Em clima de tranquilidade, 40 mil candidatos fizeram as provas do Pism 2025 (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) concluiu o segundo e último dia de provas do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) 2025. Esse foi o maior Pism da história, com quase 48 mil inscritos. As provas foram aplicadas nas cidades de Juiz de Fora, Governador Valadares e Muriaé, no estado de Minas Gerais, e Petrópolis e Volta Redonda, no Rio de Janeiro.

Veja aqui a cobertura fotográfica do Pism

De acordo com o balanço divulgado pela Coordenação Geral de Processos Seletivos (Copese), o índice geral de ausentes foi de 16,86% neste domingo, o que equivale a 8.073 estudantes. Em Juiz de Fora, eram esperados 25.055 candidatos, mas 3.909 faltaram, equivalente a 15,6% do total de inscritos. Em Governador Valadares, 8.008 estudantes eram esperados, mas 1594 faltaram, o que equivale a 19,91% dos inscritos. Em Muriaé, 5.603 candidatos eram esperados neste segundo dia e faltaram 1.035 – 18,47% do total. Já em Petrópolis eram esperados 5.705 estudantes e 978 faltaram. O número de ausentes corresponde a 17,14% do total. E, por fim, em Volta Redonda, dos 3.501 concorrentes esperados, 557 faltaram. O índice de ausentes chegou a 15,91%.

Gabarito do segundo dia foi divulgado neste domingo, às 19h, no site da Copese (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

A aplicação das provas começou às 13h30 e foi encerrada às 17h30. Neste segundo dia, os candidatos dos módulos I e II responderam a questões objetivas e discursivas de Literaturas, Biologia, Física e História. Já os do módulo III responderam a questões objetivas de Física, Química, Geografia e História, além de discursivas de Geografia, História, Filosofia, Física e Química, conforme o curso escolhido. Os concorrentes que não compareceram em um dos dois dias de aplicação das provas estão automaticamente excluídos do processo seletivo. 

Na avaliação do titular da Copese, Diogo Tourino de Sousa, o dia transcorreu bem. Segundo Tourino, houve ocorrências médicas que foram prontamente atendidas. “A equipe estava a postos, muito bem instruída e rapidamente mobilizou o médico plantonista, que prestou socorro. A gente teve, por exemplo, um caso de uma candidata, fora do campus, que, por orientação médica, acabou sendo removida para o hospital. Mas isso tudo muito bem orientado”, destacou. De acordo com o coordenador, o segundo dia de provas é mais calmo que o primeiro, pois procedimentos que ainda estavam sendo acertados no primeiro dia já foram otimizados. “É com satisfação que a equipe da Copese anuncia que foi mais um Pism muito tranquilo, muito bem executado, para o qual a gente se preparou tanto. E agora vamos para o processamento do resultado.” 

O gabarito do segundo dia de provas do Pism foi divulgado às 19h deste domingo no site da Copese

Os cachorrinhos Zeca e Manu também estavam no campus da UFJF para dar apoio emocional à Júlia Lenyr, candidata do módulo II (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

Apoio
No campus da UFJF, antes da abertura dos portões, os cachorrinhos Zeca e Manu vieram dar apoio emocional à Julia Lenyr, candidata do módulo II que aguardava a entrada na sala de prova, no Instituto de Ciências Humanas (ICH), acompanhada da irmã, Rafaela. A expectativa era de se sair melhor neste domingo, já que a estudante considerou a prova de Matemática do sábado como difícil. “Aquela segunda questão aberta foi maldade”, comentou. Julia acredita que o Pism é a forma mais fácil de entrar na UFJF por ser dividido em três anos, o que tira um pouco da sobrecarga dos estudos.

O candidato Julio Cesar da Silva Geraldo, de Três Rios (RJ),  também optou pelo Pism por poder dividir os estudos, aplicando aquilo que já vê em sala de aula durante o ano. Ele achou a prova de sábado tranquila e espera ir ainda melhor no segundo dia. A mãe, Elimar de Campos, conta que o filho é bastante esforçado e responsável. “Espero que ele realmente encontre o que quer fazer e vamos apoiar”. 

As amigas Ana Clara Maia, Maria Vitória Santos, Karine de Oliveira e Lavínia Maia viajaram de Papeúna, distrito de Valença (RJ), para as provas deste final de semana (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

As amigas de Parapeúna, distrito de Valença (RJ), disseram que o Pism é bastante conhecido na cidade e há até cursinho preparatório para as provas. A prefeitura de Rio Preto, cidade vizinha, concede transporte aos estudantes para Juiz de Fora. Sobre as provas, Ana Clara Maia disse que achou esse ano a estrutura da prova diferente, mas bem equilibrada, com algumas questões mais difíceis e outras mais fáceis. “Sempre tenho facilidade em Português, mas esse ano foi o que mais me atrasou”, disse, referindo-se ao tamanho e à dificuldade do texto presente na prova do módulo II.

No Colégio de Aplicação João XXIII, outro local de exame, dois estudantes da Zona da Mata mineira que fazem Pism I também consideraram a prova deste domingo mais fácil. Natural de Descoberto, Rafael Santos contou que a opção pela UFJF se dá pela sua localização, por ser perto de onde vive a família. “Ontem, com Matemática e Química, estava ‘puxado’”, avaliou. Quem também considerou o próprio desempenho como melhor neste domingo foi Miguel Gomes, natural de Ervália. “No primeiro dia eu estava muito nervoso. No segundo, estava mais tranquilo. A prova também estava ‘de boa´”. O estudante optou por tentar uma vaga na UFJF pelo interesse no curso de Artes Visuais. 

