Tampas de caneta, massa de modelar, garrafas pet, esferas de isopor, CDs, latas de refrigerante, palitos de churrasco. Estes são apenas alguns dos elementos que Paulo Menezes, pesquisador da Faculdade de Educação, utiliza para montar brinquedos científicos que demonstram de forma lúdica diferentes princípios da física e despertam o interesse de crianças e adolescentes pela ciência.
Na última quinta, 7, o pesquisador participou de um encontro com os alunos do 6º ano da Escola Municipal Presidente Tancredo Neves para mostrar que a ciência está mais próxima deles do que normalmente imaginam. A visita faz parte do projeto de extensão “A ciência que fazemos”, que leva pesquisadores até escolas para aproximar os alunos do processo de pesquisa e humanizar a figura do cientista.
O despertar para a ciência na brincadeira
“Eu pareço um cientista?”, pergunta Paulo Menezes aos alunos, que respondem com um unânime e audível “não!”. A camiseta básica, calça de brim, tênis esportivo e semblante carismático não remeteram às vestes comumente associadas a cientistas: jalecos – e cabelos – brancos, óculos com lentes grossas e uma personalidade inusitada e distante.
O pesquisador inicia a conversa falando sobre a sua origem humilde no bairro Granjas Betânia e como as brincadeiras e a criação de brinquedos marcaram a sua infância. “Como vários dos pais trabalhavam como pedreiros, nós tínhamos acesso a várias ferramentas. A gente se divertia construindo pipa, carrinho de rolimã, carrinho de carretel”, conta.
Um detector de mentiras ou submarino?
Uma garrafa pet cheia com água e um bonequinho dentro. “Sabe o que tenho aqui? O detector de mentiras. Quem quer vir testar?” Um mar de braços sobem. Eloá Vitória, de 12 anos, intrigada com o dispositivo, vai até ele. Paulo pergunta: “qual é a matéria que você menos gosta?” Eloá responde: “História”. O boneco não mexe, o que indicaria uma verdade. Mais tarde, ela revela que isso foi uma mentira.“ Na verdade eu gosto de história, mas eu queria testar o detector.”
O aluno Henrique de Paula, de 11 anos, foi o último a testar o detector. Mas dessa vez Paulo inverteu: Henrique faria as perguntas. “Professor, quando você tava na faculdade, você colou em alguma prova?” E todos gargalhavam ao ver o bonequinho descer na garrafa. “Isso deve tá estragado”, brincou Paulo ao pegar o “detector” de volta. Henrique já tinha visto esse brinquedo em um vídeo no YouTube. “O segredo é apertar a garrafa”, compartilha com os colegas.
Feito colocando massa de modelar na ponta e no topo da tampa da caneta, deixando o espaço interno vazio e posicionando-a dentro da garrafa com água, o “detector de mentiras” demonstra como os submarinos funcionam. “Quando eu aperto a garrafa, a pressão da água aumenta e o ar acumulado na tampa, entre as bolinhas de massinha, diminui”, explica Menezes. “Isso faz com que o bonequinho fique mais denso que a água, fazendo-o afundar.”
A UFJF próxima não só no mapa
“É muito importante para os alunos essa aproximação com a universidade”, afirma Carlos Henrique Estrada, professor de ciências da turma. “Que esse encontro estimulem vocês a utilizarem a UFJF não só como área de lazer mas também como uma área de conhecimento futuro”, falou, direcionando-se aos alunos.
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