinha”, escrita pelo pesquisador e produtor musical José Silas Xavier. O evento acontece no Cine-Theatro Central, no dia 23 de maio, às 18h30, com entrada gratuita e apresentação de um grupo de choro.

Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha (1897-1973), morreu há 51 anos. No livro lançado, o autor esmiúça incertezas da biografia do criador de grupos essenciais da fundação da MPB, como Oito Batutas (1919), Orquestra Típica Pixinguinha/Donga (1920), Grupo da Guarda Velha e dos Diabos do Céu (anos 30), Pessoal da Velha Guarda (anos 40), autor de arranjos de incontáveis sucessos carnavalescos, de “Alá-lá-ô” a “Implorar” e “O orvalho vem caindo”. 

No trabalho dedicado a Pixinguinha, além do relato biográfico, o pesquisador faz um levantamento aprofundado da obra do compositor, em parceria com o músico e pesquisador Pedro Aragão. Ele inclui novas descobertas sobre o compositor, como sua verdadeira data de nascimento, que não teria sido em 1898, mas um ano antes, em 1897, como indica a publicação. O livro é uma tentativa de humanizar e valorizar figuras fundamentais na história da MPB, que muitas vezes são esquecidas pelo público. 

A pesquisa foi realizada inicialmente para o site de Pixinguinha, junto ao Instituto Moreira Salles, responsável pelo acervo do artista, mas resultou no livro de 740 páginas. Por isso, a crítica está considerando a obra como a maior compilação da discografia de Pixinguinha já realizada, com respaldo nas fontes mais diversas.

Funcionário aposentado do Banco do Brasil, José Silas Xavier é conhecido como um dos grandes pesquisadores musicais do país. O escritor produziu 14 discos para a Fenabb entre 1969 e 1992, entre eles os clássicos “Chorando Callado”, “Velhos Sambas…Velhos Bambas“, “Os Pianeiros”, “Sarau Brasileiro”, “Noel Rosa”, “Ary Barroso” e “Choro – aos Mestres com Ternura”. Também foi assessor de imprensa do Ministro da Fazenda entre 1980 e 1985 e assessor de imprensa do Secretário da Receita Federal, de 1990 a 1991. 

“A importância de Pixinguinha para nossa música foi maravilhosamente sintetizada pelo pesquisador Ary Vasconcelos: Se você tem quinze volumes para falar de toda a música popular brasileira, fica certo de que é pouco. Mas se dispõe apenas do espaço de uma palavra, nem tudo está perdido; escreva depressa: Pixinguinha”, escreveu Xavier na sinopse.