Garantir a igualdade de condições para o ingresso e permanência dos estudantes atípicos no campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV) é o principal objetivo do Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI). Vinculado ao setor de Assistência Estudantil, o núcleo desempenha um papel crucial na promoção da igualdade e na garantia de direitos das pessoas com deficiência dentro da Universidade, enquanto oferece suporte aos discentes com deficiência, autismo, altas habilidades e superdotação.

Uma equipe formada por pedagoga, psicóloga, assistente social e duas intérpretes de Libras é a responsável pelos atendimentos, que são individualizados e acontecem, principalmente, a partir das demandas dos próprios estudantes que se deparam com barreiras durante a rotina no campus, sejam elas físicas ou de aprendizado. Também atuam no núcleo bolsistas de diversos cursos.

Além de assistência direta aos estudantes, o NAI ainda desenvolve um trabalho de orientação aos coordenadores de curso para a adoção de práticas voltados às necessidades dos alunos, que incluem, por exemplo, procedimentos didático-pedagógicos dos professores e orientações relacionadas às adaptações de infraestrutura e comportamentos.

No NAI, é possível solicitar, por exemplo, ledores para as provas dos alunos cegos, transcrição para os discentes com deficiência físico-motora, suporte personalizado a estudantes com deficiência, adaptações curriculares, tecnologias assistivas, entre outros. Segundo a responsável pelo NAI, a pedagoga Magali Soares da Silva, o setor é responsável para atuar na implementação de políticas institucionais e na adequação às legislações vigentes, como a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015), colocando em prática as normas nacionais de acessibilidade. O objetivo é “contribuir para que os estudantes com deficiência não apenas ingressem, mas permaneçam e concluam seus cursos com qualidade, fortalecendo a democratização do ensino superior”, explica.

Obstáculos para a inclusão

A inclusão plena é um processo contínuo e exige o comprometimento coletivo de toda a comunidade universitária. De acordo com a pedagoga Magali da Silva, a inclusão dos estudantes no ambiente universitário enfrenta diversos obstáculos, tais como:

Preconceito e estigma – Falta de compreensão sobre as necessidades das pessoas com deficiência e outras condições específicas, gerando discriminação e exclusão.

Barreiras arquitetônicas e físicas – Por falta de um campus próprio, é preciso contar com os imóveis alugados, que nem sempre possuem as condições adequadas, como rampas, falta de elevadores, etc.

Barreiras pedagógicas – Modelos de ensino rígidos, pouco adaptados às necessidades específicas de cada estudante, e falta de capacitação docente para implementação de práticas inclusivas, como metodologias adaptadas ou avaliações diferenciadas.

Falta de conscientização da comunidade universitária – Resistência a cultura à inclusão, onde as diferenças são vistas como problemas e não como potencialidades.

O Núcleo

A criação de um setor especializado em inclusão ocorreu primeiro no campus sede, em 2007. Os trabalhos tiveram início em Governador Valadares com a criação do GT Acessibilidade, que começou como projeto de extensão e direcionou os caminhos para a implementação do NAI-GV. Em julho de 2023, foi instituído o Núcleo Provisório de Apoio à Inclusão (NPAI) no âmbito do Campus GV, enquanto em 20 de outubro de 2023 foi criado o Núcleo de Apoio à Inclusão – NAI.

Para Magali, a criação do setor é uma expressão concreta do compromisso da instituição com os princípios da inclusão, acessibilidade e diversidade. Essa iniciativa reflete, de várias maneiras, a preocupação da universidade em garantir que todos os membros da sua comunidade acadêmica tenham condições igualitárias de participação, reconhecimento e valorização da diversidade, indo além do cumprimento das leis e promovendo a equidade como um valor central.

O NAI é composto por uma equipe multidisciplinar, que trabalha nas seguintes frentes: Planejamento e Gestão, que integra a coordenação acadêmica, na Gerência de Graduação, tendo como responsável pelo planejamento e gestão a professora Angélica Cotta Lobo Leite Carneiro; Equipe Técnica Especializada, com servidores do setor de Assistência Estudantil, sendo três servidores que atendem concomitantemente aos setores, a pedagoga Magali Soares da Silva, a psicóloga Alessandra Guimarães Efrem Natividade e o assistente social Luiz Gonzaga Pinto. Também compõem a equipe do NAI as intérpretes e tradutoras de Libras Jussara Braga Medeiros e Daniela Nayara Ribeiro Tomaz, a assistente Júlia Amaral Araújo, e sete alunos bolsistas, que atuam junto ao NAI como monitores dos alunos com deficiência.

Para saber mais sobre o NAI, acesse o site e o perfil do núcleo no Instagram.

Os atendimentos acontecem de segunda a sexta, das 8h às 19h, na sala 302 da Unidade Centro, localizada na rua Sete de Setembro, 330, Centro. O acompanhamento pode ser solicitado presencialmente ou por meio de formulário.