O cantor Paulinho Moska e o bombeiro e músico luthier Davi Lopes participam de um encontro virtual com o público no Anfiteatro da Reitoria na próxima terça-feira, dia 8, para uma conversa sobre arquitetura, patrimônio, história, memória, música e poesia. Os dois são personagens do comovente e premiado documentário Fênix, o vôo de Davi, produção da Globoplay em parceria com a Globonews, que mostra a incrível transformação, pelas mãos do luthier Davi, de madeiras remanescentes do incêndio que destruiu o Museu Nacional em instrumentos musicais como violão, bandolim, violino e cavaquinho.

O encontro está sendo promovido pelas professoras Mônica Olender e Helena Tuler Creston, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFJF (FAU), pelo Programa Jornada Integradora, iniciativa do Centro Acadêmico do curso de Arquitetura e Urbanismo, e pelo Centro de Conservação da Memória (Cecom), órgão da Pró-reitoria de Cultura, recentemente contemplado com o prêmio “Amigos do Patrimônio”, oferecido pela Prefeitura de Juiz de Fora através da Funalfa. A conversa acontecerá via Zoom e será interativa, com abertura para perguntas do público presente no anfiteatro. 

Com direção de Roberta Salomone, Vinícius Dônola e João Rocha, o documentário será exibido às 17h, seguido do bate-papo virtual com Davi Lopes, que atuou no combate ao incêndio do Museu, e o cantor Paulinho Moska, um dos músicos que se envolveram apaixonadamente com o projeto e participaram do documentário com depoimentos. A produção já ganhou vários prêmios internacionais e foi selecionada para diversos outros festivais no exterior.

“A tragédia do Museu Nacional ressignificada: arquitetura, música e poesia como possibilidade sensível para a perpetuação da história e da memória desse patrimônio brasileiro” é uma atividade aberta aos estudantes e funcionários técnico-administrativos, terceirizados e professores da FAU, mediante inscrição, que pode ser realizada on-line por meio do link https://forms.gle/VfX82PSc2Ltgkdm68. Com vagas limitadas, o evento faz parte de um conjunto de ações promovidas pelos organizadores relacionadas à tragédia do Museu Nacional, bem como às obras de conservação e restauração que estão acontecendo no espaço.

Segundo Mônica Olender, “Davi tem uma maneira diferente, inusitada e sensível de lidar com a arquitetura: é como se conseguisse ouvir, na dimensão do infrassom, o apelo de edifícios esfacelados pelo fogo que ainda clamam por permanecerem nesse mundo, mesmo que ressignificados”. Para a professora, trata-se do dom de materializar, em som audível, os cantos dos fragmentos construtivos do edifício que sobreviveram à carbonização completa, perpetuando sua permanência entre nós como “poesia tocada”.

 “Davi é um mágico que sabe voar e entender o mundo sob uma outra perspectiva, um alquimista que mistura arquitetura e tragédias para fazer brotar tesouros, fazer renascer, como uma fênix, velhas histórias e memórias e provocar a criação de outras em um ciclo perfeito.” 

Restauração

O Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, foi devastado por um incêndio em 2 de setembro de 2018, numa tragédia anunciada de um dos mais ricos acervos do Brasil e da América Latina, com mais de vinte milhões de itens. 

Em setembro passado, quatro anos depois, foi concluída a restauração da fachada principal do Palácio de São Cristóvão, a sede do Museu, aberta ao público para as comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil. O edifício-monumento, que foi residência da família real portuguesa, tem sua restauração coordenada pelo  Projeto Museu Nacional Vive, uma cooperação entre Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e Instituto Cultural Vale, que conta com apoio financeiro do BNDES e patrocínio platina do Bradesco e Vale.

No próximo dia 11, as professoras da FAU Mônica Olender e Helena Creston fazem uma visita técnica às obras no Museu, quando serão recebidas pela arquiteta Noêmia Barradas, assessora da Associação de Amigos do Museu Nacional e coordenadora técnica das obras de conservação e restauro do Museu. O bombeiro e luthier Davi Lopes se une às professoras nessa visita.

A tragédia do Museu Nacional ressignificada

Dia 08 de novembro de 2022, no Anfiteatro da Reitoria – UFJF

Programação:

17hs – Exibição do documentário “Fenix: o voo de Davi”

18hs – Conversa com o bombeiro e luthier Davi Lopes e com o cantor Paulinho Moska

Inscrições: https://forms.gle/VfX82PSc2Ltgkdm68