Formandos do curso de medicina do campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV), que colaram grau em 2024, tiveram destaque nos processos seletivos para residência médica realizados neste ano. É o que mostra levantamento realizado pela Comissão Orientadora de Estágios (COE), considerando-se os resultados do Exame Nacional de Residência Médica (ENARE), Processo Seletivo Unificado de Minas Gerais (PSU-MG), Processo Seletivo Unificado SUS-SP, dentre outros.

De acordo com a COE, dentre os 85 médicos egressos do ano de 2024, cerca de 80% realizaram provas em busca de uma vaga na especialização médica. Destes, 96% foram aprovados em pelo menos um programa e 78% assumiram a vaga. Dentre os discentes que não realizaram provas ou optaram por não assumir as vagas em que foram aprovados, destaca-se a necessidade de trabalhar na área por pelo menos um ano, no intuito de adquirir condições para se manter financeiramente durante a residência médica.

Dentre os residentes, as especialidades mais procuradas estão a Clínica Médica, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e a Oftalmologia. Porém, há egressos também em residências de Cirurgia Geral, Otorrinolaringologia, Neurologia, Ortopedia, Anestesiologia e outras diversas áreas de acesso direto (sem pré-requisito).

Para o professor Adhemar Dias de Figueiredo Neto, coordenador do curso de medicina da UFJF-GV e membro da COE e da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), “os resultados apresentados nas seleções por nossos egressos, não só neste último ano, mas desde a primeira turma a se formar, são evidências claras do compromisso da universidade com a formação médica atualizada, estruturada e que supera os desafios dia após dia, através do compromisso mútuo entre docentes e discentes com o projeto pedagógico e com a boa medicina”.

Natália tomou posse no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Foto: arquivo pessoal)

Evidências constatadas pela médica Natália Melo, egressa da 13ª turma de medicina da UFJF-GV. “A base teórica sólida associada às diversas e desafiadoras experiências práticas ao longo de seis anos me permitiram um crescimento pessoal e profissional importante, sendo também responsável por ampliar os horizontes e instigar a busca por novos conhecimentos. Assim, ser residente de Clínica Médica na USP-SP é apenas a continuação de uma trajetória que se iniciou nas calorosas terras Valadarenses”. Natália tomou posse no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), após acumular aprovações nos melhores programas de residência em Clínica Médica da América Latina, como UNICAMP, UFMG, UNESP e UFES.

O antes e depois de Débora e Raíssa. Caloura e veterana se encontram na residência médica (foto: arquivo pessoal)

Já o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo (HUCAM/UFES) recebeu duas médicas formadas pela UFJF-GV. Raíssa Tiradentes Ribeiro, da 12ª turma, e Débora Sandrini Milanezi, da 13ª turma, que, enquanto estudantes, dividiam dúvidas e experiências nos corredores da faculdade, reencontraram-se como residentes no mesmo hospital, agora lado a lado no desafio da rotina hospitalar. “Além de estar muito realizada pela conquista da aprovação onde sonhava, fiquei ainda mais feliz por ter uma amiga da faculdade junto comigo. A Débora foi minha caloura direta, assim que a turma dela entrou, fizemos uma cerimônia de apadrinhamento e eu fui a ‘madrinha’ dela. Nos ajudamos muito ao longo da faculdade, e, ao final, tivemos a sorte grande de sermos aprovadas juntas em duas instituições, e agora, somos residentes de Ginecologia e Obstetrícia da UFES. É muito gratificante levar o nome da nossa instituição de formação para o serviço atual, e sentir orgulho de tudo o que trilhamos até aqui. E que venha muito mais”, celebrou Raíssa.

O que é a Residência Médica (RM)?

É a formação padrão ouro em medicina para quem busca alcançar uma especialidade médica com registro de qualificação e especialidade. As residências médicas possuem vagas restritas no país e estão presentes em hospitais e unidades de excelência clínica e de gestão.

A formação em RM pode durar de dois a cinco anos, dependendo da especialidade médica cursada. Já a RM em áreas de atuação em medicina requer anos adicionais, após a conclusão de alguma especialidade.

Confira aqui o informe “Demografia Médica”, que atualiza e revisa o perfil da oferta, evolução e distribuição da Residência Médica (RM) no Brasil.

O órgão máximo que gere as residências é a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), cuja gestão é compartilhada entre o Ministério da Educação e Ministério da Saúde. Há cinco anos, o professor Adhemar Dias de Figueiredo Neto, coordenador do curso de medicina da UFJF-GV é conselheiro titular da CNRM, bem como vice-presidente da Comissão Estadual de Residência Médica de Minas Gerais (CEREM-MG).