Com o fim de 2021 chegam as festividades tradicionais desta época, marcada por momentos de confraternização e celebração. O projeto de extensão “Prevenindo e tratando o excesso de peso” da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) disponibiliza, em parceria com o Ambulatório de Nutrição Clínica do Hospital Universitário (HU), cartilha com dicas para evitar os exageros alimentares e também economizar.
Acesse aqui o documento na íntegra.
A professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e coordenadora da iniciativa extensionista, Danielle Ezequiel, destaca que, no atual momento da nossa sociedade, produzir uma ceia de Natal e Ano Novo acessível e saudável é uma prioridade. A docente ressalta que o Brasil é o quinto país do mundo com maior percentual de pessoas que vivem com obesidade, 54% da população estão com excesso de peso. Além disso, a pandemia de Covid-19 ampliou as desigualdades sociais, deixando uma grande parcela da população em situação de insegurança alimentar.
“As comemorações são legítimas. A gente pode comer algo gostoso que não é saudável e, no dia seguinte, voltar a comer saudável. A alimentação tem tudo a ver com o momento que você está vivendo. Agora, no fim do ano, a pessoa come uma torta, um pudim que a mãe ou avó faz. Isso também é saúde. Comer um prato de alface na ceia de Natal, provavelmente, não será saudável, pois a época pede outro tipo de alimentação. O que podemos fazer são algumas trocas que deixem a refeição mais leve e econômica.”
Dentre as dicas disponibilizadas na Cartilha Boas Festas estão: evitar “beliscar” durante o preparo dos alimentos; evitar o excesso de sal nos pratos; substituir alimentos gordurosos; hidratar-se. “É importante, no dia da ceia de Natal e Ano Novo, fazer refeições normalmente, inclusive as refeições intermediárias. Muitas pessoas não comem durante o dia para chegar à noite e comerem tudo o que deixaram de consumir durante o dia. Isso não é adequado e leva ao consumo em excesso durante a festa”, pontua a professora.
Danielle acrescenta que também é preciso tomar cuidado com o consumo de produtos nomeados como diet e light. “Muitas pessoas acreditam que esses tipos de alimentos, normalmente mais caros, são ideais para um período de dieta, quando na verdade é bem mais econômico e saudável comer alimentos da época, até aqueles presentes nos finais de feira, na famosa ‘xepa’. Vale saber explorar essas opções em cardápios mais variados.”
Ainda conforme a docente, “os alimentos ultraprocessados e com menor valor nutricional são os de maior acesso da população brasileira, porque duram o mês inteiro. O salário só chega uma vez por mês. Já os alimentos perecíveis e com maior valor nutricional, como verduras, frutas e legumes, têm curta duração, sendo necessária a reposição toda semana. Vale lembrar que a busca de feiras livres, hortas em escolas e comunidades e receitas caseiras são factíveis e necessitam de políticas públicas e ações educativas”.
Mais de 400 atendimentos por ano
O projeto de extensão “Prevenindo e tratando o excesso de peso” atua, desde 2011, atendendo, por ano, cerca de 450 pacientes, via Sistema Único de Saúde (SUS). Os encaminhamentos são feitos pelas Unidades de Atenção Primária à Saúde e por ambulatórios do Hospital Universitário (HU). A equipe é composta por quatro professoras e quatro estudantes de graduação da UFJF. “A proposta é o acompanhamento integral e multidisciplinar aos indivíduos com excesso de peso, com foco em prevenção, educação, autonomia e autocuidado, através de grupos operativos remotos, materiais educativos e assistência médica ambulatorial”, explica a coordenadora.
Este ano, o grupo realizou o evento “I Jornada do Estilo de Vida”, quando foram debatidas estratégias para viver com mais saúde. Na ocasião, também foi lançado o livro digital “Nosso Caderno de Receitas”. O projeto extensionista realiza, ainda, reuniões virtuais quinzenais sobre os problemas causados pelo sobrepeso e a obesidade. Os encontros são abertos ao público em geral e os interessados em participar podem fazer contato com a equipe por meio das redes sociais: @abordagemdoexcessodepeso.
“O excesso de peso é altamente prevalente em nossa população e fator de risco para várias condições crônicas de saúde, dentre elas o diabetes mellitus, a hipertensão arterial, as doenças cardiovasculares e certos tipos de cânceres, sendo temática importante em saúde pública e clínica médica”, conclui Danielle.
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Pró-Reitoria de Extensão da UFJF
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