Há dez anos, no dia 2 de julho de 2011, o Brasil se despediu de um de seus principais políticos, figura decisiva no processo de redemocratização do país e símbolo da estabilidade da moeda nos anos 1990. Nascido em um navio, na costa baiana, há 91 anos, em 28 de junho de 1930, Itamar Augusto Cautiero Franco radicou-se em Juiz de Fora, onde construiu sua vida profissional e deu o pontapé para a vida política. Saiu de cena aos 81 anos, vitimado por um acidente vascular cerebral (AVC), na UTI, onde estava sendo tratado de uma pneumonia decorrente de uma leucemia aguda. Permaneceu na história, no entanto, por uma rara e respeitada trajetória.
No dia em que sua morte completa uma década, o Memorial da República Presidente Itamar Franco da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que preserva sua memória, realiza a mesa virtual “10 anos sem Itamar”. O evento será transmitido pelo canal da instituição no Youtube, na próxima sexta-feira, dia 2, às 18h, e reunirá o cientista político Rudá Ricci e o jornalista Ricardo Miranda.
Pontuando o legado de Itamar Franco na política juiz-forana, mineira e nacional, a mesa discute, ainda, sua ausência no atual cenário, bem como sua singularidade na história do país. Cientista político nascido no interior de São Paulo e radicado em Belo Horizonte, Rudá Ricci dirige o Instituto Cultiva, organização educacional voltada para a cidadania.
Já Ricardo Miranda é mineiro de Rio Espera, radicado em Juiz de Fora, onde atuou no jornal “Tribuna de Minas”, tendo entrevistado Itamar Franco em diferentes ocasiões e, inclusive, atuado nas reportagens de sua despedida. Miranda é vencedor, com Daniela Arbex e Táscia Souza, do Prêmio Ipys de Melhor Investigação Jornalística de um Caso de Corrupção na América Latina, entregue em 2009 pela série de reportagens Caso Koji.
O conciliador
Marco no debate político recente, a morte de Itamar Franco colocou lado a lado diferentes espectros e reuniu ex-presidentes da República da pós-redemocratização. No velório de Itamar, realizado no saguão da Câmara Municipal de Juiz de Fora, estiveram presentes José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Lula e a então presidente Dilma Rousseff. Da direita à esquerda, muitos foram os nomes que viajaram até Juiz de Fora para se despedir do político, prova de seu tão demarcado aspecto conciliador.
Passados dez anos de sua morte, Itamar é constantemente resgatado no debate público por sua defesa da democracia e por sua presidência, que transformou o Brasil, tirando o país de uma avolumada crise política, econômica e social. A transformação também é marca de suas passagens pela Prefeitura de Juiz de Fora (em duas gestões, 1967-1971 e 1973-1974); pelo Senado da República (por dois períodos, 1975-1990 e de fevereiro a julho de 2011); e pelo Governo de Minas Gerais, de 1999 a 2003.
Em 2015, a UFJF inaugurou o Memorial da República Presidente Itamar Franco, prédio de arquitetura contemporânea, no Centro de Juiz de Fora, que preserva documentos, fotografias, registros em vídeo e objetos de Itamar, capazes de narrar não apenas seu percurso pessoal e público, como também as histórias de Juiz de Fora, Minas Gerais e do Brasil.
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