“Olhares e perspectivas a partir do Planejamento Territorial: O Projeto Territórios da Cidadania” acontece no dia 21 de junho, às 14h30 no Auditório das Pró-Reitorias (Foto: Arquivo UFJF)

A Universidade Federal de Juiz de Fora, por meio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), em parceria com a Secretaria de Planejamento do Território e Participação Popular, da Prefeitura de Juiz de Fora (Seppop/PJF), realiza a apresentação “Olhares e perspectivas a partir do Planejamento Territorial: O Projeto Territórios da Cidadania”. O evento acontece no dia 21 de junho, às 14h30 no Auditório das Pró-Reitorias, localizado no prédio da reitoria, no campus da UFJF.

O projeto é uma iniciativa da Seppop, realizado em parceria com o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), cujo objetivo é a construção de uma ferramenta de planejamento de gestão, auxiliando no processo de formulação de políticas públicas, integração dos investimentos e superação das desigualdades territoriais.

O evento tem como objetivo apresentar as ferramentas metodológicas utilizadas no projeto, estimulando a participação da universidade para atuar frente aos desafios do contexto urbano local, a partir do desenvolvimento de iniciativas, projetos de pesquisa e  extensão.

Territórios vulnerabilizados

“As regiões de vulnerabilidade estão inseridas dentro de bairros. Levantamos dados de vulnerabilidade estrutural, econômica, social, cultural e em vários outros aspectos”, aponta o gerente da Seppop, Antônio Carlos Hora (Foto: Carolina de Paula)

Segundo o Gerente da Seppop, Antônio Carlos Hora, as ferramentas metodológicas utilizadas no projeto foram duas: o Mapa Rápido Participativo e o Perfil Socioeconômico, que foram aplicadas em 139 territórios de vulnerabilidade em Juiz de Fora, denominados pela PJF como microterritórios.

“A partir das duas pesquisas realizadas, obtivemos dados desses 139 microterritórios do município. Com esses levantamentos, cria-se a possibilidade de diálogo entre a PJF e a Universidade, do ponto de vista da utilização desses dados por pesquisadores da UFJF que tenham interesse em realizar ações dentro do contexto de vivências desses espaços, tendo suporte do poder executivo municipal”, aponta Hora.

Para o representante do poder executivo, as possibilidades de contribuição entre a Universidade e a PJF são infinitas, pois torna-se possível estabelecer, a partir desse levantamento, intervenções para o avanço da cidade. “As regiões de vulnerabilidade estão inseridas dentro de bairros. Levantamos dados de vulnerabilidade estrutural, econômica, social, cultural e em vários outros aspectos.”

“Territórios da Cidadania é um programa completo. Começa com a coleta de dados de lugares e pessoas que não costumavam ser vistas nem ouvidas, passa pela capacitação dos servidores e servidoras da Prefeitura para que conheçam e aprendam a utilizar os novos dados, e termina com as análises das informações”, afirma a oficial nacional do ONU-Habitat para o Brasil, Rayne Ferretti Moraes. “É um programa que estabelece uma nova forma de pensar e planejar a cidade”.

A pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra, ressaltou que, em 2022, a Universidade aprovou o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e foram destacadas algumas ações estratégicas para implementar a relação da UFJF com os municípios os quais a Instituição tem participação em termos de formação de estudantes, profissionais, pesquisas e ações de extensão.

“Um dos projetos capitaneados pela Proex é a relação com as prefeituras. Nesse sentido, receber a PJF na nossa Universidade, para termos acesso a esses dados, faz parte dessa relação com os municípios. Por meio dessas informações, nós teremos condições de oferecer para a prefeitura mais informações e projetos que possam melhorar as condições da nossa cidade.”

Novos olhares

Uma questão particular dessas pesquisas é a utilização de pesquisadores dos próprios territórios, pois, segundo Hora, é importante pensar que nesses microterritórios há vários pesquisadores de diversas áreas – formados e em formação – que auxiliaram nesses levantamento, atuando nos próprios territórios, que trazem novas olhares para que seja possível moldar aquele espaço.

“Sempre imaginamos que nesses espaços são compostos por miséria e abandono. Isso não é verdade. Esses profissionais e pesquisadores se tornam espelhos para aquela comunidade e incentivam as mudanças”, afirma Hora. “Quando os moradores daqueles microterritórios veem um vizinho com um crachá da ONU, isso abre novas perspectivas de vida. Essa iniciativa demonstra o cumprimento do dever social da Universidade e do poder público em trazer esses novos olhares para as demandas da cidade”, complementa o gerente da Seppop. 

Pesquisas

O MRP consiste em uma pesquisa qualitativa que levantou dados primários sobre as condições urbanas dos microterritórios, coletados a partir da observação da localidade e de breves entrevistas com moradores. Esta avaliação incluiu, por exemplo, a presença de infraestrutura para mobilidade, abastecimento de água, coleta de lixo e o padrão das moradias. 

Já o Perfil Socioeconômico foi uma pesquisa domiciliar por amostragem que buscou compreender as principais características demográficas e socioeconômicas da população, bem como sua percepção em relação à prestação de serviços públicos e sua qualidade de vida nesses espaços. Para isso, tratou de temas como educação, renda, trabalho, esporte, cultura, lazer, acesso a serviços públicos, habitação, saúde e violência. 

A partir das pesquisas, é possível compreender as características dos espaços urbanos, das moradias e da população que reside nesses locais, estabelecendo parâmetros que direcionem as intervenções necessárias e priorizações de investimento nos territórios mais vulnerabilizados. Por isso, o programa é uma ferramenta essencial de planejamento e gestão, auxiliando no processo de formulação de políticas públicas e na superação das desigualdades territoriais. 

Além disso, o, projeto pretende servir como um instrumento de orientação estratégica e técnica de atuação frente aos desafios do contexto urbano, ao trazer dados e informações valiosas para a gestão e o planejamento em si, conectando as ações com agendas globais de desenvolvimento sustentável, como a Agenda 2030 e a Nova Agenda Urbana.

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