
Girlene recebe medalha Roza Cabinda, que reconhece a atuação de mulheres que contribuem para o desenvolvimento de Juiz de Fora e região (Foto: Carolina de Paula/UFJF)
A reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Girlene Alves, e a médica do Hospital Universitário (HU-UFJF, administrado pela Ebserh – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), Carolaine Bittencourt, serão homenageadas na próxima terça-feira, 25, com a Medalha Roza Cabinda. Criada em 2018 por diversos coletivos femininos da cidade, a honraria reconhece a atuação de mulheres que contribuem para o desenvolvimento de Juiz de Fora e região. A cerimônia acontece no Teatro Paschoal Carlos Magno, às 19h.
No total, 25 mulheres serão agraciadas com a medalha, após a indicação de um fórum composto por grupos, movimentos de mulheres e sindicatos de Juiz de Fora.
Para a reitora Girlene Alves, a homenagem representa não apenas um reconhecimento, mas também uma responsabilidade. “A história de Roza é grandiosa e ser lembrada por um coletivo de mulheres torna esse momento ainda mais especial. Mais do que um reconhecimento pelo trabalho que desenvolvemos, essa medalha nos convida a reafirmar o papel dessa mulher que desafiou o seu tempo e lutou pelo que acreditava. Para mim, é também um momento de reflexão sobre meu papel como mulher, mãe, servidora pública e gestora de uma instituição pública, reafirmando diariamente o compromisso com a melhoria da vida das pessoas, especialmente das mulheres”, destaca.

Carolaine tem atuação de destaque no Serviço de Atenção Integral à Saúde da População em Diversidade de Gênero do HU-UFJF (Foto: Assessoria HU)
A médica Carolaine também ressalta o impacto da homenagem, relacionando-a ao trabalho realizado no Serviço de Atenção Integral à Saúde da População em Diversidade de Gênero do HU-UFJF. “Há dois anos, o hospital foi credenciado para esse tipo de atendimento junto ao SUS, e desde então tenho a honra de ser responsável técnica pelo serviço. Ele nasceu do esforço de uma equipe transdisciplinar extremamente envolvida e comprometida. Sabemos que os desafios que enfrentamos vão além da atenção à saúde, mas seguimos firmes, buscando sempre avançar no cuidado à população trans”, afirma.
Ela destaca ainda a importância da representatividade dentro dos espaços acadêmicos e científicos. “Hoje, a equipe trans do HU, como chamamos carinhosamente, sente-se reconhecida com essa homenagem. Estou exatamente onde deveria estar: na linha de frente da luta pelo desenvolvimento de melhores tecnologias em saúde para essa população. E, mais do que isso, esperançosa de que, em breve, tenhamos mais pessoas trans dentro do serviço, da Universidade e exercendo plenamente sua cidadania.”
O Teatro Paschoal Carlos Magno, local da cerimônia, fica localizado na Rua Gilberto de Alencar, sem número, Centro.
Medalha Vera Faria
A Câmara Municipal de Juiz de Fora entrega também, nesta quinta-feira, 20, a Medalha Vera Faria, em reconhecimento a mulheres que se destacam na sociedade. Entre as 23 homenageadas está a professora e diretora da Faculdade de Educação (Faced) da UFJF, Angélica Cosenza. A cerimônia acontece na sede da Casa Legislativa, no Parque Halfeld, às 19h30, e a vereadora Cida Oliveira (PT) será responsável por entregar a medalha à docente.
Bióloga e doutora em Educação em Ciências e Saúde, com parte da formação realizada em Barcelona (Espanha), Angélica tem uma trajetória marcada pelo compromisso com a formação docente e a educação ambiental. Atuou por 13 anos na educação básica e, desde 2008, integra o corpo docente da UFJF, onde pesquisa temas como ecologia política e justiça socioambiental no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE).
A professora destaca a relevância da homenagem, concedida no mês da mulher, e o legado de Vera Faria, primeira vereadora de Juiz de Fora. “Ser agraciada por essa medalha diz muito sobre minha trajetória. Como mulher, enfrentamos desafios no meio acadêmico, lidando com machismo e misoginia. Ao longo da minha vida, conciliei os papeis de mãe, cuidadora, pesquisadora e professora, e sigo nessa caminhada.”
Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Ambiental (GEA), criado em 2000, Angélica tem se dedicado à formação docente e ao estudo das relações entre educação e problemáticas ambientais, como os impactos do agronegócio e da mineração. Sua atuação também inclui a produção de materiais educativos e a pesquisa em agroecologia, que se torna mais relevante em um cenário de emergência climática.
No âmbito da gestão acadêmica, a professora reforça seu compromisso com a Universidade. “Fui assessora de licenciaturas da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) por seis anos, de 2016 a 2022, e hoje estou na direção da Faculdade de Educação. Minha trajetória combina formação docente, gestão e pesquisa ambiental, sempre buscando fortalecer a educação e os saberes ambientais.”