
Os Engenheiros sem Fronteiras da UFJF completam 10 anos. (Foto: Divulgação)
O Engenheiros Sem Fronteiras (ESF) é uma organização internacional sem fins lucrativos que conecta conhecimento técnico com propósito social. Por meio do desenvolvimento de projetos nos eixos de sustentabilidade, infraestrutura e assistência básica, educação, gestão e empreendedorismo, o núcleo tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida de comunidades e pessoas em situação de vulnerabilidade. A organização está presente em 65 países e mais de 70 cidades brasileiras.
Em Juiz de Fora, o núcleo comemora 10 anos. Desde 2015, estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora aplicam o conhecimento de sala de aula em projetos que unem inovação e impacto social. Com a missão de transformar a realidade de pessoas e instituições, a iniciativa conta com ações voltadas à promoção de conhecimento e capacitações, práticas ambientais responsáveis, desenvolvimento de liderança e melhora nas condições de vida.
Segundo o diretor de Gestão de Pessoas, Mateus Galdino, estudante de farmácia na UFJF, o ESF Juiz de Fora reúne voluntários de diversas áreas como engenharia, arquitetura, direito, farmácia, psicologia e outros. Essa diversidade de cursos e conhecimentos enriquece o trabalho feito. Já passaram pelo núcleo cerca de 250 voluntários e a organização apresenta um impacto positivo de cerca de 2 mil pessoas alcançadas por ano com ações e projetos.
Entre as frentes de atuação, destaca-se o eixo de infraestrutura e assistência básica, como projetos de revitalizações e reformas, e elaboração de projetos de usucapião, o único da cidade a oferecer esse tipo de serviço de forma totalmente gratuita.
No eixo educacional, diversas iniciativas já foram desenvolvidas, como o projeto de educação ambiental em parceria com a MRS, empresa que opera na malha ferroviária de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo; o reaproveitamento de óleo de cozinha e o uso de biodigestores (equipamento que acelera decomposição orgânica sem oxigênio), ambos em colaboração com o Instituto EPROS, um centro de reciclagem em Juiz de Fora; além de feiras de profissões. Já no eixo de sustentabilidade, o grupo promove ações como captação de águas pluviais, implantação de hortas em escolas e creches e o desenvolvimento de sistemas de compostagem. No eixo de gestão e empreendedorismo, são realizados trabalhos voltados à elaboração de planejamentos estratégicos e à automatização de planilhas.
Ao longo do ano, o núcleo também realiza ações sociais. Entre as iniciativas estão ações de volta às aulas com arrecadação de material escolar, campanhas de páscoa com doação de chocolates, campanhas de natal com doação de brinquedos, campanhas de arrecadação de alimentos, realização de brincadeiras e atividades educativas com crianças e idosos.
A diretora geral do núcleo, Isabela Ribeiro, estudante de Psicologia da UFJF, destaca que a vivência como voluntária no Engenheiros Sem Fronteiras vai muito além do aprendizado técnico. Para ela, o projeto representa uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional. “Ser voluntária do Engenheiros Sem Fronteiras é uma experiência única que me permitiu conhecer pessoas e professores de diferentes cursos e ampliar meus horizontes, tendo maior contato com o mercado de trabalho. Além disso, desenvolvi habilidades muito importantes graças aos treinamentos que são oferecidos aos membros de forma gratuita, sempre com o intuito de capacitar para o trabalho interno e também para a vida”, esclarece.
Segundo a diretora, ser voluntária do ESF a proporcionou impactar a vida de diversas pessoas, levando o conhecimento para além dos muros da faculdade de forma cuidadosa e humanizada. “O retorno e a gratidão dos beneficiários são os pontos que nos motivam e impulsionam a continuar nosso trabalho”, comenta.
Nasfe
O ESF/JF está localizado no Núcleo de Atendimento Social da Faculdade de Engenharia (Nasfe), que tem o objetivo de solucionar desafios de comunidades vulneráveis por meio dos conhecimentos de engenharia e arquitetura, atuando como ponte entre o conhecimento técnico da Universidade e as necessidades reais das comunidades.
As ações abrangem regularização fundiária, saneamento, habitações sustentáveis, hortas comunitárias, sistemas de captação de água. A ideia é oferecer soluções com baixo custo e impacto imediato.
O núcleo funciona a partir de demandas de famílias, instituições e comunidades que buscam apoio técnico, desenvolvendo projetos que unem viabilidade, sustentabilidade e impacto social. As ações vão desde pequenas adequações estruturais até regularizações de imóveis. Além de atender à comunidade, o núcleo é um espaço de formação prática para estudantes, que, por meio de editais, atuam como bolsistas ou voluntários e aplicam seus conhecimentos em situações reais. O Nasfe também amplia seu alcance por meio de parcerias e iniciativas voltadas à recuperação ambiental e ao uso consciente dos recursos.
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