reitora Girlene Alves e vice-reitor Gregory Mandel da Temple University em visita à UFJF em 2025 - Foto Carolina de Paula UFJF

Reitora Girlene Alves, com pró-reitores e diretores, recebeu vice-reitor da Temple University, Gregory Mandel, e duas representantes (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

Há cerca de dez anos, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) enviava, por meio de acordo internacional, sua primeira estudante para realizar intercâmbio na Temple University, situada na cidade de Filadélfia, nos Estados Unidos. 

De lá para cá, depois da então aluna de medicina Camila Tâmara Ferreira, mais de 30 estudantes e professores já fizeram o mesmo caminho, trazendo de volta, na bagagem, conhecimentos, experiências e colaborações científicas que se mantêm até hoje. “Aprendi bastante sobre neurologia. Muito do que vi ainda uso”, resume Camila. 

E, na última sexta, 14, durante passagem pelo Brasil, três representantes da Temple visitaram a UFJF para conhecerem a instituição e reforçarem os laços de cooperação internacional. 

No encontro, a reitora Girlene Alves reforçou a importância da internacionalização para a UFJF. “Nos últimos 20 anos, a Universidade Federal de Juiz de Fora vem fazendo um investimento muito grande na cooperação internacional, em receber estudantes de outros países, enviar os nossos, promover encontros e capacitações de professores e técnicos, porque é assim que a gente acredita em um mundo global.”

 O vice-reitor da Temple, Gregory Mandel, afirmou que a instituição tem compromisso de longa data com o engajamento global e o intercâmbio internacional. “Acreditamos na construção de parcerias de longo prazo e essa está se tornando uma delas. É por isso que estamos aqui. Estamos no Brasil para conversar sobre maneiras de fortalecer essa parceria e criar mais oportunidades.”

Cooperação

reuniao visita temple university na DRI - foto CArolina de Paula UFJF

UFJF foi a única instituição federal visitada pela comitiva da Temple; na foto (da esq. para a dir.), vice-reitor da universidade americana, Gregory Mandel; coordenador de pesquisas da UFJF, Leonardo Goliatt, e diretor de Relações Internacionais da UFJF, Alexandre Cadilhe (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

Fundada em 1884, a Temple possui 30 mil estudantes de graduação e pós-graduação – total próximo ao da UFJF, de 26 mil – em 160 cursos. É organizada em oito campi, sendo dois internacionais, em Roma (Itália) e Tóquio (Japão). 

Desde a abertura do convênio internacional, a UFJF enviou, todos anos, com exceção do período de pandemia, estudantes de graduação para a universidade americana e, para estudo da língua inglesa, seis professores. A confiança mútua entre as instituições, o acolhimento destacado por quem já fez intercâmbio na Temple e a intenção de ampliar o conceito de internacionalização universitária, faz o diretor de Relações Internacionais da UFJF, Alexandre Cadilhe, estipular novas etapas de cooperação. O objetivo é haver mais interação entre pesquisadores locais e estrangeiros, bem como a possibilidade de projetos coletivos. “E pensar em intercâmbios que englobem os campos da inovação e da tecnologia”, afirma.

O anseio é percebido em ambos os lados. A UFJF foi uma das poucas federais visitadas pela comitiva. “Queremos ver essa parceria crescer cada vez mais em termos de intercâmbio de estudantes e de professores”, frisou a vice-reitora de Engajamento Global, Emilia Zankina, que também dirige o campus em Roma. “O Brasil é um ponto focal na América do Sul e gostaríamos de estreitar os nossos laços com o país”, acrescenta.  Também integrou a comitiva internacional a vice-presidente assistente de Engajamento Global, Érika Clemons. 

Experiências

Estudante Camila Ferreira, de jaqueta rosa, durante intercambio - Foto Arquivo pessoal

Primeira aluna da UFJF na Temple, Camila Ferreira (de jaqueta rosa), durante atividade extracurricular (Foto: Arquivo pessoal)

Estudantes de 12 cursos, como Letras, Engenharia Civil e Serviço Social, e docentes de seis faculdades e institutos já realizaram intercâmbio na Temple University ou estão desenvolvendo as atividades neste semestre. 

