Laboratórios da UFJF aumentam escopo de convênio com o estado de Minas Gerais com expectativa de fazer a análise de 20 mil exames por ano (Foto: Alexandre Dornelas)

Laboratórios da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) passarão a fazer a análise de exames de HIV, Hepatites, Tuberculose, Malária, Doença de Chagas e Leishmaniose. O escopo de atuação desses locais foi ampliado com nova parceria firmada entre a instituição e o governo do estado de Minas Gerais. Com isso, a UFJF se torna Centro Colaborador da Rede de Laboratórios de Saúde Pública de Minas Gerais.

Os exames de sangue são coletados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) pelas prefeituras de 90 municípios da macrorregião sudeste do estado. Depois de colhidas, as amostras são encaminhadas à UFJF. Estão contempladas as cidades do Sul de Minas, Zona da Mata e Campo das Vertentes, indo até a região nordeste de Minas.

A maior parte dos testes será feito pelos laboratórios da Faculdade de Farmácia, onde também serão executadas análises da qualidade da água potável ofertada nestes municípios. Já no Instituto de Ciências Biológicas serão realizados exames no Laboratório de Entomologia, que avalia os insetos transmissores de doenças como dengue, febre maculosa, malária, entre outras. Cerca de 15 professores, dez alunos de graduação e pós-graduação e dez técnico-administrativos estarão envolvidos na iniciativa. A equipe contará, ao todo, com até 40 membros, de ambas as unidades.

Os laboratórios já possuíam convênio com o estado firmado desde 2020, inicialmente para análises moleculares de Covid-19 e, depois, para outros vírus respiratórios e arboviroses como febre amarela, dengue, zika e chikungunya.

Análise da água potável oferecida em 90 municípios também será feita na Faculdade de Farmácia (Foto: Alexandre Dornelas)

Para o professor da Faculdade de Farmácia e coordenador do projeto de extensão criado para viabilizar institucionalmente o acordo, Marcelo Silvério, a parceria reúne forças entre os órgãos públicos da área da saúde em prol do atendimento das demandas da população. Segundo ele, o trabalho em cooperação com o SUS já é uma diretriz curricular dos cursos da área da saúde e permite que a UFJF amplie e qualifique a formação dos estudantes, tanto de graduação quanto de pós-graduação.

“Passando a ofertar esses serviços, nossos laboratórios permitirão que, no âmbito da UFJF, a gente integre a extensão, o desenvolvimento das atividades de ensino e a pesquisa. E ainda possibilitará avanços em inovações científicas, como desenvolvimento de novas metodologias, novos kits de diagnósticos e novas ferramentas para o combate às doenças ”, celebrou Silvério.

20 mil exames por ano

A ação nasce a partir de normativas, resoluções e portarias da Secretaria Estadual de Saúde em busca de parceiros para executar a política de vigilância em saúde. Os recursos para a implantação do Centro Colaborador da Rede de Laboratórios de Saúde Pública em Minas Gerais na UFJF foram repassados para a Universidade através da Prefeitura de Juiz de Fora, ainda em 2024. Com isso, os laboratórios foram preparados e as equipes capacitadas para o início da operação dos serviços.

Para a pró-reitora de Extensão Érika Andrade, o projeto permite a troca de experiências, além de oferecer diagnóstico rápido de várias doenças  negligenciadas ou de difícil diagnóstico (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

As análises de águas já estão sendo feitas desde dezembro de 2024 e as outras ações serão iniciadas no primeiro semestre de 2025. O projeto tem duração de um ano, a contar do começo da oferta do serviço, e a parceria é prorrogável por até cinco anos. Silvério destaca que a UFJF passa a ser referência para a Vigilância Laboratorial do estado de Minas na região, e por isso existe a perspectiva de que esta parceria passe a ser continua.

A expectativa do projeto é a realização de 20 mil exames por ano, contabilizando todos os tipos de análises do acordo. A pró-reitora de Extensão da UFJF, Érika Andrade, aponta que a concretização da parceria valida o papel da Universidade como promotora de impactos positivos na vida do povo mineiro, além de proporcionar a troca de saberes e experiências entre os agentes envolvidos. “Esse projeto é importantíssimo pois otimiza a realização desses testes com a qualidade de excelência da UFJF. E também pelo fato de oferecer diagnóstico rápido de várias doenças que são, às vezes, negligenciadas ou de difícil diagnóstico por conta da baixa oferta e disponibilidade de exames.”

Segundo a pró-reitora, o estado de Minas Gerais avançou em direção a consolidação das novas parcerias diante de experiências anteriores bem sucedidas, especialmente, durante a pandemia de Covid-19, quando as universidades públicas foram chamadas para contribuir no combate à doença. Alguns exames, como os de biologia molecular, que eram exclusivamente realizados em Belo Horizonte, foram descentralizados e passaram a ser analisados também nas regionais de saúde, dentre elas, na UFJF.