O Cine-Theatro Central se abre mais uma vez ao Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, com o Recital de Violoncelo e Piano de André Micheletti e Lúcia Barrenechea. O repertório evoca compositores como o alemão Johannes Brahms e o francês Claude Debussy, além dos mestres brasileiros Henrique Oswald e Heitor Villa-Lobos. Com entrada franca, a apresentação está programada para esta quinta-feira, 7, às 20h. Mas a largada na programação do dia será às 18h, com o jazz instrumental do Flora Brasilis, no Teatro Paschoal Carlos Magno, seguido pela celebração da cultura afro-brasileira, com o grupo coral Àkórin, nas escadarias do Central.

Àkórin e a valorização da cultura afro-brasileira

Grupo Àkórin celebra a cultura afro-brasileira; projeto é integrado ao Programa de Bolsas de Iniciação Artística (Pibiart) da Pró-reitoria de Cultura (Procult) (Foto: divulgação)

O grupo Àkórin, um coral composto exclusivamente por pessoas negras, criado para celebrar e promover a cultura afro-brasileira por meio da música. O projeto é integrado ao Programa de Bolsas de Iniciação Artística (Pibiart) da Pró-reitoria de Cultura (Procult) da UFJF. A intenção é dar voz a cantores dedicados a ensaiar e apresentar músicas e arranjos que destacam a riqueza e a diversidade da herança cultural africana no Brasil. O coro se apresenta às 19h nas escadarias do Central.

Uma de suas idealizadoras e regente do coro, a aluna do bacharelado em Música pela UFJF, Arlana Dias, destaca a importância da participação do Àkórin no Festival, com um repertório que privilegia “Um Canto de Afoxé para o Bloco do Ilê”, composição de Caetano Veloso, com arranjo de Botzye Schmidt Sandoval; “Canto das Três Raças”, composição de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, com arranjo de Bia de Luca; e “Canto de Oxum/Mamãe Oxum”, Vozes Bugras, com arranjo da própria Arlana. “Este é um coral que não só celebra a música e a cultura afro-brasileira, mas que também promove a inclusão social e o empoderamento dos participantes, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, assinala. O grupo conta com 16 coralistas.

Violoncelo e piano

Os instrumentistas André Micheletti e Lúcia Barrenechea, virtuoses em suas áreas, executam a Sonata em Mi menor Op. 38 (I. Allegro non tropo; II. Allegretto quase menuetto; III. Allegro) de Brahms, e a Sonata para violoncelo e piano (I. Prologue: Lent, sostenuto e molto risoluto; II. Sérénade: Modérément animé; III. Finale: Animé, léger et nerveux) de Debussy, seguidas da Elegia de Oswald e das Bachianas Brasileiras n. 2 (I. Prelúdio – O Canto do Capadócio; II. Ária – O Canto da Nossa Terra; III. Dança – Lembrança do Sertão; IV. O Trenzinho do Caipira) de Villa-Lobos.

Pianista Lúcia Barrenechea é professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio)  (Foto: Clara Lira)

Lúcia Barrenechea é pianista e professora titular de piano no Instituto Villa-Lobos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), onde também coordena o Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Práticas Musicais (Proemus). Concluiu o bacharelado em Piano pela Universidade Federal de Goiás UFG), o mestrado pela Universidade de Boston (EUA) e o doutorado pela Universidade de Iowa (EUA). Atua intensamente como solista e apresenta-se regularmente em recitais no país, atuando como solista em concertos com várias orquestras brasileiras.

Reconhecida como notável pianista camerista, tem se apresentado com grandes nomes em destaque no cenário nacional e internacional, em turnês no país e no exterior. Tem sido frequentemente convidada para atuar como professora dos mais diversos festivais de música do país. Ultimamente tem se dedicado à divulgação de obras camerísticas e para piano solo de compositores latino-americanos, e mais recentemente realizou uma turnê na Argentina com a violinista Mariana Salles para apresentar obras de mulheres compositoras do Brasil e da Argentina.

André Micheletti tem duplo doutorado pela Indiana University em violoncelo e violoncelo barroco, sob a orientação de Helga Winold, Nigel North e Stanley Ritchie, além de ter tido aulas particulares e master classes com Janos Starker. Foi bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)-Fulbright em seus doutorados. É mestre em Violoncelo e Pedagogia do Violoncelo pela Northwestern University em Chicago, sob orientação de Hans Jörgen Jensen, e bacharel em Violoncelo pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sob orientação de Antonio del Claro. Hoje, é professor de violoncelo e música de câmara do Departamento de Música da Universidade de São Paulo (USP).

Violoncelista André Micheletti é professor da Universidade de São Paulo (USP) (Foto: Divulgação)

Foi também diretor artístico e pedagógico do Festival Internacional de Música Erudita de Piracicaba (2011 e 2012), professor na escola da Columbus Indiana Philharmonic Orchestra e da Unicamp, além de coordenador pedagógico e professor de violoncelo do projeto “Cidadão Musical” na cidade de Paulínia (2010 a 2012). Também foi concertino da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo e primeiro violoncelo da Camerata Fukuda e da Orquestra de Câmara da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), entre outras contribuições de peso.

Um detalhe importante de sua carreira é que, como solista, fez a primeira audição do concerto para violoncelo e orquestra do juiz-forano Edmundo Villani Côrtes. Côrtes já participou do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, como compositor e regente do Te Deum, obra premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como a melhor peça vocal erudita de 2007.

Flora Brasilis celebra música instrumental

Da esquerda para a direita: André Ravi, Lula Ricardo, Cacáudio e João Cordeiro (Fotos: Divulgação)

Formado pelos músicos André Ravi (violino), Cacáudio (piano), Lula Ricardo (contrabaixo) e João Cordeiro (bateria), o grupo Flora Brasilis reverencia a música instrumental brasileira, com um repertório formado por composições de grandes nomes como Tom Jobim, Egberto Gismonti, Hermeto Paschoal, Edu Lobo, Paulo César Pinheiro, entre outros. Dessa forma, o grupo promove uma viagem pelo Brasil em suas apresentações, com destaque para o regionalismo e a pluralidade cultural.

Serviço

Dia 7 de novembro

18h – grupo Flora Brasilis, no Teatro Paschoal Carlos Magno (R. Gilberto de Alencar, 1, atrás da Igreja São Sebastião).

19h – grupo Àkórin nas escadarias do Cine-Theatro Central (Praça João Pessoa, S/N).

20h – Recital de André Micheletti e Lúcia Barrenechea, no Cine-Theatro Central (Praça João Pessoa, S/N).

Outras informações:

(32) 2102-3964 – Pró-reitoria de Cultura (Procult).

Página @festivaldemusicajf no Instagram.