Já parou para pensar em quanta vida existe no nível microscópico? Com o intuito de divulgar o incrível universo dos microrganismos, o projeto de extensão “Desvendando o Microcosmo” tem como principal atividade publicações semanais no Instagram sobre esse mundo fascinante e tão desconhecido por muitos. Desenvolvido por professores e alunos do curso de graduação em Ciências Biológicas e em Medicina Veterinária da UFJF, a iniciativa é liderada por Roberto Júnio P. Dias, pesquisador do Instituto de Ciências Biológicas/ICB, e conta ainda com pós-graduados e outros docentes do Laboratório de Protozoologia (LabProto) do ICB.
Tendo como foco as atividades e pesquisas desenvolvidas no LabProto, o perfil divulga informações sobre os organismos que fazem parte do Reino Protista, que abriga os seres vivos protozoários caracterizados por serem unicelulares (possuem núcleo individualizado), eucariontes (com núcleo celular cercado por uma membrana) além de autótrofos e heterótrofos (seres que produzem seu próprio alimento e que se alimentam de outros organismos, respectivamente).
O professor Roberto Dias comenta que, no passado, a vida era dividida em cinco reinos: animais, plantas, fungos, protistas e bactérias. “Atualmente, a vida é classificada em três domínios: Eubacteria, Archaea e Eukaryota. Os protistas constituem o grupo de microrganismos unicelulares dentro de Eukarya”, aponta. Dentre as principais atividades do LabProto, se destacam as pesquisas focalizadas nos microrganismos em ecossistemas marinhos, terrestres, de água doce, no sangue de vertebrados (em aves silvestres, principalmente) e no tubo digestório de mamíferos herbívoros (bovinos, por exemplo).
Importância dos microrganismos no cotidiano e da divulgação científica
Engana-se quem pensa que esses seres microscópicos não possuem função alguma no dia a dia. Atividades como o monitoramento da qualidade da água e da eficiência de estações de tratamento de esgoto, assim como a produção animal e a de biocombustíveis estão diretamente ligadas às pesquisas relacionadas aos protozoários. Da mesma maneira, Dias explica que esses microrganismos também podem contribuir, por exemplo, na avaliação da eficiência alimentar de bovinos leiteiros.
“Há inúmeras aplicações advindas do estudo da diversidade dos protozoários tais como: monitoramento da qualidade da água, eficiência de estações de tratamento de esgoto, produção animal (leite e carne), produção de biocombustíveis, conservação de aves silvestres, dentre outras”, aponta. O projeto, que também tem como objetivo divulgar a ciência produzida na Universidade, se estrutura entre os três pilares da universidade pública: ensino, pesquisa e extensão.
“A divulgação científica é uma ponte importante entre a academia e a sociedade e deve ser realizada com este objetivo principal. Assim sendo, não deve possuir foco unilateral em seus interesses e ações, devendo ser útil e eficiente na comunicação e troca de saberes. O desconhecimento sobre os microrganismos é semelhante ao nosso desconhecimento sobre os astros, as estrelas e as galáxias que existem no Universo. Nosso perfil propõe apresentar um mundo desconhecido e suas aplicações em nossa vida prática”, indica o professor.
Público-alvo e futuro do projeto
Roberto Dias explica que a ideia da criação do perfil surgiu da vivência prática e dos relatos de desconhecimento desses microrganismos pela sociedade e até mesmo dentro da academia. “Durante a atual pandemia, ficou ainda mais claro o obscurantismo da população sobre o que são e quais são os microrganismos, bem como suas aplicações em atividades humanas”.
Sendo assim, o público-alvo da página no Instagram é focalizado em jovens estudantes do ensino médio, além de graduandos em Ciências Biológicas e Medicina Veterinária que ainda estão no início do curso. “Como nossa página ainda está em fase inicial, há um público bem diverso seguindo e acompanhando nossas publicações”, aponta. O projeto prevê uma série de visitas educativas em escolas da região, além da criação de um canal no YouTube.
“No canal a ser criado, nosso público-alvo são jovens pesquisadores brasileiros interessados na Protozoologia (graduandos e pós-graduandos). E as visitas às escolas serão realizadas pela equipe do projeto, com intuito de mostrar esses organismos vivos, com lâminas permanentes e modelos didáticos a serem criados”, planeja o coordenador.
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