A Praça CEU, em Benfica, a Rua São João, no Centro, e a Igreja do Rosário, no Granbery, recebem os espetáculos que o Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga traz para movimentar a segunda-feira, 11. A Orquestra Escola do Conservatório Estadual de Música Haidée França Americano, o Coral Cesama e o Quarteto de Cordas Minas Gerais são as atrações do dia. A programação traz um repertório variado, que vai do exímio sanfoneiro Dominguinhos e de africanidades até chegar ao mestre das trilhas sonoras, John Williams. A entrada é gratuita para as três atrações.

Aperfeiçoamento constante

Orquestra Escola fica instalada no Conservatório Haidée França Americano, existente há quase sete décadas (Foto: Edevaldo Cruz)

A programação do dia começa no Teatro da Praça CEU às 16h, com a Orquestra Escola executando obras tradicionais da música de concerto e arranjos de composições populares, além de trabalhos assinados por artistas internacionais. Coordenada pelos professores João Paulo Faria e Mila Chaubah, o grupo surgiu como uma oportunidade para alunos e instrumentistas exercitarem o aperfeiçoamento artístico. “Resolvemos apresentar o projeto da Orquestra Escola à direção do Conservatório e, após aprovado, iniciamos as atividades”, conta Faria.

O professor cita também a importância de o público prestigiar o espetáculo. “É a chance de ver a música sendo feita na hora, sem manipulação digital ou criação artificial, destoando de uma realidade que está cada vez mais conectada e presa às telas”. Ele destaca que, prestes a completar 70 anos, o Conservatório Estadual de Música Haidée França Americano continua a honrar sua missão de democratizar o acesso ao ensino de música na cidade, que tem uma longa tradição na música de concerto.

“Ver os músicos da orquestra evoluindo musicalmente, a felicidade deles ao realizar uma apresentação, isso nos dá forças para continuar com o trabalho”, analisa, acrescentando que, atualmente, a orquestra é composta por 35 músicos, sendo eles jovens e adultos, alunos dos cursos de Educação Musical e Formação Profissional (CFP), além de ex-alunos e professores.

Tributo à negritude

Coral Cesama já apresentou recital “Grito dos Palmares” em Minas Gerais e na Bahia (Foto: Hannah Fagundes)

O Coral Cesama apresenta, a partir das 18h30, na Rua São João, o recital “Grito dos Palmares”. Com apresentações em 2015 no Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm); em Diamantina; e, em 2017, no Pelourinho, em Salvador (BA), o coral tem em seu repertório desde contos africanos em sua essência, até seus desdobramentos no Brasil.

A apresentação contará com músicas de grandes compositores da Música Popular Brasileira (MPB) e sambas enredos. Victor Cassemiro, maestro do Coral Cesama, conta que o público irá ver uma apresentação envolvente e animada. “Utilizando-se de elementos como performances, poesias, batuque e especial enfoque no canto coral, o Coral Cesama oferecerá ao público uma noite envolvente, que remeterá às raízes africanas” fala Victor.

Com um programa representativo de lutas pelo reconhecimento da cultura afro-brasileira, em canções sobre a miscigenação do povo brasileiro e da arte musical do país, a expectativa do grupo com a apresentação é grande. “O coral está muito animado com a oportunidade de reapresentar esse repertório, que consideramos a menina dos olhos do Coral Cesama”, diz Victor.

Música de câmara

Quarteto de Cordas Minas Gerais apresenta obras de grandes compositores, como Heitor Villa-Lobos (Foto: Victor Bocafoli)

Encerrando a programação do dia 11, o Quarteto de Cordas Minas Gerais se apresenta na Igreja do Rosário a partir das 20h, com Álisson Berbert (violino 1), Ladislau Brun (violino 2), Lenara Finotti (viola) e Bruna Caroline (violoncelo). O grupo surgiu quando professores da UFJF convidaram os integrantes para compor a programação do Festival. Três dos integrantes fazem parte do quadro de servidores técnico-administrativos em educação (TAEs) do Departamento de Música da UFJF, com Lenara tendo sido convidada para completar o quarteto.

O repertório é composto por grandes obras, como Quarteto nº 1, de Heitor Villa-Lobos, composição de 1915, originalmente com o título Suíte de Quarteto de Cordas: Suíte Graciosa. Essa versão foi apresentada pela primeira vez para o professor Homero Sá Barreto, em dezembro de 1915. Em 1946, Villa-Lobos acreditou que havia perdido o manuscrito original e reescreveu a partitura adicionando três movimentos e renomeando a obra como “Quarteto de Cordas nº 1”, apresentada no Rio de Janeiro em agosto de 1946.

O quarteto ainda apresenta o Quarteto nº 3 de Alberto Nepomuceno (“Brasileiro”) e finaliza com a Sonata em Ré Maior para Cordas de Carlos Gomes (“Burrico de Pau”). “Aproveitamos o tema do festival, que é a música brasileira, para trazermos um pouco mais da música de câmara nacional ao público”, conta Bruna, que considera os preparativos para o Festival bastante prazerosos, acreditando nos frutos da iniciativa. “Nossa expectativa é encantar o público com a alta qualidade das obras brasileiras de concerto, contribuindo para o seu fomento e valorização entre o público de Juiz de Fora”.

Serviço
Dia 11 de novembro
⦁ 16h: “Orquestra Escola”, no Teatro da Praça CEU (Avenida Juscelino Kubitschek, 5899);
⦁ 18h30: “Grito de Palmares”, na Rua São João, parte alta, S/N
⦁ 20h: “Quarteto de Cordas Minas Gerais”, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário (Rua
Santos Dumont, 215 – Granbery).
Entrada gratuita.

Outras informações:

(32) 2102-3964 – Pró-reitoria de Cultura (Procult).

Página @festivaldemusicajf no Instagram.