Espaços para a complementação de estudos e experimentos sobre diferentes espécies de plantas: assim serão os Laboratórios Avançados de Experimentação de Plantas (Laep), inaugurados nesta quinta-feira, 15, no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O novo prédio fica localizado no platô onde já está instalado o Centro de Biologia da Reprodução (CBR).
Os novos laboratórios fazem parte da área onde já está localizada a Estação Experimental de Cultivo e Manutenção de Plantas. Nela, docentes e estudantes de graduação e pós-graduação trabalham com plantas tanto a céu aberto quanto em estufas equipadas, com condição para controle de temperatura, umidade e luminosidade de forma artificial. No espaço, já foram desenvolvidos diversos trabalhos de mestrado e doutorado, além de orientações de divulgação científica. Amostras coletadas em campo pelos pesquisadores poderão, posteriormente, ser processadas dentro dos laboratórios, construídos para dar suporte à pesquisa experimental em plantas.
O prédio conta, ainda, com uma sala de aula a ser utilizada para disciplinas do ICB e reuniões para avaliação de dados e projetos. Os laboratórios, em conjunto com a estação experimental, se configuram como um grande espaço aberto a todas as pessoas na universidade com interesse no desenvolvimento de pesquisas com plantas. A área passou por uma reurbanização completa, com nova pavimentação, novos canteiros experimentais, entre outras melhorias no entorno.
Na inauguração, o diretor do ICB, Lyderson Viccini, avaliou que o início dos trabalhos na área, no início dos anos 2000, coincide com um período de grandes mudanças na universidade. A pesquisa passou a se fazer mais presente e houve a criação de grande número de programas de pós-graduação. “Esse é um grande laboratório multiuso, onde todos aqueles que tenham alguma afinidade ou interface que precise de uma área similar a essa possam utilizá-la. Esse espaço é resultado de uma construção coletiva de muitos anos, de estudantes e professores que se dedicaram a esse espaço, com o apoio da universidade”, afirmou o professor.
O coordenador da Estação Experimental de Cultivo e Manutenção de Plantas, Paulo Henrique Peixoto, fez um histórico da criação do espaço, que começou com foco na análise, principalmente, de orquídeas e bromélias. “Hoje é um dia simbólico, mas extremamente importante. Acho que o simples fato de inaugurarmos qualquer coisa na universidade, atualmente, é digno de festa. Nós vivemos quatro anos com sérios problemas. E chegarmos a um local com toda a infraestrutura adequada, bonita, harmônica, com a falta de recursos que temos, é uma vitória. Temos que reconhecer os esforços da universidade”, destacou.
A pró-reitora adjunta de Infraestrutura e Gestão, Janezete Marques, também relembrou a trajetória da construção do espaço que hoje abriga a estação experimental e os laboratórios. Classificando o trabalho como “muito admirável”, a pró-reitora adjunta parabenizou os professores, técnico-administrativos e estudantes envolvidos com a consolidação do projeto.
“A atual administração encontrou várias obras paradas em um contexto bem complicado. Essa era uma das prioritárias, por ser uma obra que estava praticamente pronta. É com muita alegria e satisfação que eu venho aqui hoje inaugurar esse espaço. Na nossa trajetória na universidade, esse é um dos momentos mais felizes, em que a gente vê o esforço de uma equipe muito aguerrida sendo consolidado”, reiterou.
Reitor: “Grande satisfação em poder concluir mais uma obra”
A fala final da inauguração ficou a cargo do reitor da UFJF, Marcus Vinicius David. Expressando a satisfação com a conclusão de mais uma obra, David fez um retrospecto da situação orçamentária da universidade nos últimos anos e das obras em construção no período. A passagem por dois governos federais com políticas de forte austeridade fiscal e redução de investimentos na Educação gerou impactos na entrega de novos espaços, ponderou.
“Poderíamos ter feito o que fizemos muito mais rápido, se não fosse a asfixia orçamentária que nós enfrentamos. A gravíssima crise orçamentária que estamos vivenciando se manifestou, em primeiro lugar, no orçamento para investimentos – o que usamos para a realização de obras. Foi o primeiro grande corte. Quando comparamos a série histórica, em números absolutos, sem o cálculo da inflação do período, nos anos 2010, o orçamento de investimentos de capital se aproximava de R$ 100 bi por ano. E, nos últimos anos, nós temos orçamentos na casa de R$4 bi, R$ 5 bi”, divulga.
Fazendo menção à fala do professor Lyderson Viccini, sobre a relação da construção dos laboratórios e da estação com o crescimento da pesquisa e da pós-graduação na UFJF, Marcus David afirmou que “é muito bom fazer esse tipo de investimento, que efetivamente vai contribuir para o avanço acadêmico da universidade e continuar a nos consolidar como instituição de excelência na pós-graduação, como os últimos resultados de avaliação da Capes demonstram”.