Para recepcionar os novos estudantes, o Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realiza mais uma edição do projeto Som Aberto nesta quinta-feira, 7. O evento acontece a partir das 17h, no Anfiteatro A do instituto, com as apresentações de Priscila Martins, SalinaDuo, Marcos Borges e Guilherme Soldati e Advar Medeiros Quarteto. Essa é uma reedição do evento homônimo que marcou época na década de 1970 e ganhou nova versão promovida pela Pró-reitoria de Cultura (Procult) entre 2016 e 2017. A entrada é gratuita.
Entre os artistas que irão se apresentar, estão integrantes da comunidade acadêmica da UFJF: a cantora e guitarrista Priscila Martins é servidora técnico-administrativa (TAE) do ICB, e os cantores, violonistas e guitarristas Marcos Borges e Guilherme Soldati são professores da Faculdade de Engenharia. A promessa é que o repertório seja variado, com estilos como Música Popular Brasileira (MPB), rock e forró.
De acordo com Priscila Martins, também organizadora do evento, a retomada do Som Aberto é realizada com o objetivo de promover “uma maior integração entre alunos, professores, técnicos e a comunidade em geral. Isso tudo independente do estilo musical ou se a pessoa se interessa mais por composições autorais ou por interpretar outros artistas”, afirma.
“Sendo o Som Aberto, há espaço para surpresas dentro dessa programação”, afirma o professor do Departamento de Parasitologia, Microbiologia e Imunologia do ICB, Henrique Couto Teixeira, também organizador do evento.
Grito de liberdade em tempos de arbítrio
O Som Aberto remete ao período de luta pela liberdade e de contestação à ordem estabelecida no período da Ditadura Militar (1964-1985). Evento histórico no calendário da UFJF, a primeira edição do Som Aberto foi realizada em outubro de 1974, com a organização de um grupo de alunos liderados pelo então presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Ivan Barbosa.
As apresentações aconteciam no auditório do então Instituto de Ciências Biológicas e Geociências (ICBG). Além de música, as manhãs de sábado no auditório do ICBG também contavam com performances de dança, teatro, pintura e literatura.
Após ter sido finalizado no início da década de 1980, o Som Aberto ganhou uma nova versão em 2016 e 2017, na Praça Cívica, com organização da Procult. A retomada veio em 2022, de volta ao ICB – nos mesmos moldes da edição atual.
Para o professor Teixeira, a realização do Som Aberto é um momento de troca social, além de refletir em ganhos para a carreira acadêmica. “Entendemos que fomentar o desenvolvimento de aptidões artísticas pode contribuir para uma melhor formação profissional e servir de estímulo à carreira acadêmica. É também uma oportunidade de confraternização da comunidade acadêmica e/com a sociedade que a cerca”, afirma Teixeira.
Ainda estudante, o professor também participou de edições do Som Aberto. “Um dos organizadores era meu irmão Francisco (Xico) Teixeira, na época estudando Comunicação. Havia um grupo que estava sempre presente, chamado ‘A Pá’, que era formado por muitos estudantes da UFJF, entre eles o Xico, Márcio Itaboray, Márcio Hallack, Carlos Augusto Gomes (Guto), Domingos Teixeira, entre outros. E tinha também muitos outros grupos que se apresentavam, envolvendo especialmente apresentações musicais, mas também outras manifestações artísticas, muitas vezes evidenciando os problemas da realidade vivida naquela época”, recorda.
Para pessoas interessadas em conhecer melhor o projeto e participar de outras edições, Priscila Martins recomenda: “apareça por lá e nos procure”.
O Som Aberto é organizado pela Comissão de Cultura do ICB, que conta com a participação dos professores Simone Moreira de Macedo (Departamento de Anatomia) e Saulo Marçal de Sousa (Departamento de Botânica), além do professor Teixeira e da servidora Priscila Martins.
Outras informações: (32) 2102-3201/3202/3216 – Instituto de Ciências Biológicas (ICB).