Atualizada em 16 de setembro, às 12h45
“Rompemos um ciclo histórico ao conquistarmos os primeiros programas de pós-graduação nota 6 da instituição”, comemora a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa (Propp) da Universidade Federal de Juiz de Fora, Mônica Ribeiro, sobre o resultado preliminar da avaliação quadrienal (2017-2020) da pós-graduação, liberada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) nesta semana, em função de decisão judicial.
Do total de 45 programas de pós-graduação (PPGs) da UFJF, 35 são acadêmicos e outros 10 são profissionais. Dentre os primeiros, não houve nenhuma queda no conceito, sendo que 23 mantiveram e 12 melhoraram sua posição, o que representa 34,3%. Já em relação ao número total de PPGs da UFJF, 37,8% subiram de nível na avaliação da Capes – agora, 19 programas estão com nota 5 ou 6 (Confira a listagem completa dos PPGs com a avaliação ao final desse texto).
Com a nova divulgação, a UFJF “amplia consideravelmente suas notas em todos os níveis, criando as bases para dar continuidade à trajetória de qualidade e relevância de sua pós-graduação”, segundo Mônica. Na avaliação anterior, apenas 24,5% dos PPGs tinham conceito 5 e a instituição ainda não contava com um programa de excelência a partir de 6. Vale lembrar que a avaliação considera uma escala de 1 a 7, sendo 5 a nota máxima aferida por programas que oferecem apenas mestrado.
Para a pró-reitora, esse resultado é fruto de um esforço conjunto pela excelência na pós-graduação que precisa ser medida e avalizada pelas áreas. “Certamente, colocará a pós-graduação da UFJF em um outro nível na disputa por recursos, programas e projetos de apoio no cenário nacional.”
O mundo é logo ali: excelência internacional
Um dos conceitos mais altos concedidos pela Capes, o 6, expressa excelência em nível internacional. Na UFJF, pela primeira vez, dois PPGs alcançaram essa marca: o Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) e o Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPG Linguística). Os coordenadores de cada um – Leandro Gonçalves e Tiago Torrent, respectivamente – reforçam que o resultado só é possível graças ao esforço coletivo e conjunto, tanto dos pesquisadores quanto da Universidade.
“O resultado é fruto de um trabalho sério e dedicado. É uma notícia que nos alegra, nos orgulha e, claro, nos compromete com responsabilidades ainda maiores”, ressalta Pereira, que ainda frisa a importância de órgãos de fomento, além da própria UFJF, “tão relevantes para a pesquisa de qualidade séria pública e gratuita”. Torrent faz coro ao colega, reforçando: “para chegar ao conceito 6, estamos nos planejando há uma década. Mas esse planejamento não é só nosso; ele é também um planejamento da unidade acadêmica da Faculdade de Letras e uma visão estratégica da UFJF.”
Qualidade em ascensão
O compromisso em melhorar a produtividade esteve presente desde o início da origem do Programa de Pós-Graduação em Física (PPG Física), que partiu de um conceito 4 e agora está entre o grupo de nota 5. Conforme explica o coordenador, Welber Quirino, os docentes do programa possuem excelente formação e estão distribuídos de forma equilibrada entre os que realizam pesquisas de corte teórica e experimentais. “O PPG em Física tem a missão de produzir conhecimento científico e tecnológico de qualidade em consonância com o que há de mais novo no Brasil e no mundo”. Ele destaca a implementação e aprimoramento dos laboratórios de pesquisa ao longo destes anos por meio da captação de recursos das agências de fomento e apoio institucional.
Também subindo para o conceito 5, o Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom) já acumula 15 anos de pesquisa e ensino na pós-graduação na Faculdade de Comunicação. Coordenadora do PPGCom, Cláudia Thomé, acredita que a nota reflete o resultado de um trabalho coletivo, uma marca importante do programa. “Faremos agora o dever de casa de observar o que foi apontado pelos avaliadores, para definição de um planejamento com vistas a potencializar ainda mais o alcance de nossas pesquisas tanto no Mestrado quanto no Doutorado”, pontua.
Dentre os programas que subiram para o conceito 4, o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPG Enfermagem), Fábio Carbogim, comemora o resultado, mas já vislumbra crescimento futuro: “Para este quadriênio, iniciado em 2021, os desafios são manter o que foi conquistado e expandir o planejamento para alcançar os requisitos necessários a um programa nota 5. Essa avaliação representa o amadurecimento da pesquisa em Enfermagem na UFJF, sendo ressaltada pelos avaliadores a adesão da proposta do PPG às necessidades de formação local, regional e nacional.”
Estratégias para o avanço
O sucesso dessa avaliação, para a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, se deve ao coroamento de uma série de políticas e programas de ampla eficácia, somados a uma atuação efetiva de todos os docentes. Ela cita algumas medidas que foram instituídas para a melhoria da pós-graduação: “captação de recursos em agências de fomento; expansão das pesquisas e da infraestrutura laboratorial; produção científica indexada; preocupação com a aderência aos temas estratégicos e inovadores; dentre outras.”
Além disso, nos últimos anos foram adotadas diversas estratégias institucionais de fomento, como o sistema próprio de financiamento da pós-graduação que existe há mais de uma década, à semelhança do Proap, intitulado Apoio à Pós-Graduação (APG). “Por meio dele, cada programa de pós-graduação da instituição recebe recursos financeiros para despesas de custeio como manutenção de equipamentos e aquisição de insumos. Infelizmente, os últimos cortes e bloqueios do orçamento levaram praticamente à suspensão desse apoio, provisoriamente”, lamenta Mônica.
Há ainda um programa próprio de bolsas (PBPG), que concede a cada programa três bolsas de mestrado e três bolsas de doutorado, no valor da bolsa Capes; o ingresso de professores visitantes; o programa de Professor Visitante Estrangeiro Temporário; e o Global July, junto à Diretoria de Relações Internacionais (DRI), que possibilita maior oferta de disciplinas de mestrado e /ou doutorado em língua inglesa de forma condensada; assim como outras ações relacionadas à internacionalização.
A gestora expressa que um dos maiores desafios está ligado ao crescimento exponencial dos programas: “O número triplicou na última década e esta expansão ainda está em curso com a apresentação de mais cinco propostas de cursos de doutorado neste ano.”