O consumo de drogas entre os adolescentes é uma realidade no país e que traz diversas consequências sociais, econômicas e de saúde pública. A importância de abordar a temática vai além de explicar sobre os riscos do uso indiscriminado de álcool e outras drogas, mas também passa por abordar outros aspectos e contextualizar a problemática.
Nessa perspectiva, o professor Marcelo Campos, doutor pela USP e pelo Departamento de Criminologia da Universidade de Ottawa, visitou a Escola Estadual Batista de Oliveira, onde apresentou dados de sua pesquisa sobre a Lei de Drogas (Lei nº 11.343), Sistema Criminal e Saúde Pública para os alunos do ensino médio.
O encontro do projeto A Ciência que Fazemos buscou explicar como a Lei funciona na prática no Brasil, desde a mudança em 2006, quando a diferenciação entre usuário e traficante passou a ser por critério social. A partir daí, observou-se que o número de prisões aumentou consideravelmente; os dados apontaram que a origem social (gênero, escolaridade, classe social) de cada indivíduo tem grande peso para caracterização de tráfico.
Yasmim Mattos, de 15 anos, comentou que estão desenvolvendo um projeto sobre dependência na escola. “A pesquisa apresentada pelo professor da Universidade servirá para expandir o conhecimento para além dos presentes na sala.” Daniel Silva, de 16 anos, afirma que gostou de entender como é a dinâmica da Lei das Drogas, e como o olhar para fora do país, mais especificamente para o Canadá, onde o professor Marcelo viveu por um tempo, poderia auxiliar na melhora da aplicação da lei no Brasil, buscando combater o problema por meio da reabilitação dos usuários ao invés da prisão.
A professora da escola, Ludmila Campana, de Biologia, compartilhou que o tema ‘drogas’ já havia começado a ser trabalhado em um projeto que está sendo desenvolvido no colégio, sobre a Cultura de Paz. Aliada a visita de Marcelo Campos, os alunos tiveram a oportunidade de enriquecer seus respectivos trabalhos em andamento e visualizar possibilidades acadêmicas para o futuro.
“É sempre um prazer receber a Universidade aqui, seja através de projetos e estagiários. Até nomes tão importantes como o que recebemos hoje.” Ludmila também revelou que espera que os alunos sejam tocados por essas oportunidades que são oferecidas na escola.
Como foi sua primeira participação no projeto, Marcelo Campos considera que esse tipo de divulgação científica ressignifica a própria ideia de ciência e de ensino, por ser a ponte entre o ensino médio público e a universidade pública, sendo também fundamental para a coexistência entre os ensinos fundamental e médio.
Bullying na escola
Também em junho aconteceu uma conversa sobre bullying com os alunos do sétimo, oitavo e nono ano do ensino fundamental da Escola Municipal Dr. Paulo Japyassu. O professor do Departamento de Psicologia da UFJF, Altemir Barbosa, explicou o que diferencia o bullying de outras formas de violência. Os estudantes puderam tirar várias dúvidas durante o encontro.
Sobre o projeto
A iniciativa de extensão A Ciência que Fazemos é desenvolvida pela UFJF com o intuito de promover a cidadania científica através de visitas de professores e pesquisadores da UFJF a escolas do ensino fundamental e médio de escolas de Juiz de Fora e região. Os encontros acontecem ao longo do ano nas escolas cadastradas.
A apresentação dos professores e pesquisadores é feita no formato de conversa para que o ponto central seja a participação e interação com os estudantes. Dessa forma, as dúvidas de todos são acolhidas em uma dinâmica diferente de uma aula comum, aproximando a figura do cientista da realidade dos alunos.
As escolas e os professores interessados em fazer parte, basta entrar em contato pelo e-mail ciencia.comunicacao@ufjf.br.
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Relembre:
Arte e ciência andam juntas para unir estudantes