A última semana de apresentações do espetáculo “S.O.S Brasil”, do Grupo Divulgação, começa nesta quarta-feira, 30, e vai até o domingo, 4 de dezembro. A peça, escrita e dirigida por José Luiz Ribeiro, conta com uma retrospectiva dos acontecimentos político-culturais do ano no Brasil. As sessões acontecem sempre a partir das 20h30 no Teatro do Forum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
São disponibilizados dois convites gratuitos para todo o corpo docente, docentes aposentados, servidores técnico-administrativos em educação (TAEs), funcionários terceirizados e estudantes da universidade com assistência estudantil. Os interessados podem obter os ingressos a partir de trinta minutos antes do espetáculo, mediante comprovação de vínculo com a UFJF, ou antecipadamente, na secretaria do Forum da Cultura, em horário de expediente.
A trama
“S.O.S Brasil” é a história de um povo que acreditou em um falso messias e pensou que destruir a floresta era um caminho até a prosperidade. Em desespero, seus habitantes recorrem à Mãe Gê (Gaia, a Terra) para pedir socorro. Três entidades intercedem pelos humanos: Dionísio, deus grego do vinho e do teatro, a Poesia e a Memória. Ao trio, Mãe Gê passa a missão de recolher os destroços do mundo para reorganizá-lo. Nessa tarefa, os heróis são perseguidos por Torto, o Diabo, aqui representado como o oposto de Dionísio.
Na Terra, o grupo chega até o navio S.O.S Brasil, que nada mais é que o Titanic pintado e remodelado. Um grupo de bandidos se prepara para receber os navegantes em terra firme. No desfile de golpistas, há tipos como o Macho Alfa, “com muita massa e pouco miolo” e o Chefe do bando, homem de ficha criminal extensa com atos como quase explodir um quartel.
“Precisamos fazer uma grande reflexão sobre o tempo que a gente está vivendo. A música de Maurício Tapajós e Aldir Blanc (que diz): ‘O Brazil não conhece o Brasil’ (‘Querelas do Brasil’) foi o mote para que a gente pudesse mostrar ao nosso público as nossas incongruências e a confusão de um país que se dividiu por um processo político em que a própria bandeira foi sequestrada”, afirma o coordenador do Grupo Divulgação, José Luiz Ribeiro. O teatrólogo comemorou 59 anos de dedicação ao teatro no dia 15 de novembro e contabiliza 180 peças escritas e mais de 200 dirigidas.
Riso e cidadania
Ao longo de 56 anos de história, o Grupo Divulgação sempre teve a intenção de retratar a realidade social, política e moral do Brasil e do mundo por meio de textos clássicos e da sua própria dramaturgia.
Espetáculos como “Diário de um louco”, de Nicolai Gogol, encenado em 1969 e censurado pela ditadura militar, “Era sempre primeiro de abril” (1990), crítica ao governo Collor, “O príncipe rufião” (1998), crítica ao governo FHC e “A morta insepulta” (2022), de Oswald de Andrade em versão livre de José Luiz Ribeiro – um panorama sobre o país no governo Bolsonaro, exemplificam a vocação do GD em levar ao seu público a reflexão sobre os acontecimentos de cada período corrente. Nesse caminho, o riso é um constante instrumento de alerta e reflexão à sociedade com peças que compõem uma historiografia da política nacional em quase seis décadas.
Outras informações nas redes sociais (Instagram e Facebook) do Grupo Divulgação. Confira também o site oficial do GD.
Serviço
Evento: “S.O.S Brasil”
Local: Teatro do Forum da Cultura
Endereço: Rua Santo Antônio, 1.112 – Centro – Juiz de Fora/MG
Dias: quarta a domingo, sempre às 20h30. Última semana
Telefone (32) 2102-6306