Já se preparando para uma nova etapa da vida, onde irão ingressar no ensino superior, milhares de estudantes, da cidade e de diferentes partes do país, realizaram neste sábado, 14, a primeira etapa do Programa de Ingresso Seletivo Misto 2025 (Pism) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Os adolescentes e jovens foram distribuídos entre 17 instituições de ensino da cidade. Boa parte dos participantes chegou ao local de prova bem antes dos portões abrirem. E, apesar da ansiedade para a prova, o grupo demonstrava muita alegria, principalmente por estarem entre amigos.

Ellen Rafael Oliveira e Ana Clara de Souza são de Itanhomi (Foto: Flávia Carvalho)

É o caso das jovens Ana Clara de Souza Pires e Ellen Rafael Oliveira, de 17 anos. Elas são de Itanhomi, distante uma hora de Governador Valadares. As amigas, que pelo segundo ano vêm juntas para fazer a prova, já têm planos após o Pism: querem passar na federal e morar juntas. “Eu estou muito nervosa, mas também muito confiante. Nós temos um pouco de experiência do ano passado. E acreditamos que teremos boas notas neste ano”, diz Pires. Oliveira venceu o desafio de passar mal em viagens. “Eu resisti a este problema e vim fazer o Pism II. Estou um pouco nervosa, mas sei que vou me sair bem”, afirma.

Capixabas compareceram em peso no Pism, em Governador Valadares (Foto: Flávia Carvalho)

De um pouco mais longe vêm os “mineirinhos”, um grupo de mais de 40 estudantes do estado do Espírito Santo. Unidos pelos Pism I, eles decidiram criar o grupo com este nome e colocam fé que, depois de 2025, todos irão morar em Minas Gerais. O ônibus do grupo saiu de Vitória na madrugada da sexta-feira, 13, e passou em outras cidades, como São Mateus e Aracruz. “O grupo tem uma mãe que organiza tudo. Ela é muito animada e engraçada. Isso nos motiva. Estamos acompanhados por um guia turístico e com as autorizações de nossos pais, feitas em cartório”, diz Samuel Coelho Facco, de 16 anos. A oportunidade de fazer a prova por etapa é o que mais motiva o grupo a vir de tão longe. “Esse modelo de acesso à graduação nos tira um pouco a pressão, por termos que recordar apenas matérias do ano. Além disso, o  tempo de prova também é muito bom”, afirma outro integrante dos “mineirinhos”, o Isaac Borges, de 18 anos.

Davi Rodrigues, de Ipatinga (Foto: Flávia Carvalho)

Mesmo com a necessidade de mobilidade, a metodologia do processo se apresenta como vantagem para os participantes. Davi Rodrigues, de 16 anos, veio de Ipatinga, acompanhado pela mãe, para fazer a prova do Pism I. Eles saíram de casa bem cedo, mas pegaram um engarrafamento na BR-381, o que os atrasou em uma hora. “No início estava ansioso, pois não tive tempo de almoçar. Mas aí, ao começar a prova, fui me acalmando e foi tudo tranquilo. Tive mais dificuldade nas questões de Matemática, mas só porque eram matérias novas para mim”, diz Rodrigues, que hoje dorme em GV para ter mais tranquilidade de fazer a prova no domingo.

Laura Lima Portes, João Gabriel Lemes, Maria Laura Alves Luz e Alicia Martins (Foto: Flávia Carvalho)

Os estudantes Maria Laura Alves Luz, 15 anos, João Gabriel Lemes, 16 anos e Laura Lima Portes, 15 anos, vieram de Carlos Chagas, com outros 17 adolescentes. A cidade fica no Vale do Mucuri, a cerca de 250 km de Valadares. Eles estão acompanhados pelo diretor da escola. Para Luz, a prova foi fácil. “Acho que fui muito bem na prova de português, mas tive dificuldade em matemática”. Portes garante que se saiu bem em todas as matérias. “Agora temos que aguardar o resultado. Como nossa cidade é muito longe, vamos dormir na cidade para a prova de amanhã”, lembra.

Já em sintonia com o grupo de Carlos Chagas, estava a estudante Alícia Martins, de 16 anos. A adolescente veio de Inhapim, com outros três colegas, que estão em escolas diferentes. “A prova foi tranquila e o tempo foi bom para refletirmos nas questões discursivas. Vamos torcer para termos bom resultado”, diz Martins.

Emily Vitória Chaves, de Poaia (Foto: Flávia Carvalho)

Emily Vitória Chaves, de 16 anos, é de um pequeno distrito de Santa Maria do Suaçuí, cidade que fica há 232 km de Valadares. A pequena Poaia tem um pouco mais de 1100 habitantes e, para fazer o Pism, Emily se organizou e fretou um táxi. “Eu vim sozinha pois já tenho costume de vir à Valadares para outras atividades. Cheguei bem cedo e me tranquilizei. Achei a prova de português muito fácil. Já matemática e química foram mais puxadas, pois além de interpretar o conteúdo, ainda temos que lembrar algumas fórmulas”, disse a estudante, que vai ficar na cidade, na casa de parentes, até o fim do processo.

Além de GV, as provas também foram aplicadas nas cidades mineiras Juiz de Fora e Muriaé, e em Petrópolis e Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Neste primeiro dia, os participantes do Pism I e II, fizeram as provas objetivas e discursivas de língua portuguesa, geografia, matemática e química. E os do Pism III, as questões objetivas de língua portuguesa, literaturas, biologia, matemática e provas discursivas específicas do curso escolhido.

Amanhã, dia 14, os candidatos do Pism I e II irão fazer provas de literatura, biologia, física e história. E os do Pism III, as provas objetivas de física, química, geografia, história e as discursivas também de acordo com a área de conhecimento do seu curso. Os portões abrem às 12h e fecham às 13h, e as provas acontecem entre 13h30 e 17h30. No caso dos atendimentos especiais, há extensão de 1h de prova. E os sabatistas chegam junto aos demais candidatos, mas aguardam até às 18h30 para iniciar as avaliações, com término às 22h30 ou às 23h30, para os atendimentos especiais.