Se você está procurando estabelecer novas metas de leituras, que tal apostar em obras revolucionárias? Como forma de celebrar o mês das mulheres, a Biblioteca Central da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está com uma exposição de livros escritos por autoras femininas. Os interessados podem conferir a mostra e realizar empréstimos dos livros expostos durante todo o mês de março.
Inspirada pelo movimento “Leia Mulheres”, originado em 2014 pela escritora Joanna Walsh, a Biblioteca Central adotou a iniciativa em 2019 como uma ação anual com o intuito de ampliar o contato com a produção de mulheres na literatura.
A mostra é composta por poesias, romances, não ficção e biografias de autoras internacionais, nacionais e locais. Uma das novidades deste ano são algumas obras da coleção “Escritoras do Brasil” doadas pelo Senado Federal. Esta coleção tem como propósito divulgar o trabalho intelectual de escritoras brasileiras que muitas vezes são sub-representadas ou ignoradas nos cânones literários. Entre as obras expostas estão “Ânsia Eterna” de Júlia Lopes de Almeida, “Mármores” de Francisca Júlia da Silva e “Opúsculo Humanitário” de Nísia Floresta.
O acervo conta também com o livro “Escritoras Brasileiras”, coletânea de 32 biografias de autoras nacionais. Neste livro, nomes consagrados como Clarice Lispector, Rachel de Queiroz, Lygia Fagundes Telles, Cora Coralina, Hilda Hilst e Carolina de Jesus dividem espaço com escritoras pouco divulgadas como Elvira Vigna, Henriqueta Lisboa, Adalgisa Nery, Orides Fontela, Maria Alice Barroso e Olga Savary. Todos os textos foram escritos e ilustrados por mulheres que trabalham ou já trabalharam na Câmara dos Deputados, incluindo comunicadoras, bibliotecárias, psicólogas, historiadoras, escritoras e leitoras apaixonadas.
Outra opção é a obra “A Cor Púrpura”, de Alice Walker, que narra a vida de Celie, uma mulher afro-americana que enfrenta os traumas causados pelos abusos do pai e do marido no sul dos Estados Unidos entre os anos 1900 e 1940. A história mostra sua jornada de superação com o apoio e a força de uma irmandade de mulheres. A obra foi adaptada para o cinema e estreou nas telas em fevereiro deste ano.
A bibliotecária responsável pela exposição, Fabíola Rubim, destaca que o objetivo da mostra é promover a leitura de autoras, especialmente as sub-representadas e pouco discutidas na história, como as autoras negras. Segundo ela, o movimento internacional Leia Mulheres é importante para subverter a invisibilidade e destacar a relevância das obras escritas por mulheres. “O acervo de uma biblioteca reflete as deficiências e desigualdades presentes na sociedade. Portanto, atividades como esta visam mitigar lacunas e ampliar a diversidade do acervo, garantindo que ele seja mais inclusivo e representativo.”
Outras informações: (32) 2102-3751 / 3767 – Biblioteca Central