O Instituto de Artes e Design (IAD) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realiza, nesta quinta-feira, 23, às 19h30, a segunda noite de performances da exposição “Uma exposição coletiva sobre as poéticas do CORPO”. A exposição reúne trabalhos desenvolvidos por estudantes da disciplina Poéticas Centradas no Corpo, ministrada pelo professor Saulo Silveira, e abrange produções dos cursos de Artes Visuais, Cinema e Moda. A mostra permanece em cartaz até o dia 28 de outubro, na Galeria Guaçuí, localizada no prédio do Instituto.

Parte da mostra que ficará exposta na Galeria Guaçuí até 28 de outubro (Foto: Maria Thereza Lopes/UFJF)
As obras resultam de experimentações que exploram o corpo como campo de pesquisa, expressão e criação artística, reconhecendo-o como presença sensível e meio de produção poética — para além da visão tradicional do corpo como mero instrumento. Para Silveria, o corpo, nas criações expostas, não é apenas tema ou meio expressivo, mas matriz de experiência, produção de conhecimento e presença viva no mundo. “O corpo é o lugar de onde a obra emerge; é nele que se inscrevem as percepções, memórias, afetos e gestos que dão origem às criações. As obras apresentadas são extensões de uma experiência, e não simples representações dela”, observa.
As obras são apresentadas em quatro diferentes mídias: audiovisual, diários de bordo (obras processuais e escritivas), imagens (pinturas e fotografias) e performances. Segundo o professor, essas produções traduzem experimentações com o corpo sob uma perspectiva arte/vida, afirmando sua relação intensiva com o mundo — em contraposição aos processos de objetificação e mecanização impostos pela lógica neoliberal-capitalista. Nesse sentido, as obras propõem modos singulares de existência, novas sensibilidades e formas de afeto.

Exposição reúne trabalhos desenvolvidos por estudantes da disciplina “Poéticas Centradas no Corpo”(Foto: Maria Thereza Lopes/UFJF)
A estudante do IAD e curadora da exposição, Lívia Alvim, destaca a importância da exposição e da temática. “É potente trazer uma exposição sobre o corpo e suas poéticas em um curso de Artes Visuais. Ao propiciar abertura do sensível e produção artística pela via do corpo, a disciplina traça paralelos entre linguagens e formas de se fazer arte”, afirma.
O professor ressalta ainda que o corpo do visitante também faz parte da experiência. “As obras não se completam sem a percepção encarnada de quem as encontra. O espaço expositivo se torna um território de encontros, onde se experimenta a alteridade, o desejo e a empatia. Nesse sentido, o corpo é também político, porque põe em questão as normas que o controlam e as formas de vida que o neoliberalismo tenta padronizar”, conclui.
