A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) inicia novo semestre letivo neste dia 12 de setembro. E entre os mais de 16 mil estudantes que chegam aos campi sede e avançado, seis estão sendo recepcionados de forma especial. A partir de uma parceria da UFJF, através do programa de intercâmbio da Diretoria de Relações Internacionais (DRI), com a Busan University of Foreign Studies (BUFS), da Coreia do Sul, esses alunos e alunas chegam à Juiz de Fora, cheios de expectativas para aprender a língua portuguesa.
Os discentes estrangeiros foram recepcionados na DRI para receberem algumas informações sobre oportunidades na UFJF e ser acolhidos por estudantes locais do projeto Buddy, que dão apoio aos intercambistas em suas primeiras semanas no Brasil. Após um hiato de dois anos, por conta da pandemia da Covid-19, o programa de intercâmbio está sendo retomado, algo que a servidora da DRI e responsável pelos programas de mobilidade “incoming”, Clarisse Figueirôa, destaca como fundamental.
“É uma forma de projetar a nossa Universidade para o resto do mundo, talvez uma das maneiras mais eficientes. Ao receber esses estudantes, ao acolhê-los e proporcionar a eles uma boa experiência, possibilitamos que eles voltem para casa e disseminem a boa imagem da UFJF”, destaca.
A fala de Clarissa é corroborada pelo diretor de Relações Internacionais da UFJF, Anderson Bastos, que vê a retomada como motivo de grande alegria. “Antes da pandemia, já havíamos possibilitado várias oportunidades de intercâmbio para alunos nossos e deles. Depois de todas as ansiedades vividas neste intervalo de dois anos, temos certeza de que este grupo marca a reentrada da nossa universidade no cenário do intercâmbio internacional receptivo.”
Rebatizados
Clarissa conta que os coreanos chegam à UFJF já tendo tido aulas de português em sua universidade natal. Porém, ainda não têm fluência na língua. Por isso, muitos deles buscam o Brasil para o aprimoramento. Um deles é Hyeongyu Park, de 24 anos, que passará um ano estudando na UFJF. “Na Coréia, temos muitas oportunidades para pessoas que falam português. Estou com grandes expectativas de aprender com os brasileiros, pois assim conseguirei me destacar no mercado de trabalho em meu país”, exalta Park, que por aqui será chamado de Eduardo.
A servidora da DRI, Edmárcia Andrade, que também recepcionou os intercambistas, explica que a escolha por novos nomes é uma forma dos coreanos terem maior proximidade com o idioma. O objetivo é facilitar a comunicação. Assim, Sojeon Lee, 24, será Sofia em terras brasileiras. Sofia conta que chegou a Juiz de Fora no primeiro dia do mês e que, assim como Eduardo, irá morar no bairro São Pedro. A expectativa é grande, mesmo diante dos entraves da língua. “A língua é difícil, mas acredito que vou conhecer e encontrar muitas pessoas que vão me ajudar no aprendizado.”
Para facilitar nesse processo, Sofia será acompanhada pela estudante do curso de Ciências Biológicas, Letícia Queiroz. Desde a chegada da intercambista coreana à cidade, Letícia a auxilia nas barreiras que o idioma impõe, bem como na resolução de situações cotidianas, como retirar a carteirinha de estudante no Restaurante Universitário (RU), fazer matrícula e apresentar pontos turísticos locais. Com isso, a amizade entre elas acaba se tornando inevitável. “Estamos nos encontrando desde a semana passada. Já estamos bem enturmadas e ajudo Sofia sempre que ela precisa. Ser uma buddy é muito interessante, porque nem precisamos sair do nosso país para conhecer um pouco de outras localidades. Coincidentemente, ela é coreana e sempre gostei muito da cultura da Coréia. Ocorre uma mútua troca e isso faz com que a gente abra nossas fronteiras aqui na UFJF”, ressalta Letícia.
Coordenadora geral do projeto Buddy, a estudante do curso de Jornalismo, Camila Santos, acredita que a convivência multicultural é uma das razões pelas quais o Buddy existe. “Através do projeto, os nossos discentes têm contato com pessoas estrangeiras sem fazer intercâmbio. Fazemos grandes amizades com pessoas que moram no exterior. Para quem está chegando ao Brasil, o Buddy é uma forma de ajudá-los, visto que muitos chegam perdidos na cidade e na própria UFJF, sem entenderem, por exemplo, procedimentos burocráticos para garantir sua estadia.”
Oportunidades
Edmárcia, que também atua no Núcleo de Apoio ao Intercâmbio (Napi), órgão criado para oferecer aos estudantes internacionais as melhores experiências possíveis dentro da UFJF, reforçou, durante sua apresentação, a importância dos buddies no processo de aprendizagem da língua portuguesa e do entendimento sobre o funcionamento da Universidade.
A servidora apresentou aos seis estudantes coreanos o projeto Intercâmbio Acadêmico Além da Sala de Aula (Iaasa), que possui um catálogo de oportunidades que ultrapassam as paredes das salas de aula. Ela ainda destacou os projetos e programas vinculados à Pró-Reitoria de Extensão (Proex), que favorecem a inserção dos alunos na vida acadêmica e nos serviços prestados à sociedade.
“Temos mais de 500 projetos e programas de extensão oferecidos pela Universidade para a comunidade externa e dos quais nossos intercambistas podem participar. São experiências de voluntariado, algo que é muito valorizado e muito bem visto no exterior. Além disso, a UFJF conta com programas e grupos de Educação Tutorial (PETs e GETs), com ligas acadêmicas e empresas juniores, que possibilitam a esses jovens atividades voltadas para pesquisa e empreendedorismo”.
Logo após o encontro na DRI, os novos alunos da UFJF ainda fizeram um tour pelo campus, para conhecerem as diversas unidades que compõem a Universidade. Por fim, almoçaram no RU, acompanhados novamente por seus inseparáveis buddies e por representantes da DRI.