Como atuam os movimentos sociais hoje? Qual legado da redemocratização permanece nesses agrupamentos? Qual o papel dos movimentos numa sociedade globalizada e conectada? Como estão seus acervos, suas memórias? De que maneira o Brasil registra seus gestos de resistência? Essas são algumas das perguntas que norteiam duas mesas-redondas promovidas pelo Memorial da República Presidente Itamar Franco nas próximas duas quintas-feiras, 2 e 9 de setembro. Os debates começam sempre às 19h, com transmissão no canal do YouTube da instituição. As atividades expandem a reflexão acerca da exposição “Seres políticos, seres plurais”, em cartaz na galeria virtual e imersiva do Memorial.
De acordo com Mauro Morais, curador da exposição e mediador dos encontros, a expectativa é atualizar a própria discussão fomentada pela Mostra, cuja temática é a atuação dos movimentos sociais, durante a redemocratização, por uma sociedade mais plural. “As mesas trazem esse argumento para o presente, debatendo o aqui e o agora desses movimentos que destacamos: negro, feminista, dos trabalhadores e estudantil. Nossa intenção é apontar que uma sociedade democrática é aquela que se deseja cada vez mais plural. Isso foi fundamental durante o período de reabertura política, nos anos 1970 e 1980, e ainda hoje é pleno de sentido”, observa.
Nesta quinta, 2, a mesa “Como nos movimentamos? Os movimentos sociais hoje”, reúne Lucimara Reis, historiadora, mestra em serviço social e militante do Fórum 8M; Paulo Azarias, fundador do Movimento Negro Unificado (MNU) em Juiz de Fora, integrante do Jornal Unibairros e atual assessor na Funalfa; Ramon Almeida, ex-coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFJF e atual presidente da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE-MG); e Virna Braga, doutora em história, professora do ensino básico e uma das diretoras do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro).
No dia 9, a mesa “Memória e resistência: acervos de movimentos sociais” reúne representantes de duas importantes instituições de preservação da memória de movimentos sociais. Renata Cotrim, mestranda em História Social pela PUC-SP e membro do Comitê Executivo da Rede de Arquivos de São Paulo (RedArq), conta sobre seu cotidiano como historiadora no Centro de Documentação e Memória da Unesp (Cedem), que guarda parte importante dos registros dos movimentos sociais do país. A doutoranda em História pela UFJF, Carolina Saporetti, por sua vez, aborda o trabalho como curadora no Centro de Conservação da Memória da UFJF (Cecom-UFJF), que preserva documentos do DCE da UFJF.
Seres políticos
Primeira exposição virtual imersiva do Memorial, “Seres políticos, seres plurais” permanece em cartaz no site da instituição desde julho, e conta com conteúdo extra, como cartilha educativa, formulário para reflexão e playlist com canções de antes, depois e durante a redemocratização. Em agosto iniciaram-se as visitas virtuais mediadas à exposição, já apresentada a centenas de estudantes da cidade e da região. As visitas mediadas para escolas e grupos podem ser feitas pelo e-mail educativo.memorial@ufjf.edu.br.
Com fotografias, charges, cartazes, vídeos e recortes de jornais, a exposição utiliza-se de diferentes mídias, de acervos diversos do país, para defender a democracia, a igualdade e a justiça social, como prevê a Constituição de 1988, documento que norteia a produção.
O Memorial da República Presidente Itamar Franco é uma instituição vinculada à Pró-reitoria de Cultura (Procult) da UFJF.
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