Jardim Botânico é pontuado por totens com mosaico que remetem ao tema socioambientalismo, abordado nas visitas

No Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), há uma árvore, como tantas outras, que remete à história do Brasil. É a sabão-de-soldado (Sapindus saponaria). Quando esteve de passagem pelo país, entre 1817 e 1820, o naturalista alemão Johann Baptist von Spix relatou que “a classe mais pobre do povo emprega-os em lugar do sabão, visto que o sabão fino, importado em grande parte da América do Norte, está incluído entre os artigos caros de economia doméstica”. 

Essa e outras histórias são abordadas por monitores de educação ambiental em visitas escolares no Jardim Botânico. O espaço está com inscrições abertas para agendar visitas de escolas e grupos organizados de Juiz de Fora e outras cidades, por meio do programa de extensão universitária. 

Ao todo, são 72 vagas, distribuídas entre janeiro e março. As mediações ocorrem de terça a sexta, em dois horários, das 8h às 11h e das 13h às 16h. São gratuitas, e o transporte é custeado pela própria instituição interessada. 

A turma pode conhecer as exposições na Casa-sede do Jardim, incluindo esta vitrine em referência ao trabalho arqueológico

Para agendar a visita basta acessar o site do Jardim (ufjf.br/jardimbotanico) e escolher o dia e o roteiro que mais interessar à escola e aos alunos. São oferecidas quatro opções temáticas de roteiro, adequados às faixa etária do estudante (veja abaixo). Mas o professor também pode elaborar e fazer um percurso livre, também acompanhado de monitores locais.

Cada instituição pode reservar no máximo quatro visitas nesse período. Em cada uma, são recebidos até 45 estudantes e 5 professores ou acompanhantes da escola.

Após o agendamento, será enviado ao e-mail cadastrado uma declaração anexa, que deverá ser impressa e assinada pela direção da escola. Esse documento apresenta, dentre outras informações, o consentimento da escola em relação aos seus compromissos e aos riscos da visita ao Jardim Botânico, os quais são inerentes a espaços abertos e de floresta.

“As visitas guiadas no Jardim Botânico da UFJF proporcionam uma rica experiência de imersão na biodiversidade. Estudantes, professores e outros integrantes de grupos têm contato com diversas espécies de árvores, arbustos e outras plantas. Aprendem assim sobre a importância da conservação e da sustentabilidade, como também trazem seus conhecimentos para o Jardim”, destaca o diretor do local, Breno Moreira.

Roteiros temáticos

Aquele abraço: visita permite uma imersão de fato na natureza

1 – “Grandes Grupos Vegetais” (estudantes acima de 14 anos): Toda a diversidade vegetal está, segundo a classificação botânica, distribuída em quatro grandes grupos, a saber: Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas. Seus pontos destacam as características morfológicas, ecológicas e evolutivas, além da importância econômica. Assim, este roteiro estabelece um diálogo direto com os temas lecionados nas escolas, sendo, dessa maneira, um instrumento complementar de ensino para os professores visitantes

2 – “Etnobotânica” (10 anos): Esse roteiro explora a diversidade vegetal e os saberes populares associados a tais recursos. Entretanto, mais do que descrever os nomes científicos e populares das espécies e sua importância econômica, foi concebido para valorizar os saberes campesinos, quilombolas, indígenas e tradicionais. Os pontos de visitação deste roteiro podem ser vistos como um grande quebra cabeça que, quando unido, revela certos processos cognitivos, servindo para desmistificar que os saberes “não acadêmicos” são inferiores. São sistemas com distintas epistemes nem melhores e nem piores, apenas diferentes

3 – “Relações Ecológicas” (10 anos): A diversidade vegetal não é algo estático, pelo contrário, as espécies se relacionam de diferentes maneiras. Este roteiro explora as relações ecológicas que conferem uma dinâmica temporal e especial à biodiversidade, revelando processos intrigantes, como competição, mutualismo, parasitismo.

4 – “Contos e Lendas da Floresta” (público infantil)
Na contramão da homogeneização cultural e na tentativa da valorização de histórias locais e brasileiras, serão apresentados mitos, heroínas e heróis populares. Mais que relatos ou causos, estes pontos podem ser entendidos como uma base para se discutir temas fundamentais a uma sociedade mais justa, respeitosa e igualitária, como feminismo, racismo e etnocídio.

Outras informações
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