Estudantes de diversos períodos do curso de Medicina do campus da Universidade Federal de Juiz de Fora em Governador Valadares finalizaram, na última semana de agosto, uma série de ações voltadas para a assistência à saúde de crianças e adolescentes que vivenciam medidas socioeducativas e protetivas. As atividades de extensão curricular duraram todo o semestre e aconteceram em instituições valadarenses de semiliberdade e acolhimento.
Para a disciplina de assistência integral e interdisciplinar à saúde, os discentes do quinto período visitaram a Casa de Semiliberdade, o Centro Socioeducativo, a Casa de Acolhimento Feminina e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), além das Estratégias de Saúde da Família (ESF) que atendem o público dessas instituições.
Os futuros médicos ainda tiveram a oportunidade de conhecer o funcionamento da educação no sistema socioeducativo por meio de um bate-papo com pessoas que frequentam e atuam nessas unidades, caso do professor Adeilson Silva e do estudante Betinho. Dessas ações resultaram artigos de revisão bibliográfica e relatos de experiências
Já para a disciplina de temas integradores em clínica ampliada, estudantes do segundo ao quinto períodos analisaram as situações reais de crianças e adolescentes que cumprem medidas socioeducativas ou protetivas. Essa experiência foi enriquecida por meio do diálogo com os profissionais ligados ao cuidado das pessoas atendidas por tais instituições, como a coordenadora da Casa de Semiliberdade, Zenilda Eller de Alencar Miranda, a psicóloga da Casa de Acolhimento Feminina Maria Helena Oliveira da Silva, o psiquiatra André Martins e a psicóloga Vanessa Machado Eller, ambos do Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPS-I).
Além dos conhecimentos e experiência obtidos no campo da saúde, os estudantes de medicina ainda enriqueceram a formação com aula sobre direito, ministrada pelo professor Bráulio de Magalhães Santos, o que contribuiu para uma perspectiva mais interdisciplinar e intersetorial sobre o assunto.
Na avaliação da professora Maria Gabriela Parenti Bicalho – que ao lado da docente Milena de Oliveira Simões divide a responsabilidade pelas disciplinas – atividades desse tipo, “que envolvem a interação com instituições e sujeitos em contextos específicos, contribuem para a ampliação do escopo da formação médica e possibilitam que os estudantes estejam sensibilizados e informados em relação a contextos com os quais não têm contato”. Tudo isso, segundo Simões, resulta em um perfil de egresso alinhado com as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso, “que preveem a formação ampliada e atenta aos determinantes sociais de saúde”, destaca.