Primeira aluna da UFJF a estudar na instituição americana, Camila Ferreira passou cerca de um ano e meio nos Estados Unidos, entre agosto de 2013 e dezembro de 2014. Foi sem saber nada de inglês (atualmente é exigida proficiência intermediária). Aproveitou então para, além de ter aulas relacionadas ao curso de medicina, estudar e imergir no idioma estrangeiro. 

Por já ter feito todo o ciclo básico de medicina na UFJF, a estudante focou em outras disciplinas, como de psicologia, neurologia e especificamente de eletrocardiograma. “Atrasei minha formatura em um ano e meio. Mas se me perguntarem se iria de novo, iria. Agora”, afirma a profissional, que atualmente é residente em endocrinologia. 

Professor Samuel Castro em apresentação sobre questões ambientais no Brasil (Foto: Arquivo pessoal)

O professor Samuel Castro, de Engenharia Ambiental e Sanitária, foi um dos sete contemplados com o Programa de Mobilidade Internacional Docente da UFJF, em 2019, para realizar intercâmbio. Durante dois meses, participou de aulas de inglês, workshops, palestras, reuniões de capacitação e visitas a departamentos e setores da universidade. 

“Tudo isso possibilitou vivenciar uma realidade diferente e realizar contatos interpessoais que abriram novas perspectivas. Ainda hoje mantenho contato com alguns professores da Temple, em constante troca de saberes, consolidando parcerias e pleiteando oportunidades profissionais”, afirma. 

Estudante Larissa Bresciani recebe certificado de conclusão do intercâmbio (Foto: Arquivo pessoal)

Recém-chegada
De volta a Juiz de Fora, em dezembro de 2024, a estudante de Administração Larissa Bresciani passou um semestre letivo, na Filadélfia, tendo aulas sobre finanças nos EUA, incluindo funcionamento do Medicare, que é um tipo de seguro de saúde gerido pelo governo, do sistema de aposentadoria, do mercado de ações, além de planejamento financeiro. Com graduação anterior em Direito, também pela UFJF, Larissa conseguiu ainda estudar, em perspectiva histórica, os direitos conquistados por afro-americanos. 

O programa de acolhimento da Temple University, a infraestrutura do campus e a excelência dos professores são três dos fatores que despertaram a atenção da estudante em sua experiência internacional. “Outra coisa que me surpreendeu muito positivamente foi a infinidade de disciplinas  oferecidas. Consegui montar uma grade com cursos/temas que são muito do meu interesse.”

O intercâmbio touxe impacto positivo para o currículo da profissional, ainda em contato com professores americanos, “o que tem sido bastante interessante”, acrescenta. No trabalho, tem aplicado o que aprendeu, ao ter utilizado a estratégia de realizar o intercâmbio com tópicos em mente para serem adaptados a contextos locais quando voltasse. 

Edital

Seleção local de estudantes da UFJF para a Temple University é realizada anualmente pela Diretoria de Relações Internacionais (Foto: Divulgação/Temple University)

A seleção de vagas para intercâmbio na Temple University é realizada por meio do Programa de Intercâmbio Internacional da Graduação (Piigrad). O edital, de periodicidade anual, é lançado no segundo semestre pela Diretoria de Relações Internacionais com oportunidades também para outras instituições de mais países. 

Em 2024, foram disponibilizadas quatro vagas para a instituição americana, com exigência mínima de proficiência em inglês, em nível B1 (intermediário).

Outras informações:
ufjf.br/internationaloffice
intercambio.dri@ufjf.br
@driufjf
temple.edu

Siga a UFJF nas redes sociais
Instagram: ufjf
X: ufjf_
Youtube: TVUFJF
Facebook: ufjfoficial
Spotify: ufjfoficial