Com um total de 175 alunos, escolas públicas e privadas de Juiz de Fora e região participaram, nesta quarta-feira, 25, da 34ª Feira de Ciências do Instituto de Ciências Exatas (ICE), na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O evento faz parte da programação da Semana do ICE, que completou 55 anos no dia 15 de outubro. Duas escolas de Juiz de Fora e uma de São João Nepomuceno conquistaram o primeiro lugar dentre as categorias A, B e C.
Entre as escolas vencedoras, está a Escola Municipal Doutor Augusto Glória, de São João Nepomuceno, que recebeu o primeiro lugar na categoria C. Os alunos realizaram experimentos com arduino, uma plataforma de prototipagem que facilita a elaboração de projetos robóticos. Para o estudante Lucas Knop, levar o prêmio é um marco muito grande não só para ele, como para toda a comunidade escolar. “Eu nem acreditei quando falaram o nome da nossa escola. É um marco histórico na nossa vida. Eu nunca vou esquecer isso. Estar aqui e representar a minha cidade e a minha escola me deixa muito orgulhoso e grato por ter participado.”
O professor responsável por levar os alunos para a Feira, Carlos Leonardo, possui um projeto de robótica nas escolas das regiões urbanas e rurais de São João Nepomuceno. Segundo ele, as escolas da cidade já foram premiadas em edições anteriores. “O trabalho a longo prazo surte efeito. Começamos em 2018 o projeto nas escolas e de lá pra cá temos sido vitoriosos em pelo menos três edições. Eu falo isso com muito orgulho. Através dessas feiras promovidas pelo ICE, o projeto de robótica já está em dez escolas da nossa cidade, através de investimentos por parte do município e do Estado. Isso só mostra o quão importante é essa feira aqui para a gente.”
46 trabalhos, 11 escolas
Ao todo, 46 trabalhos de 11 escolas (sete públicas e quatro privadas) foram apresentados durante a feira. Cinco escolas são de outras cidades: São João Nepomuceno, Guarará, Arantina, Barbacena e Ipatinga. Apresentando o projeto sobre Santos Dumont e os irmãos Wright, a estudante do 1º ano do ensino médio da Escola Estadual Fernando Lobo, Kailane Pereira, relata que ter o seu trabalho escolhido para ser apresentado na feira só reforça a valorização da UFJF em chamar as escolas públicas para usufruírem do espaço através de atividades que difundem o conhecimento, além de ser uma forma desses estudantes conhecerem melhor as dependências da Universidade.
“É uma felicidade muito grande estar aqui e é uma grande oportunidade a gente vir à Universidade e apresentar o nosso trabalho. No início, eu não estava acreditando que iríamos conseguir apresentar, por sermos de escola pública. Mas isso só mostra que é possível sim e que todos podem estar aqui dentro da Universidade.”
O estudante do 2º ano do ensino médio do Colégio de Aplicação João XXIII, Yuri Ferreira, apresentou um projeto de energia eólica para alimentar bateria de automóveis. Para ele, ter participado do evento é uma experiência diferente e inovadora e isso pôde trazer, para além da sala de aula, todo o conhecimento obtido na escola através de uma atividade prática. “Estar aqui já é outro nível. A gente não imagina estar nesse espaço apresentando um projeto na feira de ciências e ter o nosso trabalho escolhido é uma honra muito grande. Isso é uma ótima oportunidade para todas as escolas estarem aqui se apresentando.”
De acordo com o vice-coordenador da feira e também do Departamento de Física da UFJF, Wallon Tadaiesky Nogueira, através de eventos como a Feira de Ciências, trazer as escolas para a instituição é uma forma de projetar a Universidade não só para dentro de Juiz de Fora, mas também para as outras cidades da região. “A presença desses estudantes dá oportunidade de compartilhar esse conhecimento de ciência e tecnologia. O nosso objetivo é que esses alunos coloquem a UFJF como um objetivo de futuro, além de mostrar que é algo alcançável através do ensino público, gratuito e de qualidade.”
Os vencedores das categorias A, B e C receberam medalhas durante a premiação. Além disso, os vencedores da Categoria C serão indicados para a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), um programa de talentos em Ciências e Engenharia que estimula a cultura científica, o saber investigativo, a inovação e o empreendedorismo em jovens e educadores da educação básica e técnica do Brasil.
Confira a lista das escolas vencedoras
Grupo A
1º Lugar – Colégio Magnus, Juiz de Fora: Projeto: Trio da Ciência
2º Lugar – Colégio Magnus, Juiz de Fora: Projeto: Cone anti-gravitacional
3º Lugar: Escolas da Zona Rural de São João Nepomuceno: Projeto: Utilização de projetos envolvendo as ciências básicas e a sustentabilidade para ajudar na aprendizagem dos alunos na sala de aula
Grupo B
1º Lugar: Colégio Machado Sobrinho, Juiz de Fora (Projeto: Acelerador de Partículas) e Escola Municipal Doutor Augusto Glória, São João Nepomuceno (Projeto: Aplicações do Arduino para Facilitar a Vida do Ser Humano)
2º Lugar: Colégio Soberana, Barbacena. Projeto: Calculadora, calculadora minha. Existe uma face mais bela que a minha?
3º Lugar: Escola Estadual Professor Gabriel Arcanjo de Mendonça, São João Nepomuceno. Projeto: Parque de Diversão Sustentável
Grupo C
1º Lugar: Escola Estadual Professor Gabriel Arcanjo de Mendonça, São João Nepomuceno. Projeto: Aplicações do arduino no dia a dia de uma cidade
2º Lugar: Escola Educação Criativa, Ipatinga. Projeto: Impactos socioemocionais do uso do celular na geração Z
3º Lugar: Escola Estadual Padre Francisco Rey, Arantina. Projeto: Serpentes: Como explicar o bote?