Pró-reitores, diretores e técnico-administrativos em Educação (TAEs), especialmente da área financeira, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) assistiram, nesta terça-feira, 5, a uma palestra sobre um sistema destinado a calcular o custo das unidades acadêmicas e administrativas, com dados sobre custos de cada curso, disciplina e aluno, além de processos, atividades e serviços prestados. Eles conheceram o Modelo de Gestão de Custos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), apresentado por representantes daquela instituição. O encontro também foi acompanhado, de forma virtual, pelos servidores do campus avançado de Governador Valadares. 

Previsão é de que UFJF desenvolva metodologia para modelo próprio até o final do ano (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

A implantação de modelos de gestão de custos em instituições públicas é determinada por legislação federal. A previsão é de que a UFJF desenvolva a metodologia para adotar um sistema próprio até o final do ano. O indicador de custos é considerado um dos mais importantes para a governança de instituições públicas. Como aponta o coordenador de Governança e Riscos da Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças (Proplan) da UFPR, Aldemir Junglos, o modelo promove a distribuição dos recursos da forma mais adequada. 

“Saber quanto custa um processo, um aluno, uma atividade, curso, departamento, pró-reitoria. Isso é muito importante para fazer a gestão e o planejamento. A ideia não é enxugar recursos e sim distribuir de maneira a atender melhor à população, aos alunos, docentes e técnicos”, afirma. A prestação de contas à sociedade também é outro benefício gerado pela gestão de custos. “Digamos que o custo de um curso esteja mais elevado. É importante mostrar que esse curso é importante para a sociedade, como Estatística e Física. As instituições particulares não oferecem esses cursos porque a procura e o número de formandos são pequenos.” 

Nesse mesmo sentido, o modelo de gestão de custos também é importante para a medição da capacidade de prestação de serviços da instituição, como aponta o contador da Coordenadoria de Governança e Riscos da Proplan/UFPR, Marcos Roberto dos Santos. “O sistema ajuda na avaliação da capacidade de produção acadêmica, científica e de extensão, por exemplo. Com ele, conseguimos trazer a métrica econômica, para melhorar a avaliação de desempenho das instituições.” 

Por meio da análise dos dados existentes no modelo de gestão de custos, também é possível aferir a existência de boas práticas orçamentárias em determinados segmentos da instituição, que podem ser adotadas em outros setores, gerando uma redução de custos. “Por que um curso gasta um pouco menos se ele é típico? Os laboratórios são parecidos (com os de outros), o tamanho, número de docentes é semelhante. Você consegue notar onde há boas práticas para implementar em outros locais. Essa é uma das atividades da governança: buscar boas práticas e implementá-las em outras áreas. Tudo é justificável, não é para discriminar e sim, justificar. Havendo boas práticas, podemos adotá-las em outros cursos”, explica Junglos. 

Planejamento
De acordo com o pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças da UFJF, Eduardo Condé, a previsão é de que a metodologia para o modelo de gestão de custos a ser adotado pela Universidade seja desenvolvida até o final do ano. A implantação do projeto deve ser feita ao longo de 2024. 

Como aponta o pró-reitor, “o controle dos custos na Universidade deve ser realizado por unidade, tanto em unidades acadêmicas, quanto administrativas. Esse é um processo que está sendo construído.” Para Condé, a adoção de um modelo permitirá um incremento do planejamento de custos e um acompanhamento “muito próximo” junto aos cursos da Universidade. 

“Nós já temos bases de dados, através do Siga, por exemplo, que cobrem a área financeira. Vamos recolher as informações, muitas delas já existentes. Outras teremos que apurar em bancos de dados. E precisamos sempre da colaboração de todas as unidades acadêmicas e administrativas.”

Na última segunda-feira, 4, os servidores da UFPR também participaram de encontro com representantes da Administração Superior da UFJF, para conhecerem a estrutura da Universidade. “A vinda deles é importante pela troca de experiências. As instituições precisam trocar mais espaços de debate”, reitera. 

A avaliação é compartilhada pelos servidores da UFPR. “Tivemos uma reunião importantíssima, com muitas informações sobre a gestão de custos, mas também sobre sustentabilidade, gestão de processos e gestão de riscos. Então estamos trocando informações”, avalia Junglos.