A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) estará representada na final do Prêmio Jabuti Acadêmico, que acontece no próximo dia 6. A mais reconhecida premiação literária do país agora tem uma versão voltada às áreas científicas, técnicas e profissionais. Dois professores e um doutorando da instituição concorrem com obras em três das 29 categorias do prêmio – Dilip Loundo, do Departamento de Ciência da Religião; Igor Delgado de Melo, do Departamento de Engenharia Elétrica; e Danilo Pires, doutorando em Economia. Participaram da seleção 1.953 obras de todo país.
“A praia dos mundos sem fim: Brasil, Índia e a poética do encontro”, de Dilip Loundo, apresenta uma seleção de conversações hermenêuticas entre Brasil e Índia, com foco na perspectiva dos interlocutores brasileiros, abrangendo filosofia, literatura e ciências sociais. Entre esses interlocutores estão Cecília Meireles, Guimarães Rosa, Machado de Assis, Farias Brito e Gilberto Freyre.
“Fica claro, de imediato, que um dos diferenciais de enriquecimento que aporta ao Brasil, em razão do diálogo continuado com a Índia, é o ganho significativo em transparência, explicitude e reconhecimento de sua própria condição de pluralidade”, comenta o professor do Departamento de Ciência da Religião.
Segundo o pesquisador, a relevância do livro está em promover o encontro, mutuamente enriquecedor, entre as religiões, filosofias e culturas dos espaços pós-coloniais da Índia e do Brasil. A obra vem na sequência de outro título do autor: “Razão com sabor de mel; ensaios de filosofia Indiana”. Loundo é fundador do Núcleo de Estudos em Religiões e Filosofias da Índia (Nerfi), grupo de pesquisa registrado no CNPq, e já recebeu no seu país de origem a mais alta condecoração civil conferida a indianos residentes no exterior – o prêmio Pravasi Bharatiya Samman (Overseas Indian Honour Award).
Atualização de metodologias em energia elétrica
O livro “Fluxo de potência: teoria e implementação de códigos computacionais”, do professor Igor Delgado de Melo, traz várias metodologias que permitem avaliar o comportamento dos sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica. O tema, segundo o professor, não é tão explorado nacionalmente.
“Existem métodos clássicos usados para análise de redes elétricas que precisavam ser revisitados em virtude do atual cenário do setor elétrico. Hoje em dia, estamos vivenciando a chamada transição energética com o incentivo do uso de fontes renováveis de energia que não poluam o meio ambiente. Revisitar essas metodologias e discutir outras abordagens é a principal contribuição deste livro”, explica.
Além do conteúdo didático em cada capítulo, o leitor encontra links e códigos computacionais para implementar os métodos também na prática.
Políticas públicas para comércio exterior
O doutorando em Economia na UFJF Danilo Luciano Pires defende sua tese no próximo dia 30, que aborda o tema do livro indicado, “O fluxo de comércio brasileiro: análise assimétrica bilateral entre o Brasil e seus principais parceiros de comércio”.
A pesquisa se iniciou ainda no mestrado, sob orientação do professor Cláudio Foffano, e investiga como as exportações e importações entre o Brasil e seus dois principais parceiros comerciais – China e Estados Unidos – respondem às flutuações na volatilidade da taxa de câmbio com possibilidade de assimetria.
O estudo evidencia a relevância das exportações brasileiras no comércio internacional de commodities e os indicadores encontrados podem fomentar não só a pesquisa no Brasil, mas apresentar propostas eficientes para criação de políticas públicas.
Outros professores da UFJF também tiveram obras reconhecidas, entre eles, Alexander Moreira-Almeida e Humberto Schubert, com a indicação do livro “Ciência da vida após a morte”, semifinalista do prêmio. O título já foi publicado em quatro idiomas.
Há, ainda, autores da UFJF que colaboraram em capítulos de livros também indicados, organizados por colegas de outras instituições. É o caso de pesquisadores da Faculdade de Comunicação, que assinam artigos do livro “Pandemia e Desinformação: mídia, imaginário e memória”. Já o professor do Instituto de Ciências Exatas Marco Aurélio Kistemann tem capítulo publicado no livro finalista “O pensamento matemático e os diferentes modos de pensar que o constituem”.
Em edições anteriores do Jabuti, prêmio literário, os professores da Faculdade de Letras Edimilson Pereira e Prisca Agustoni também foram finalistas, na categoria poesia.
Sobre o Jabuti Acadêmico
O Prêmio Jabuti Acadêmico foi criado em 2024 com foco nas áreas científicas, técnicas e profissionais, visando valorizar, reconhecer a excelência e divulgar os autores e editores que se dedicam a esses segmentos no Brasil. Os autores são selecionados pela Câmara Brasileira do Livro (CBL).
Todas as informações oficiais estão disponíveis no site. A cerimônia de entrega da premiação ocorrerá, em 6 de agosto, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, onde serão revelados os vencedores das 29 categorias, distribuídas nos eixos de Ciência e Cultura e Prêmios Especiais. Os premiados em cada uma das categorias receberão uma estatueta e um prêmio de R$5 mil.
Outras informações: Jabuti Acadêmico
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