Estão abertas as inscrições para o “Ciclo de Palestras sobre Cuidados Paliativos”. O objetivo é discutir sobre como cuidar de pessoas que passam, em sua maioria, pelo momento mais difícil de suas vidas: o processo de finitude da vida. Gratuito e on-line, o evento tem como público-alvo estudantes e profissionais da área de Saúde com interesse na temática dos cuidados paliativos. 

Segundo o médico do HU-UFJF/Ebserh, especialista em clínica médica com área de atuação em medicina paliativa, Bruno Reis, um dos coordenadores do ciclo de palestras, os temas a serem abordados representam um conteúdo básico de conhecimentos em cuidados paliativos, que seriam as noções mínimas da prática paliativista que todo profissional da área de Saúde deveria saber. Também representa um momento de reciclar conteúdos e instigar a busca por mais conhecimentos.

“A população brasileira envelhece e as doenças crônicas não transmissíveis estão cada vez mais prevalentes. Vive-se mais, mas nem sempre esse viver acontece com qualidade de vida. Os cuidados paliativos crescem em importância devido à sua abordagem holística (física, emocional, social, familiar e espiritual) diante do sofrimento humano decorrente de doenças agudas/crônicas. O foco do cuidado é o binômio paciente-família e não mais a doença”, esclarece o médico.

Alívio de sofrimento

Cuidados paliativos são prevenção e alívio de sofrimento humano, de qualquer tipo (físico, emocional, social, familiar e espiritual), em qualquer momento, seja em contextos crônicos diante de doenças incuráveis, avançadas e em progressão, seja em qualquer lugar do cenário assistencial do nosso sistema de saúde: no hospital, no domicílio, no posto de saúde e em locais específicos denominados hospices.

“Os cuidados paliativos devem ser indicados sempre que houver sofrimento humano detectado pelos profissionais da área de Saúde que assistem o paciente e sua família. Durante muito tempo, estavam restritos aos pacientes oncológicos na fase final de suas vidas. Hoje os cuidados paliativos têm papel central em qualquer momento evolutivo de uma doença, aguda ou crônica. À medida que a doença progride e gera mais sofrimentos aos pacientes e seus familiares, vão se tornando mais presentes e necessários. 

Os cuidados paliativos cuidam do viva no processo de morrer, ou seja, o fundamental sempre é dar mais vida aos dias (qualidade de vida), do que dias à vida (geralmente sem qualidade), conforme dizia Dame Cicely Saunders, assistente social, enfermeira e médica britânica, fundadora no final da década de 1960, na Inglaterra, do que hoje mundialmente se conhece por Cuidados Paliativos”, explica o profissional.

O Ciclo de Palestras acontece entre os dias 11 de agosto e 17 de novembro, com apresentações semanais. Entre os temas discutidos, estão comunicação de notícias difíceis; abordagem espiritual dos pacientes; controle de sintomas como dor, envolvendo discussões como o uso de opioides; bem como outros sintomas causadores de intenso sofrimento nos pacientes acometidos por doenças crônicas e avançadas, questões bioéticas envolvidas no fim da vida. Entre os palestrantes confirmados, estão profissionais com experiência e grande conhecimento em cuidados paliativos, inclusive alguns sendo pioneiros na prática paliativista no Brasil, como Maria Goretti Sales Maciel.

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