A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), por meio da Pró-Reitoria de Sistemas de Dados e Avaliação (Prosdav) e da Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf), está com inscrições abertas para docentes do quadro efetivo, técnico-administrativos em educação (TAEs) e estudantes de pós-graduação interessados em integrar a Comissão de Heteroidentificação. A comissão será responsável por avaliar candidatos autodeclarados negros (pretos e pardos) nos processos seletivos de graduação, pós-graduação e concursos públicos da instituição. Os interessados podem se inscrever até a próxima sexta-feira, dia 31, por meio do site da Coordenação de Registros Acadêmicos (Cdara).

Para se candidatar, é necessário ter concluído cursos de formação oferecidos pela UFJF sobre atuação em comissões de heteroidentificação racial, com a devida certificação. A experiência prévia em ações afirmativas e políticas voltadas para as relações étnico-raciais também será considerada.

Confira o edital para servidores. 

Confira o edital para estudantes de pós-graduação. 

Como funciona a banca?

Danielle Teles ressalta que trata-se de um trabalho muito criterioso, dada a complexidade das relações étnico raciais no Brasil (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

A banca de heteroidentificação realiza a análise das características fenotípicas de candidatos negros (pretos e pardos), complementando o processo de autodeclaração racial. A composição da banca varia conforme o tipo de processo seletivo: para Graduação e Pós-Graduação, são três avaliadores; já nos concursos públicos, o grupo é formado por cinco membros. Além disso, a comissão será responsável por analisar recursos relacionados a indeferimentos de matrícula e concursos organizados pela Progepe.

De acordo com a diretora de Ações Afirmativas da UFJF, Danielle Teles, o avanço nas políticas de cotas tem sido constante desde a implementação da medida. “As bancas de heteroidentificação são fundamentais para garantir que a política de reserva de vagas seja aplicada de forma justa, beneficiando os sujeitos de direito dessa política”, explica.

Ela também ressalta que o objetivo das bancas não é deslegitimar identidades individuais, mas sim avaliar o conjunto de características fenotípicas, considerando que, no Brasil, o racismo opera pela “marca” das características visíveis.

Os candidatos selecionados serão nomeados por meio de uma Portaria da Prosdav e convocados para atuar nas bancas conforme a necessidade da administração, o cronograma estabelecido pela Cdara e as diretrizes da Diaaf.