Cursos serão realizados pela plataforma Moodle, em parceria com o Cead (Foto: Pixabay)

O programa de extensão  “Boa Vizinhança Línguas”, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), vai disponibilizar, a partir desta segunda-feira, 8, novas metodologias on-line para o ensino de idiomas. Os cursos serão realizados pela plataforma institucional Moodle, em parceria com o Centro de Educação a Distância (Cead) da UFJF. Nesse primeiro momento, os recursos estarão disponíveis apenas para os estudantes já matriculados.

O “Boa Vizinhança Línguas” tem como beneficiários principais jovens e adultos moradores dos bairros no entorno do campus de Juiz de Fora, além de refugiados políticos e trabalhadores terceirizados da Universidade. As novas estratégias de ensino remoto foram debatidas pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex), gestora do programa, em conjunto com a equipe do Cead e com as equipes responsáveis pelo ensino de línguas, compostas por professores da Faculdade de Letras (Fale) e bolsistas.

“Também consultamos os cerca de 500 selecionados para o programa para  levantar quais as condições que esses participantes têm de desenvolver atividades on-line, inclusive síncronas”, explica a pró-reitora adjunta de Extensão da UFJF, Fernanda Cunha Sousa.

Aproximação com a sociedade
Dentre os objetivos do Boa Vizinhança Línguas, estão colaborar para a formação acadêmica das equipes envolvidas e aproximar moradores do entorno do campus de Juiz de Fora da Universidade.  Nesse sentido, são ofertados oito cursos de línguas, sendo eles: inglês, espanhol, francês, italiano, libras, grego clássico, latim e português como língua de acolhimento para refugiados políticos.

“Este programa é muito simbólico e importante por permitir o acesso das pessoas ao campus, pois, muitas vezes, os moradores aqui do entorno passam pela UFJF sem nunca terem entrado em algum de seus prédios. O programa possibilita que a Universidade, de fato, se aproxime dessas pessoas. Inclusive, algumas delas acabam por vislumbrar a possibilidade de cursar uma graduação a partir dessa experiência”, destaca Fernanda.

Foi assim com o ex-aluno, Alberto Jovito Farias Navarro, 25 anos. Venezuelano e refugiado político no Brasil desde 2016, o jovem cursou português no programa extensionista e, em seguida, decidiu fazer Jornalismo. “Foi muito importante participar. Aprender a língua portuguesa era uma necessidade básica. Sem a comunicação não arrumamos trabalho, não conseguimos nos desenvolver. Quando fiz por três semestres o curso de português, nos anos de 2018 e 2019, a professora me estimulou a fazer Jornalismo. Hoje sou aluno da Faculdade de Comunicação da UFJF”, conta.

A participação na iniciativa extensionista também tem sido significativa para a dona de casa, Lucimar de Oliveira Vaz de Mello Athayde, 58 anos. Moradora do bairro Dom Bosco, ela foi selecionada para uma das vagas remanescentes do curso de Espanhol. “Estou no módulo três já. Está sendo excelente aprender esse idioma. Já tinha feito várias tentativas. O programa é bastante concorrido, porque, além de aprendermos, também temos a oportunidade de ficar mais motivados e fazer amizades”, afirma.

Contribuições para a formação acadêmica
Outra atribuição do programa é contribuir para a formação acadêmica dos graduandos em Letras da UFJF.  “É um momento importante de formação para o nosso estudante que atua como bolsista, porque ele também está tendo a oportunidade de rever uma série de questões a respeito da sua futura profissão. Ele está vivendo, discutindo e propondo ações junto a esses alunos”, ressalta a pró-reitora adjunta.

A avaliação é compartilhada pela ex-bolsista da iniciativa, graduada em Letras pela UFJF e hoje professora da Rede Estadual de ensino, Bárbara Gonçalves da Silva, 24 anos.  “Fui bolsista do Boa Vizinhança Línguas durante todo o ano de 2018 e parte de 2019. Essa experiência foi essencial para minha formação como docente. No “Boa Vizinhança Línguas”, tive autonomia para trabalhar com uma turma. Projetos como esse são essenciais na formação do licenciando.”

Histórico
O Boa Vizinhança Línguas foi idealizado e implantado na UFJF, em 1998, durante a gestão da reitora Margarida Salomão, atual prefeita de Juiz de Fora. Após passar por uma interrupção, as atividades do programa foram retomadas, em 2016, na gestão do atual reitor Marcus David e da vice-reitora Girlene Silva. Atualmente, o programa extensionista reúne em sua equipe 16 professores e 24 bolsistas da Faculdade de Letras, e oferece para a comunidade externa todas as línguas a que os estudantes da UFJF têm acesso.

Confira o site do programa de extensão Boa Vizinhança Línguas

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Outras informações
boavizinhanca.extensao@ufjf.edu.br 
(32) 2102-3961