Grupo de trabalho irá elaborar projeto político institucional para a possível emancipação do campus (Foto: Divulgação)

O Conselho Superior (Consu) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) aprovou nesta terça-feira, 19, por meio da Resolução nº 52/2023, a criação de um grupo de trabalho que visa elaborar o projeto político institucional para a possível emancipação do Campus Avançado da UFJF em Governador Valadares. 

A resolução é resultado da apresentação do relatório final, elaborado e apresentado pela Comissão do Debate (CCD) durante a reunião do Consu, realizada na última sexta-feira, 15. Tanto o relatório quanto a proposta de criação do grupo de trabalho receberam aprovação unânime.

O presidente da Comissão, Erly Azevedo, destacou em sua apresentação que foi identificado durante os debates com a comunidade acadêmica a necessidade de desenvolver um projeto de como seria a universidade de GV após a possível desvinculação. Assim, o novo grupo de trabalho deve propor discussões sobre a identidade e a vocação regional da futura instituição. Além disso, será tratado o planejamento da expansão de vagas e cursos, bem como a estruturação da governança institucional.

“A desvinculação não deve ser vista como uma separação abrupta ou radical. Em vez disso, é preciso encarar esse processo como uma evolução natural, resultado do amadurecimento do campus de Governador Valadares que busca uma vocação própria em prol do interesse coletivo regional”, observa o professor.

Nesse mesmo contexto, o secretário geral da UFJF, Edson Faria, também afirma que a Universidade compreende o desejo de desvinculação, levando em consideração diversos fatores, como a geografia e o desenvolvimento do campus nos últimos anos, e continuará acompanhando todo o processo de decisão.

“Não se trata de um processo de separação. É mais comparável, para usar uma analogia familiar, à transição de um filho que deixa a casa dos pais para viver em sua própria residência. No início, há acompanhamento, orientação e sugestões. Até agora, o trabalho desenvolvido pelas comissões formadas foi de avaliar a viabilidade de uma separação e como essa discussão ocorreria, a fim de determinar se era um desejo da comunidade. Agora, chegamos a um estágio em que é necessário aprofundar e detalhar ainda mais”, comenta Faria, que ressalta que a Universidade continuaria como tutora do campus até que a instituição possa se manter e funcionar de forma independente.

“A desvinculação não deve ser vista como uma separação abrupta ou radical. Em vez disso, é preciso encarar esse processo como uma evolução natural, resultado do amadurecimento do campus de GV” pontuou Erly Azevedo (Foto: Gabriella Ramos)

Conforme explicado pelo secretário e por Azevedo, além da aprovação do grupo de trabalho, ficou estabelecido pelo Consu que o trabalho fosse realizado seguindo as diretrizes estabelecidas pelo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFJF.

Após a publicação da Resolução, as próximas deliberações serão discutidas durante a próxima reunião do Conselho Gestor do campus de Governador Valadares, agendada para sexta-feira, 22.

Processo de discussão 

O debate sobre a possível desvinculação teve início em 2019, através de uma audiência pública realizada em Governador Valadares, resultando na criação da primeira comissão para debater o tema em 2020, por meio da Portaria nº 214/2020. Contudo, devido a fatores situacionais diversos, a comissão foi dissolvida para que fosse criada uma nova. Em 2021, com uma nova direção geral a frente do campus de GV, o Conselho Gestor do Campus Avançado decidiu por dar continuidade dos trabalhos através da Comissão para definição  de “Metodologia de Debate” (Resolução Nº 03/2021

Considerando que o tema deveria envolver ampla discussão em todos os segmentos da universidade, com participação das instâncias superiores da UFJF, sem deixar de ouvir a comunidade Valadarense, foi deliberado, pelo Consu, pela Resolução n° 05/2022, a criação de uma Comissão para definição de “Metodologia de Debate”, com as devidas representações, a qual deveria apresentar ao Consu uma proposta de metodologia a ser adotada para a discussão do tema.

Os membros se reuniram regularmente para coordenar e estabelecer a estrutura dos trabalhos de apoio aos debates relacionados à possível emancipação do campus GV. O processo começou com a elaboração e divulgação de um cronograma abrangente de atividades tanto da Comissão quanto dos grupos de trabalho encarregados de dar suporte a ela. Este cronograma incluiu uma variedade de eventos, tais como mesas redondas, reuniões abertas e audiências públicas focadas no tema da emancipação.

“Acredito que a nova discussão é uma continuidade das discussões anteriores. Primeiro, compreendemos a história do campus de Governador Valadares, bem como as condições legais para a emancipação; o segundo foi quanto ao levantamento de casos efetivos da emancipação de outros campi; e o último trabalho foi ouvir a comunidade acadêmica e debater dúvidas quanto ao tema. Agora, precisamos definir a universidade que queremos”, finaliza Azevedo. 

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