Os professores Érika Savernini e Rodrigo Barbosa assumiram a direção e vice-direção, respectivamente, da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A cerimônia de posse aconteceu, nesta quarta-feira, 20, com a presença do reitor Marcus David, e também da antiga direção da Faculdade, composta pelos professores Marise Mendes e Nilson Alvarenga.

Para iniciar a solenidade, a ex-diretora da Facom, Marise Mendes, afirmou ter encerrado o mandato com a perspectiva de ter realizado um trabalho em que foram obtidas muitas conquistas e embates, mas sempre pautados por meio do diálogo e da coletividade. Entre a direção e a vice-direção da Faculdade, Marise esteve nos cargos de gestão por um ciclo que durou 16 anos, e reiterou que tudo o que foi construído nesse período é reflexo de atividades coletivas. 

“O último mandato foi vivenciado durante uma pandemia. Não foi fácil ser gestor nesse momento. Aliado às angústias e a um governo negacionista, que persegue as universidades federais, ainda vivemos o Ensino Remoto Emergencial (ERE), em que foi possível preencher lacunas para propiciar o aprendizado, por meio do ensino, da pesquisa e da extensão”, enfatizou Marise.

A ex-diretora da Faculdade ainda agradeceu a todos aqueles que contribuíram para o desenvolvimento do trabalho à frente da unidade acadêmica e desejou uma boa gestão à nova diretoria: “Desejo que Érika e Rodrigo tenham uma gestão brilhante, com vitórias e desafios. Mas, espero que seja com um governo menos corrupto e incompetente, que traga novos ventos para a Facom, para a UFJF e para toda a nossa sociedade.”

Homenagem e desafios

Em uma quebra de protocolos, o vice-diretor eleito da Facom, Rodrigo Barbosa, ressaltou que vivenciamos um momento de inúmeros afetos, sendo este o sentimento vigente na solenidade. Barbosa ainda aproveitou para prestar uma homenagem à professora Marise Mendes.

“Faço essa menção para uma pessoa que nos entrega o bastão depois de 16 anos à frente da Facom, a professora Marise. Ela passou por inúmeras transformações na nossa Faculdade, além de ter presenciado as lutas e as crises que o jornalismo tem passado. Convido o nosso técnico-administrativo, Jhonatan Mata, para entregar uma lembrança do reconhecimento da história de Marise construída junto à unidade acadêmica”, salientou Barbosa.

A diretora eleita Érika Savernini destacou a honra e a alegria de compor a mesa. “Nesse fim de tarde no prédio da Facom, que chamo de Morro dos Ventos Uivantes, me coloco, novamente, em um cargo de gestão em um momento tão desafiador. O nosso espírito é de coletividade e democracia. Tivemos dois anos de afastamento, que foram capazes de modificar as nossas relações pessoais, mas esse também é o momento de aprendermos a ser, novamente, uma comunidade, com a consciência da responsabilidade que é estar em uma universidade pública.”

Na solenidade, Érika destacou que entre as plataformas de campanha está a necessidade do estímulo de melhores condições de ensino e de trabalho, por meio de novas bases, mesmo reconhecendo que elas terão defeitos e qualidades, mas também trazem o potencial de uma vida universitária que seja enriquecedora. “Agradecemos a todos que nos antecederam. É uma longa história que marca a Facom e nos dá a base para caminharmos daqui para frente”, completou.

Expectativas

O reitor da UFJF, Marcus Vinicius David, fez uma referência sobre os atuais desafios encarados pela Instituição, não apenas relacionados à pandemia, mas também sobre os cortes orçamentários impostos pelo governo e a carência de políticas educacionais e de ciência e tecnologia. 

“Faço essa rápida contextualização para demonstrar os desafios enfrentados pelos ex-diretores. Testemunho a atuação nas instâncias centrais, principalmente no Conselho Superior (Consu), em que foram vozes presentes nos debates e que nos ajudaram na busca por soluções, junto às comissões estratégicas. Para Érika e Rodrigo, além de desejar sucesso e perceber capacidade e dedicação, tenho certeza que a Facom está entregue em boas mãos”, destacou David.

Durante a cerimônia, o reitor reforçou que vivenciou várias crises orçamentárias, contudo é a primeira vez em que se difunde a ideia que as instituições de ensino federais são prejudiciais para o país. Ainda explicou que o capital recebido pelas universidades em 2022 é menor que o recebido em 2015, com um déficit de R$ 5 bilhões, e que desconsidera a expansão das instituições neste período.

“Falta interesse do governo que, atualmente, aprovou Propostas de Emendas Constitucionais (PECs) que injetam mais de R$ 160 bilhões no país, mas nenhuma parte desse dinheiro será investido nas universidades e em ciência e tecnonologia”, afirmou David. “Fazemos esse enfrentamento na expectativa de mudanças, que não serão de curto prazo, mas se pudermos ter uma boa relação com o governo, conseguiremos construir soluções para transformar a nossa sociedade”, finalizou.

Além do reitor e integrantes da comunidade acadêmica, também estiveram presentes a pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra; o pró-reitor de Graduação, Cassiano Caon Amorim; o secretário geral da UFJF, Edson Faria; e o diretor de Imagem Institucional, Jorge Felz.

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