Alexander Moreira recebe Oskar Pfister, em maio, nos EUA (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)
O professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), fundador e diretor do Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde da UFJF (Nupes), Alexander Moreira, foi o ganhador da edição deste ano do Oskar Pfister Award da American Psychiatric Association, principal prêmio na área de Psiquiatria e Espiritualidade.
O prêmio foi instituído em 1983 em homenagem a Oskar Pfister, ministro ordenado que estudou e aplicou conceitos psicanalíticos em sua prática profissional. O evento reconhece as contribuições notáveis nas áreas de Psiquiatria e Religião e é financiado pela Association of Professional Chaplains e pela Fundação Harding. A premiação acontece no dia 17 de maio, em Los Angeles, no Congresso Americano de Psiquiatria, considerado o maior do mundo na área. Para Moreira, receber o prêmio mostra o protagonismo do Brasil nessa área de investigação.
“É uma grande honra receber esse prêmio, que procura valorizar pessoas dedicadas à carreira e à área. Eu sempre me inspirei em vários dos ganhadores anteriores, como Viktor Frankl, Harold Koenig, Ken Pargament e Robert Cloninger. Isso demonstra também a importância do Brasil. É a primeira vez que um latino americano recebe esse prêmio.”
Oskar Pfister foi psicanalista e pastor luterano suíço. Ele atuava como correspondente de Freud, com quem trocava muitas correspondências. Pfister se preocupava com a perspectiva extremamente negativa de Freud acerca da religião.
Além da entrega do prêmio, no mesmo evento, o professor realiza uma conferência com o tema “Exploração científica da natureza das experiências espirituais: um caminho fundamental para avançar na compreensão da mente e sua relação com o cérebro”. A palestra avalia a investigação científica das experiências espirituais, que estão na base das experiências religiosas, da espiritualidade das pessoas. As experiências espirituais, nas palavras do docente, são experiências de relato de contato com uma dimensão transcendente da realidade, como, por exemplo, experiências fora do corpo, com o divino, e mediúnicas, entre outras.
“Vamos abordar a prevalência, mostrar como são prevalentes essas experiências, vamos mostrar que, ao contrário do que se pensava, elas não estão associadas à doença mental, mas, pelo contrário, estão associadas de modo geral com vivências saudáveis, maior bem estar e maior saúde mental.”
Por fim, Moreira destaca que o prêmio também reforça a UFJF como autoridade global em pesquisas em Psiquiatria, saúde mental e também no campo da espiritualidade. “Isso colabora com a internacionalização dos programas de pós-graduação em Saúde e Psicologia, do qual eu faço parte. Da mesma forma, abre portas para que nossos alunos de pós-graduação e outros pesquisadores também participem desses intercâmbios internacionais.
Outras informações
Associação Psiquiátrica Americana
