Integrantes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), juntamente com representantes da empresa inglesa Greenfuels, estiveram no Parque Tecnológico – unidade do Distrito Industrial (Cieptec) para discutir os possíveis projetos relacionados a produção de biodiesel e abordar sobre a potencialidade da máquina inglesa Fuelmatic GSX3, já alocada no espaço. O equipamento garante um melhor aproveitamento dos insumos e tem a capacidade de produzir até um milhão de litros de biodiesel anualmente.
O encontro na terça-feira, 19, aconteceu a partir da vinda do CeO da Greenfuels, James Hygate e do representante na América Latina, Manuel Thompson-Flôres, para a participação no Workshop Global de Combustíveis Sustentáveis de Aviação, realizado pelo Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt). A intenção foi discutir as possibilidades de implementação e expansão do uso de combustíveis sustentáveis, bem como o potencial para crescimento deste segmento no Brasil e no mundo.
Durante a visita ao Cieptec, que contou com a presença da prefeita Margarida Salomão, o grupo avaliou o início da operação do equipamento, vindo da Inglaterra, para testes, projetos de pesquisa e possíveis parcerias. A máquina Fuelmatic GSX3 funciona, atualmente, recebendo óleo de cozinha usado, transformando-o em biodiesel, o qual poderá ser usado em veículos, barcos e até na aviação, reduzindo os impactos dos transportes no meio ambiente.
Segundo o diretor de Inovação da UFJF, Fabrício Campos, a instituição vem consolidando importantes esforços na área de energias renováveis. “Nosso pioneirismo se destaca nos projetos de P&D e Programas de Inovação Aberta com as empresas, o que permite que nossos pesquisadores atuem na fronteira das tecnologias.”
Um dos pioneiros do estudo do biodiesel na UFJF, professor Adilson da Silva, explicou as próximas etapas do projeto. “O primeiro passo será o comissionamento (processo que assegura se as condições operacionais estão adequadas), quando obteremos cinco mil litros de biodiesel. Também será feito o treinamento de uma equipe para participar dessa ação, com a participação de alunos, para posteriormente obtermos a produção contínua do biodiesel.”
Troca de experiências
Segundo o CeO na Greenfuels, James Hygate, poder trabalhar com a expertise da Universidade, bem como com o apoio da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), é uma oportunidade para a troca de conhecimentos. “É ótimo ver esta planta em pequena escala de produção de combustíveis a partir de resíduos, o que é incomum, ainda, na América Latina como um todo. Mas, nós vemos uma grande oportunidade na qual as pessoas podem converter seu resíduo em um contexto local para produzir combustíveis para a estrada, para barcos e, eventualmente, para a aviação”, pontua. “Acredito que a Universidade também pode aprender com nossa experiência, tecnologia e a forma com que desenvolvemos estes equipamentos. Então, para nós, é uma daquelas parcerias na qual ambos os lados têm a ganhar.”
Energia limpa
O sócio representante da Greenfuels na América-latina, Manuel Thompson-Flôres, explicou que a instalação em Juiz de Fora conta com apoio de um fundo de cooperação do Reino Unido que, por meio de uma parceria com o governo brasileiro, apoia as cidades que buscam a descarbonização do ambiente.
“Esse contato serve como um showcase de produção de energia distribuída para buscar alternativas e soluções que se encaixam nesse contexto da economia moderna, que dialoga com a circularidade, a sustentabilidade e a produção de combustível verde, de uma forma racional cumprindo os objetivos da Organização das Nações Unidas (ONU). É um conceito para que as cidades aproveitem melhor os seus recursos, transformando lixo em energia”, finaliza Thomposn-Flôres.
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