Valdecir Ribeiro de Almeida, enquanto esperava por seu filho, Guilherme, visitou a exposição Culture-se, na Galeria Espaço Reitoria (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

Famílias
No campus da UFJF, muitas famílias descansavam ou caminhavam enquanto aguardavam seus filhos saírem dos locais de prova. Na Galeria Espaço Reitoria, próxima à Biblioteca Central, Valdecir Ribeiro de Almeida conferia a exposição “Culture-se”, que conta com uma amostragem de equipamentos culturais da UFJF espalhados por Juiz de Fora. Valdecir e o filho Guilherme Alves Ribeiro de Almeida vieram de Paraty (RJ). A escolha do filho pela UFJF se deu pelo apoio que a Universidade poderia dar ao estudante, que tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), e o jovem teve o atendimento especial solicitado.

“Todo mundo incentiva ele a estudar, a fazer faculdade. Ele já fez o Enem esse ano. Eu estou levando ele para conhecer as universidades, para ver como funciona, quais são os cursos. Já o levei para conhecer a Unicamp também. Ele não gosta muito de Matemática. Estava pensando em fazer Engenharia, mas até já desistiu”, contou o pai. 

Perto dali, Adílio Coelho e Darlene Aleluia esperavam os filhos Dhúlia e Davyd terminarem as provas dos módulos I e II. Eles contam que a mais velha, Dhébora Lombardis, de 21 anos, foi essencial para que os mais novos se inscrevessem. Ela incentivou os irmãos – “obrigou”, brinca Darlene. Segundo Dhébora, ter feito Pism foi tenso, porém mais tranquilo que realizar as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). 

Os pais Adílio Coelho e Darlene Aleluia esperavam pelos filhos Dhúlia e Davyd, junto com a filha mais velha Dhébora Lombardis (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

“Eu falo com eles que, quando foi a minha vez, meus pais não tiveram esse acesso, não fizeram faculdade. Eu descobri no meio do caminho, no meio do primeiro ano. Falei: ‘nossa, tem que fazer prova, passar no vestibular’. Então eu falo muito com eles, ‘faz, estuda’. Eu falo com eles: ‘é a matéria que vocês estão aprendendo, é mais fácil’, e na minha época não tinha ninguém para falar isso”, conta Dhébora. 

Pesos diferentes
Em cada um dos três módulos do Pism, as questões objetivas têm valor de um ponto. Já as questões discursivas valem cinco pontos cada. Como disposto no Edital, a classificação final dos candidatos é feita por meio do somatório obtido nos três módulos. Cada ano conta com um peso diferente no cálculo final. 

Somadas, as questões objetivas e discursivas do módulo I valem 120 pontos, que são multiplicados por dois (peso x2). Dessa forma, o módulo I acaba tendo um valor total de 240 pontos. Já as questões do módulo II, somadas, também valem 120 pontos. Esses pontos são multiplicados por 3 (peso x3). Ou seja, o módulo II vale 360 pontos. 

O módulo III é o de maior valor. As questões, somadas, valem 140 pontos. Esses pontos são multiplicados por 5 (peso x5). Assim, o módulo tem valor total de 700 pontos. A soma dos três módulos é equivalente a 1300 pontos. 

Previsão é de que as notas e o resultado final do Módulo III sejam divulgados em 20 de fevereiro e em 11 de março de 2025, respectivamente (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Os pontos do módulo III equivalem a quase 54% da pontuação total do Pism. Além disso, também no módulo III, o candidato já escolhe o seu curso e as provas discursivas são direcionadas para a sua respectiva área de conhecimento. Dessa forma, é importante que o candidato faça as provas dos três anos, mesmo que não tenha obtido um resultado favorável em algum dos módulos, já que existe a possibilidade de recuperação da nota. 

Recursos
Solicitações de recursos relativos às formulações das questões e aos gabaritos das provas devem ser enviadas nesta segunda-feira, 16, das 9h às 16h, por meio de formulário próprio na Área do Candidato. De acordo com o edital do Pism, o pedido somente será analisado se nele constarem as razões específicas para a contestação de cada questão ou gabarito. 

Em caso de anulação de questões, objetivas ou discursivas, por meio de recurso ou não, o ponto da questão anulada será adicionado à nota do conteúdo para os candidatos que fizeram aquela prova. O resultado dos recursos e o gabarito oficial do Pism serão divulgados até o dia 11 de março no site da Coordenação Geral de Processos Seletivos (Copese). Após a divulgação do resultado final, não cabem novos pedidos. 

Notas e resultado final
As notas das provas e o resultado final do módulo III serão divulgados, respectivamente, em 20 de fevereiro e 11 de março de 2025. 

Já as notas das provas dos módulos I e II serão divulgadas em 16 de junho de 2025. A divulgação do resultado final dos módulos I e II acontece em 8 de julho de 2025. As informações podem ser conferidas no site da Copese

Outras informações
copese@ufjf.br

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