Fevereiro chegou ao fim com altos índices relacionados à Covid-19 no Brasil e em Juiz de Fora. Porém, nas últimas semanas, passou-se a registrar uma redução no número de casos e, de forma mais lenta, uma diminuição no número de vidas perdidas. As informações foram divulgadas na quadragésima-oitava edição do boletim JF Salvando Todos, publicada nesta quarta-feira, 02.
Em um cenário de redução da adesão às medidas preventivas e de nível elevado de transmissão do vírus, foram registrados 8.448 casos de covid-19 em fevereiro na cidade. Foram 104 vidas perdidas no período, o maior número desde junho de 2021. Somente na oitava semana epidemiológica (20 a 26 de fevereiro), foram registrados 2.354 casos – o segundo maior quantitativo desde o começo da pandemia. Já o número de óbitos chegou a 25, o que representa uma redução de 24,2% em relação à semana anterior.
Segundo o professor do departamento de Estatística da UFJF, Marcel Vieira, o pico da atual onda, causada pela variante Ômicron, foi registrado em fevereiro. “Foi o mês com o maior número de casos desde o início da pandemia. Além disso, foram sentidos reflexos tanto na ocupação dos leitos hospitalares quanto no número de vidas perdidas”.
Vírus segue se disseminando em JF
No dia 14 de fevereiro, Juiz de Fora tinha 57.426 casos confirmados e registrava 2.148 vidas perdidas, de acordo com dados da Prefeitura de Juiz de Fora. Estes números evoluíram para 61.266 casos confirmados e 2.202 vidas perdidas em 28 de fevereiro, o que representou aumentos de 6,7% e 2,5%, respectivamente.
Entre os dias 15 e 28 de fevereiro, o Número de Reprodução Efetivo (Rt) do vírus estimado para Juiz de Fora esteve igual ou acima de 1 em quatro dias, com máximo de 1,23 em 23 de fevereiro. Quando o Rt é maior que 1, é sinal de que a disseminação do vírus está em expansão, uma vez que cada paciente transmite a doença a pelo menos mais uma pessoa. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um dos fatores condicionantes ao controle da pandemia é que os valores do Rt sejam menores que 1 de forma persistente por pelo menos duas semanas. Essa condição ainda não foi verificada em Juiz de Fora.
Taxa de letalidade em queda, enquanto coeficiente de letalidade sobe
A taxa de letalidade da covid-19 em Juiz de Fora caiu em fevereiro. Essa taxa é alcançada a partir da divisão do número de vidas perdidas desde o começo da pandemia pelo número de casos registrados no mesmo período. Em 28 de fevereiro, a taxa de letalidade era de 3,59%, enquanto no dia 14 o índice estava em 3,74%.
Por sua vez, o coeficiente de letalidade (CFR, acrônimo para case fatality rate) subiu. Esse indicador é obtido a cada mês, com a divisão entre o número de vidas perdidas pelo número de casos registrados naquele mês. O CFR de fevereiro em Juiz de Fora ficou em 1,23% – em janeiro foi de 0,52%. No auge da onda causada pela variante gama em abril de 2021, o CFR na cidade chegou à marca de 6,87%. A principal hipótese para a redução dos valores é a proteção coletiva alcançada com a vacinação, que levou a uma redução da probabilidade de ocorrência de casos graves e vidas perdidas.
Índice de aplicação da terceira dose no município é considerado baixo
Ainda de acordo com o boletim da plataforma JF Salvando Todos, até o dia 1º de março já haviam sido aplicadas 1.157.592 doses de vacinas contra a covid-19 em Juiz de Fora. Do total, foram 498.864 primeiras doses, 439.155 segundas doses e 219.973 terceiras doses. Levando em consideração a projeção populacional do IBGE para Juiz de Fora atualizada para 2021 (577.532 habitantes), é possível estimar que 86,3% da população local receberam a primeira dose, 76% receberam duas doses e 38% receberam três doses da vacina. Para Vieira, é necessário acelerar o ritmo de aplicação das terceiras doses na cidade.
“É importante fazer campanhas de forma a esclarecer para a população a importância de receberem a terceira dose. Aparentemente há um grupo de pessoas que já poderiam estar sendo imunizadas com a terceira dose, mas que não estão procurando os postos de vacinação”, avalia.
Ocupação de leitos destinados à covid-19 teve queda
Dados divulgados no Painel Covid-19 da Prefeitura de Juiz de Fora apontam para uma queda na ocupação de leitos dedicados ao tratamento de pacientes com covid-19 ao longo da segunda quinzena do mês de fevereiro. No dia 1º de março, 78 pessoas estavam hospitalizadas por covid-19 no município (em 15 de fevereiro eram 153, redução de 49%) e 33 leitos de UTI para adultos dedicados ao tratamento da covid-19 estavam ocupados (em 15 de fevereiro eram 78, redução de 57,7%). A taxa de ocupação geral das UTIs era de 59,5% em 1º de março, enquanto estava em 80% em 15 de fevereiro.
Na avaliação do professor Marcel Vieira, o momento ainda pede atenção à dinâmica de contaminação causada pelo vírus. “Nós precisamos agora continuar observando, como estamos fazendo desde o início da pandemia, para, nessas próximas semanas, observarmos se teremos impactos por conta das aglomerações nas festividades do Carnaval”, finalizou.
Universidade exige passaporte vacinal
A exigência do passaporte vacinal Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) foi aprovada pelo Conselho Superior (Consu), conforme publicado na Resolução Nº 11.2022, que já está em vigor.
Estudantes, servidores, terceirizados e demais membros da comunidade acadêmica devem garantir que estejam em dia com as duas doses da vacina contra a Covid-19 ou providenciá-las o quanto antes. Calouros aprovados pelo Sisu 2022.1 devem apresentar o comprovante no momento do envio dos documentos da matrícula, que será realizada entre os dias 11 e 17 de março.
Veja as respostas para as principais dúvidas sobre a resolução.
Confira também o último Boletim do Busco Saúde, publicado dia 23 de fevereiro.