Através de instrumentos utilizados no dia a dia, como lanças, faca e machado de pedra, o público poderá conferir parte da história dos indígenas mineiros. (Foto: divulgação)

Comemorado em 19 de abril, o Dia dos Povos Indígenas é dedicado a celebrar a cultura e a herança dos povos originários, a fim de preservar a memória e promover a reflexão crítica a respeito do passado e da atual situação das diferentes etnias indígenas, após séculos de colonização, discutindo pautas que visem a estabelecer políticas públicas que garantam seus direitos. Nesse contexto, o Museu de Cultura Popular da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), instalado no Forum da Cultura, sedia, até o dia 28, a exposição “Arte indígena”, uma celebração à diversidade da cultura indígena no Brasil.

A mostra reúne peças confeccionadas por diferentes etnias, que refletem tradições e costumes de povos indígenas, parte importante na formação da cultura brasileira. Através de instrumentos utilizados no dia a dia, como lanças, faca e machado de pedra, o público poderá conferir um pouco da história dos indígenas mineiros, como é o caso dos Maxakali, que vivem em aldeias no Vale do Jequitinhonha, região nordeste do estado, e dos Krenak, etnia que reside no leste.

Outro destaque são as bonecas Karajá (ritxòkòs), originárias do Mato Grosso e da Ilha de Marajó (PA), que condensam e expressam importantes aspectos da identidade dos Karajá. Feitas em cerâmica, possuem formas geométricas, cores vibrantes e reproduzem o ordenamento sociocultural e familiar da etnia, sendo importantes instrumentos de socialização das crianças que, ao brincar, se veem nesses objetos e aprendem a ser Karajá. 

Entre os objetos feitos em cerâmica, há uma réplica em miniatura, oriunda do Amazonas, reproduzindo uma urna funerária antropomorfa (com figura humana), que mostra características das cerimônias de sepultamento de algumas populações indígenas da região. Há, ainda, obras de cestaria e trançados de povos indígenas do Mato Grosso, Rio de Janeiro e Amazonas feitas para diferentes finalidades.

Mostra celebra a cultura e a herança dos povos originários. (Foto: divulgação)

Os cocares também chamam a atenção em “Arte Indígena”. Originários do Mato Grosso, foram feitos por indígenas das etnias Tapirapé e Rikbaktsa. Tradicionalmente, o cocar se tornou um dos principais ornamentos utilizados por diversos povos indígenas. Sua função varia de etnia para etnia, podendo servir como adorno ou mesmo um símbolo de status no grupo, entre outros.

Também é possível conferir cuias fitomorfas para Tacacá – prato de origem indígena típico da região amazônica, remo e tipitis – utilizados, principalmente, para extrair o líquido da mandioca, deixando-a própria para o consumo e transformando-a em farinha.

Durante o período em que permanecerá em cartaz, “Arte Indígena” estará aberta para visitação de segunda a sexta, das 10h às 19h. As visitações são gratuitas e abertas ao público em geral. No caso de grupos, é necessário agendamento prévio, que pode ser feito através do telefone (32) 2102-6306 ou pelo e-mail forumdacultura@ufjf.br. A exposição contará também com repercussão nos perfis do Forum da Cultura no Instagram e no Facebook.