Se fosse um filme, o Ecos no Cinema bem que poderia ser considerado um longa-metragem. Afinal de contas, já são cinco anos desse projeto de extensão do campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV) que usa a sétima arte para discutir temas de interesse da sociedade. E para comemorar esta meia década de história o projeto promove uma série de eventos, que começa nesta sexta-feira, 20, com um ciclo de debates focado na obra de Victor Hugo.
Ao longo de três encontros, o Ecos no Cinema vai repensar questões como acessibilidade, discriminação, população de rua e desigualdade social a partir de filmes baseados na produção literária do escritor francês. As atividades contam com a parceria de outro projeto de extensão do campus, o Incluir; e do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua de Governador Valadares, o Centro Pop.
O professor do Departamento de Economia da UFJF-GV e coordenador do projeto explica a iniciativa. “Fazendo cinco anos, tivemos essa ideia de fazer essa sequência entre cinema e literatura, que começa com Victor Hugo mas vai passar por Nelson Rodrigues, por Émile Zola e por outros grandes escritores e filmes que foram produzidos sobre esses temas”, afirma Carlos Faria Junior.
O Corcunda de Notre Dame norteia os debates
Na sessão desta sexta, o projeto exibe “O Corcunda de Notre Dame”, de 1923. A discussão vai se concentrar nas identidades apresentadas no filme dirigido por Wallace Worsley, como a do deficiente físico – identificado na personagem do sineiro Quasímodo – e sua relação com a sociedade.
O filme de 1923 também norteia o debate do segundo encontro, que acontece no dia 27 deste mês e que traz ainda o musical de 1998 “Notre Dame de Paris”, de Gilles Maheu.
Já a última sessão exibe o documentário “À Margem da Imagem” em 3 de setembro. Sob a direção de Evaldo Mocarzel, a produção de 2003 aborda a rotina dos moradores de rua de São Paulo. Embora não seja baseado na obra de Victor Hugo, o filme retoma assuntos abordados pelo escritor francês em seus livros, como exclusão social e miséria.
Enfim, quem quiser compreender melhor como a sociedade tem lidado, desde a pré-modernidade, com as populações em situação de rua, os deficientes físicos, a discriminação e a desigualdade vale a pena conferir mais esse ciclo de debates do Ecos no Cinema.
As transmissões acontecem pela internet. Para mais informações sobre como assistir aos filmes e participar dos debate, acesse o perfil do projeto no Instagram (@ecosnocinema). A atividade confere certificado aos participantes.
Confira abaixo a programação:
20/8, às 18h
Filme: O Corcunda de Notre Dame (1923)
Debatedores: Alaine Terezinha de Oliveira (projeto Incluir), Carlos de Faria Júnior e César Augusto Machado, ambos do Ecos no Cinema
27/8, às 18h
Filme: Notre Dame de Paris (1998)
Debatedores: Alaine Terezinha de Oliveira, Carlos de Faria Júnior e César Augusto Machado
3/9, às 18h
Filme: À Margem da Imagem (2003)
Debatedoras: Sandra Mara Eler (coordenadora do Centro Pop) e das integrantes da instituição Amanda Silva Brito (assistente social), Fabiany Morais Fukino (psicóloga) e Samara Alves Avanzi (pedagoga)