O projeto de extensão “Encontro: Tecnologias de informação e comunicação a serviço do fortalecimento da rede de ações intersetoriais voltadas à população em situação de rua de Juiz de Fora” estuda as redes de apoio e os serviços ofertados para esse segmento da sociedade na cidade. O objetivo é possibilitar a soma de organizações e sujeitos aliados a esta luta.

Atualmente, são sete departamentos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) envolvidos em pesquisas de coleta ou crescimento de dados e agrupamento de conhecimentos para o fortalecimento da rede. Essas equipes trabalham para mapear os serviços públicos ofertados, criar mapas para melhor localização desses serviços, monitorar políticas socioassistenciais de atenção básica em saúde e denunciar violações de direitos humanos. Dentre esses propósitos, também está o assessoramento e parceria com a Prefeitura de Juiz de Fora, para fortalecer as políticas públicas e ações assistenciais nos diferentes setores em relação às pessoas em situação de rua. 

Aplicativo formato de rede social auxilia a assistência a pessoas em situação de rua. (Print da tela) 

O Encontro teve origem com o projeto Pró-Inclusão, sob a coordenação do pesquisador André Luiz de Oliveira, do departamento de Ciência da Computação. Com ele foi iniciado o desenvolvimento de um aplicativo de apoio à promoção de assistência a pessoas em situação de rua no formato de rede social, que resultou em um protótipo. O objetivo do app é conectar pessoas que vivem em situação de rua a sujeitos e organizações do Poder Público e da iniciativa privada que estão dispostos e engajados a ajudar de alguma forma. A partir dessa ideia, o projeto foi expandido e hoje abarca diversas áreas do conhecimento.

O pesquisador do departamento de Psicologia, Telmo Ronzani, um dos coordenadores do projeto, explica a necessidade e riqueza dessa interdisciplinaridade. “Quando a gente pensa em ações para pessoas em situações de rua, fica mais clara a necessidade de trabalho interdisciplinar, porque são pessoas que já estão vulnerabilizadas. Tem uma complexidade de um impacto não só na saúde, mas na vida social, econômica, psicológica e até de segurança dessas pessoas que estão nessa situação, que é de extrema pobreza”.

Profissionais das áreas da Psicologia se dedicam ao  mapeamento de serviços de assistência psicossocial e monitoramento do uso de álcool e outras drogas por cidadãos em situação de rua; do Direito ao monitoramento de ações como, por exemplo, as realizadas pela Clínica de Direitos Fundamentais e Direitos Humanos dessa população; da Medicina, no âmbito da Saúde Coletiva, conduzem estudos sobre acolhimento e saúde; Serviço Social, com o mapeamentos dos serviços de assistência social e construção de alternativas de fortalecimento da intersetorialidade das políticas públicas desenvolvidas na área; Geografia, para atuar no fortalecimento dos mapeamentos de dados e criação de mapas virtuais a serem integrados na rede; e Ciências da Computação, para elaboração da plataforma com todos os dados coletados pelas equipes. 

Recém integrada ao projeto, o setor de Comunicação será responsável pela divulgação das realizações do grupo, não apenas dentro da Universidade, mas para toda a sociedade, com o objetivo de somar sujeitos e organizações prontos e interessados na construção dessas políticas de acolhimento.

Das expectativas do aplicativo, o coordenador André explica que “o objetivo inicial é garantir o direito das pessoas que vivem nas ruas, e ao mesmo tempo oferecer oportunidades e condições dignas para que aquelas que desejam abandonar essa condição consigam fazê-lo tendo acesso a alimentação, vestuário, abrigo, moradia ou habitação, higiene pessoal, saúde física e mental, qualificação profissional, trabalho ou emprego, educação e cultura”.

Diversas conquistas já foram alcançadas a partir das ações do grupo, como trabalhos acadêmicos com resultados de pesquisas de diversas áreas e produtos que são criados com a bagagem desses estudos, que poderão auxiliar ainda mais no fortalecimento das conexões. Nos próximos meses será criado um observatório para agrupar tudo o que já foi alcançado, para, ao final, se tornar um ambiente completo com toda a trajetória e resultados obtidos.

Outras informações:

encontropoprua@gmail.com

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